A Marvel Studios inicia a fase 6 com chave de ouro ao trazer uma nova adaptação da primeira família heroica da editora, cheio de amor, esperança, heroísmo e mensagem familiar.
O diretor do longa é Matt Shakman, em seu primeiro longa metragem, vindo da televisão, e como prometeu em várias entrevistas antes do lançamento, o filme de fato é aquilo que esperava ver em um filme da equipe, esperançoso, colorido, remetente a uma era distante da nossa em que os quadrinhos eram exatamente isso, despretensiosas e divertidas, ele entendeu que não precisa fazer invencionices sendo que tem uma base ali para fazer um filme da equipe funcionar e basta fazê-lo da forma correta, e com estilo ainda por cima, já que trouxe uma das estéticas mais lindas e cativantes de um filme do gênero mais recentemente. O filme já se diferencia do restante do MCU por ser um filme alternativo, se passando na Terra-828, uma terra alternativa dos anos 60 retrô futurista que claramente a escolha numérica foi em homenagem ao ano de nascimento de Jack Kirby. O filme não é de origem, e já estabelece que os quatro heróis já são estabelecidos a quatro anos nesse mundo, com uma montagem de início estabelecendo seus feitos até detalhes de sua origem pinceladas, ala o filme Incrível Hulk. Deixando o espectador que depois de duas adaptações fazendo a origem deles acho que já entendemos que não precisa de mais detalhes de sua origem mesmo, foi uma forma eficaz de não perder tempo no óbvio e que funciona ao meu ver, além dessa sequência ter alguns momentos que homenageiam a equipe em uma ótima montagem.
Já quero adiantar o quão lindo é esse mundo que já é dito como uma utopia, não se sabe até que ponto esse mundo se diverge do tradicional, mas o significado de um mundo mais otimista em um momento em que as pessoas clamavam pelo sombrio e realista veio perfeitamente na hora certa, ao lado de Superman, trazer mais desse ar bobo e mais cômico é bem vinda, e podem andar juntas com o sóbrio sim, tem para todo mundo. Mas a produção deste mundo é brilhante, remetente remetente clássico, é como se víssemos os Jetsons com os desenhos de Stan Lee e Jack Kirby misturados e realizados, no bater dos olhos já se destaca o nível de produção deste mundo, misturando o antigo com o moderno de forma espetacular, um designe de se tirar o chapéu. Alguns irão reclamar de momentos pastéis da fotografia do filme, mas sendo sincero, casa perfeitamente com a proposta do filme em vários momentos, é com certeza um dos filmes mais lindos da Marvel.
Já entrando no aspecto da história, o filme tem Reed Richards (Pedro Pascal) e Sue Storm (Vanessa Kirby) descobrindo que está grávida de Reed, com uma alegria imensa dos tios Johnny Storm (Joseph Quinn) e Ben Grimm (Ebon Moss-Bachrach) ao descobrir da gravidez de Sue, mas a alegria dos heróis celebridades duram pouco ao receberem o aviso da alienígena cósmica Surfista Prateada (Julia Garner) de que a vinda de Galactus, o Devorador de Mundos (Ralph Ineson) a terra para dar fim ao planeta e saciar sua infinita fome, coisa que deixa todo o mundo em alerta máximo e então os heróis saem em busca de soluções para deter essa ameaça.
Quero deixar claro aqui, a inspiração clara na trilogia da vinda de Galactus é de primeira, e diria, até que melhor do que lá, já que temos a conexão com certo personagem em relação a Galactus torna tudo ainda melhor para a dinâmica do filme funcionar de forma mais orgânica e dar ainda mais desenvolvimento e camadas a personagens como a Sue poderem brilhar no fim. O roteiro não é brilhante, na verdade muitos podem comparar com o filme de 2007 da equipe homônima, mas mil vezes melhor executada e com mais impacto e tem uma mensagem a ser contada aqui, é simples? Sim, a solução de certo momento pode dividir opiniões? pode ser, mas com certeza com mais intenção do que jamais vimos em filmes de heróis recentes.
O elenco é bem escalado, sim sei que vão apontar o Pedro Pascal como Reed, mas tenho que dizer, apesar dele não ser a escolha perfeita pro personagem, ainda sim foi uma escolha que deu certo, pois o roteiro da o devido destaque a algo que nunca vimos em outros Reed's, sua inteligência, o Homem mais inteligente do mundo aqui é explicado tintim por tintim o por que com invenções e soluções que parece ter saído diretamente das HQs, ainda por cima a melhor personalidade do personagem que tivemos, fiel e está no tom certo, Vanessa Kirby é poderosa nesse filme, uma mãe, uma irmã, uma heroína heroína todos os sentidos, não poderia ter uma intérprete melhor e com um desenvolvimento sensacional da personagem que é bem emocionante. O Coisa tem o arco menos encorpado do filme em relação relação demais, o que é um surpresa pois é um personagem de CGI que geralmente tem mais as atenções, mas são piscadela do que podemos ter no futuro, na verdade o ouro fica na sua interação com os demais da família ser crível e com ótimos momentos de humor. O Joseph Quinn, que teve desconfiança de todos desde o início, se torna o personagem mais importante e significativo no filme, e acho que o mais memorável em cenas de ação sem dúvidas, o ator acerta em cheio ao trazer o Tocha Humana com mais profundidade ao invés de ser um idiota atrapalhado e risonho que erroneamente venderam por anos graças aos filmes passados.
As ameaças são muito boas, A Surfista é perfeita, Julia Garner empresta uma interpretação trágica e introspectiva, mesmo com pouco tempo de tela, é incrível todas suas cenas, em especial, no segundo ato do filme. Galactus é assustador, já na sua primeira aparição, é a personificação do personagem na sua fidelidade pura, a dimensão de sua grandiosidade e ameaça ao lado de boas cenas que mostram o senso de urgência no terceiro ato sentida por todos é muito boa, aliás, neste terceiro ato que a dinâmica mais brilha, o filme pode não ter tantas sequências de ação, ele economiza sim nessa parte (já vejo reclamações do tipo) mas a boa história engaja mais que pancadaria descerebrada nenhuma traria, ainda vamos ter isso no futuro.
A ficção científica desse filme é forte, competentemente Sci-Fi, Matt Shakman traz tudo o que sabe para fazer uma belíssima homenagem clássica a aventuras espaciais a Kaiju gigante, tudo isso intensificada pela trilha sonora de Michael Giacchino, no seu auge da composição, trazendo o tema definitivo da equipe (FAN TAS TIC FOOOUUR) com temas memoráveis em diversas situações.
Conclusão: O filme é… Fantástico!, sim, a esperança foi renovada na Marvel Studios por agora, depois de trazer o filme definitivo de uma das equipes mais importantes dos quadrinhos e que definiu muito do que vemos nos quadrinhos hoje, e que é um sacrilégio nunca ter tido o respeito máximo fora dos quadrinhos por tanto tempo, com ficção científica, drama, otimismo, heroísmo heroísmo mensagem forte família. Não é perfeito, tem sua barriga, sua duração é pouca e acho que exclui ter tido mais cenas dos personagens. Mas, algum respeito foi dado ao Quarteto Fantástico. Não sei o que o futuro reserva a essa versão da equipe, mas esperemos que seja o melhor, pois quem é fã, já perdeu demais.
Nota: 8
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