Série segue em frente com a sua história, mas continua a ser prejudicada pelos seus cliches e vulgaridades superficiais.
A segunda temporada do derivado de "The Boys" começou dando indícios de que até mesmo essa franquia que se destacou pela sua violência extrema e críticas sociais ao mercado capitalista pode esta sendo vítima da infame saturação do subgênero de super-herois. Após os três primeiros episódios mostrarem um certo cansaço na forma em que esses temas são abordados, o quarto capítulo desse ano letivo de "Gen V" até tenta levar a sua história para algum lugar, mas ainda cai como vítima dos elementos que deveriam ser seus maiores destaques.
Após contar a verdade sobre a morte de André, Jordan (London Thor e Derek Luh) se torna uma figura infame dentro do campus, então elu e Marie (Jaz Sinclair) acabam sendo obrigados a se enfrentarem em uma luta orquestrada por Cipher (Hamish Linklater) e para descobrirem mais sobre as habilidades misteriosas do novo reitor da escola Godolkin, o grupo de protagonistas terão de voltar a trabalhar ao lado de Cate (Maddie Phillips) mesmo depois de todos os seus desentendimentos.
Depois dos três primeiros episódios terem deixado um gosto amargo durante o começo dessa temporada, ficou um pouco difícil criar grandes expectativas para os próximos capítulos mesmo ainda existindo um certo investimento por parte da história. Como dito antes, um dos principais problemas com a série é a saturação do seu estilo "edgy" que antes era visto como uma parte crucial da identidade de "The Boys", mas aqui continua a ser usado de uma forma vulgarmente gratuita para momentos baratos de choque que não trazem nenhuma contribuição real para sua narrativa além de um desconforto desnecessário.
Uma das principais tramas do episódio é a reconciliação repentina do grupo principal com Cate para enfrentarem um inimigo em comum. Levando em consideração os acontecimentos da temporada passada, isso mostra uma certa covardia por parte da série em retroceder uma personagem que tinha seguido um caminho mais antagônico e simplesmente fazê-la voltar a interagir com os protagonistas. Sim, ainda existe um desentendimento por causa de suas ações passadas, mas do jeito em que é executado, nem sequer parece que existe uma trajetória de redenção bem construída.
Em relação aos pontos positivos do episódio, a história segue um avanço significativo devido ao desenvolvimento dde Marie e a forma como ela vem evoluindo as suas habilidades como os ensinamentos de Cipher para descobrir mais sobre o seu papel no projeto Odessa. O suposto antagonista principal da temporada ainda continua uma incógnita, de um lado os mistérios por trás do personagem são interessantes, mas por outro ele não consegue ser tão intimidador quanto a série sugere.
Outra resalva com a temporada e a trama de Emma (Lizze Broadway) com as suas novas amigas Luz-estrelistas que é divertida por trazer novas dinâmicas para série, assim como explorar o potencial da personagem em arco para construir melhor a sua autoestima e encontrar uma maneira mais saudável de utilizar os seus poderes. Porém, até isso cai como vítima das vulgaridades genéricas que não trazem uma contribuição real para a história.
Ainda existe um certo interesse em saber qual será a resolução dessa atual temporada de "Gen V" e como ela irá se interligar com o final de "The Boys", mas mesmo com o andamento da sua história, misterios interessantes e desenvolvimento decente de alguns de seus personagens, a série perde muito tempo com vulgaridades fúteis e dramas adolescentes simplistas que resultam em outras colaborações mau construídas.
Notas: 6,5/10


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