O Fórum Nerd foi convidado a conferir o filme “A Prisioneira de Bordeaux” em uma cabine de imprensa à convite da Autoral Filmes.

A Prisioneira de Bordeaux tenta ser um filme provocador e psicológico, mas acaba ficando preso em sua própria pretensão estética. Com um ritmo arrastado e diálogos que muitas vezes soam artificiais, o longa flerta com temas complexos como desejo, possessividade e submissão sem, no entanto, mergulhar com profundidade em nenhum deles.

A história gira em torno de uma relação marcada por tensão sexual e controle emocional, ambientada na cidade fria de Bordeaux. O cenário é interessante, a fotografia tem momentos de beleza, e há uma clara intenção artística na direção, mas o resultado é mais frio do que impactante.


O maior problema está no desenvolvimento dos personagens. O protagonista masculino, obcecado e controlador, nunca evolui além de um arquétipo raso, enquanto a mulher, misteriosa e silenciosa, parece existir apenas como objeto de desejo, o que esvazia qualquer potência dramática que o roteiro poderia alcançar. A dinâmica entre os dois, que poderia render conflitos intensos ou dilemas morais da real, acaba se tornando previsível e cansativa.

O erotismo, que deveria ser um dos elementos centrais do filme, surge mais como uma estética do que como um recurso narrativo. É mais fácil admirar a composição dos quadros do que se envolver emocionalmente com o que está acontecendo. Faltou densidade nos sentimentos, faltou conflito interno verdadeiro.

No fim, A Prisioneira de Bordeaux deixa a sensação de uma ideia que parecia provocadora no papel, mas que perdeu força na execução. Não é um desastre, mas também não se sustenta como obra memorável. Vale como curiosidade para quem aprecia o cinema francês mais contemplativo, mas dificilmente será lembrado.

OPINIÃO SOBRE O FILME:

O filme é visualmente elegante, mas emocionalmente distante, e muito supérfluo. Um filme que promete mais do que entrega.

Nota: 5/10

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