A Marvel Studios inicia a fase 6 com chave de ouro ao trazer uma nova adaptação da primeira família heroica da editora, cheio de amor, esperança, heroísmo e mensagem familiar.


Desde o anúncio em 2019, logo após a compra definitiva da Disney pela Fox, se teve um dilema entre a comunidade de fãs sobre o que esperar de um novo reboot do “Quarteto Fantástico” agora pelas mãos da Marvel Studios, o receio era grande, vide que o histórico cinematográfico era digamos… decadente. 

Desde os anos 90 tentam estabelecer uma adaptação da equipe aos cinemas, com sua primeira tentativa sendo um completo fracasso logo de cara em 1994, que nunca lançou e tudo o que tivemos foi um vazamento do filme na Internet, então fomos para algo com mais corpo nos anos 2000, dirigidos por Tim Story, que tem seus momentos, considerando a nostalgia, mas estão longe de serem bons, na verdade são bem ruins. E não quero nem citar a coisa horrorosa de 2015 que aí é chutar fezes. Acho que agora, tenho orgulho de admitir que finalmente temos a versão de verdade do Quarteto Fantástico sendo adaptada, e coincidentemente na sua quarta versão e acertaram.


O diretor do longa é Matt Shakman, em seu primeiro longa metragem, vindo da televisão, e como prometeu em várias entrevistas antes do lançamento, o filme de fato é aquilo que esperava ver em um filme da equipe, esperançoso, colorido, remetente a uma era distante da nossa em que os quadrinhos eram exatamente isso, despretensiosas e divertidas, ele entendeu que não precisa fazer invencionices sendo que tem uma base ali para fazer um filme da equipe funcionar e basta fazê-lo da forma correta, e com estilo ainda por cima, já que trouxe uma das estéticas mais lindas e cativantes de um filme do gênero mais recentemente. O filme já se diferencia do restante do MCU por ser um filme alternativo, se passando na Terra-828, uma terra alternativa dos anos 60 retrô futurista que claramente a escolha numérica foi em homenagem ao ano de nascimento de Jack Kirby. O filme não é de origem, e já estabelece que os quatro heróis já são estabelecidos a quatro anos nesse mundo, com uma montagem de início estabelecendo seus feitos até detalhes de sua origem pinceladas, ala o filme Incrível Hulk. Deixando o espectador que depois de duas adaptações fazendo a origem deles  acho que já entendemos que não precisa de mais detalhes de sua origem mesmo, foi uma forma eficaz de não perder tempo no óbvio e que funciona ao meu ver, além dessa sequência ter alguns momentos que homenageiam a equipe em uma ótima montagem.



Já quero adiantar o quão lindo é esse mundo  que já é dito como uma utopia, não se sabe até que ponto esse mundo se diverge do tradicional, mas o significado de um mundo mais otimista em um momento em que as pessoas clamavam pelo sombrio e realista veio perfeitamente na hora certa, ao lado de Superman, trazer mais desse ar bobo e mais cômico é bem vinda, e podem andar juntas com o sóbrio sim, tem para todo mundo. Mas a produção deste mundo é brilhante, remetente remetente clássico, é como se víssemos os Jetsons com os desenhos de Stan Lee e Jack Kirby misturados e realizados, no bater dos olhos já se destaca o nível de produção deste mundo, misturando o antigo com o moderno de forma espetacular, um designe de se tirar o chapéu. Alguns irão reclamar de momentos pastéis da fotografia do filme, mas sendo sincero, casa perfeitamente com a proposta do filme em vários momentos, é com certeza um dos filmes mais lindos da Marvel.


Já entrando no aspecto da história, o filme tem Reed Richards (Pedro Pascal) e Sue Storm (Vanessa Kirby) descobrindo que está grávida de Reed, com uma alegria imensa dos tios Johnny Storm (Joseph Quinn) e Ben Grimm (Ebon Moss-Bachrach) ao descobrir da gravidez de Sue, mas a alegria dos heróis celebridades duram pouco ao receberem o aviso da alienígena cósmica Surfista Prateada (Julia Garner) de que a vinda de Galactus, o Devorador de Mundos (Ralph Ineson) a terra para dar fim ao planeta e saciar sua infinita fome, coisa que deixa todo o mundo em alerta máximo e então os heróis saem em busca de soluções para deter essa ameaça.


Quero deixar claro aqui, a inspiração clara na trilogia da vinda de Galactus é de primeira, e diria, até que melhor do que lá, já que temos a conexão com certo personagem em relação a Galactus torna tudo ainda melhor para a dinâmica do filme funcionar de forma mais orgânica e dar ainda mais desenvolvimento e camadas a personagens como a Sue poderem brilhar no fim. O roteiro não é brilhante, na verdade muitos podem comparar com o filme de 2007 da equipe homônima, mas mil vezes melhor executada e com mais impacto e tem uma mensagem a ser contada aqui, é simples? Sim, a solução de certo momento pode dividir opiniões? pode ser, mas com certeza com mais intenção do que jamais vimos em filmes de heróis recentes.


O elenco é bem escalado, sim  sei que vão apontar o Pedro Pascal como Reed, mas tenho que dizer, apesar dele não ser a escolha perfeita pro personagem, ainda sim foi uma escolha que deu certo, pois o roteiro da o devido destaque a algo que nunca vimos em outros Reed's, sua inteligência, o Homem mais inteligente do mundo aqui é explicado tintim por tintim o por que com invenções e soluções que parece ter saído diretamente das HQs, ainda por cima  a melhor personalidade do personagem que tivemos, fiel e está no tom certo, Vanessa Kirby é poderosa nesse filme, uma mãe, uma irmã, uma heroína heroína todos os sentidos, não poderia ter uma intérprete melhor e com um desenvolvimento sensacional da personagem que é bem emocionante. O Coisa tem o arco menos encorpado do filme em relação relação demais, o que é um surpresa pois é um personagem de CGI que geralmente tem mais as atenções, mas são piscadela do que podemos ter no futuro, na verdade o ouro fica na sua interação com os demais da família ser crível e com ótimos momentos de humor. O Joseph Quinn, que teve desconfiança de todos desde o início, se torna o personagem mais importante e significativo no filme, e acho que o mais memorável em cenas de ação sem dúvidas, o ator acerta em cheio ao trazer o Tocha Humana com mais profundidade ao invés de ser um idiota atrapalhado e risonho que erroneamente venderam por anos graças aos filmes passados.



As ameaças são muito boas, A Surfista é perfeita, Julia Garner empresta uma interpretação trágica e introspectiva, mesmo com pouco tempo de tela, é incrível todas suas cenas, em especial, no segundo ato do filme. Galactus é assustador, já na sua primeira aparição, é a personificação do personagem na sua fidelidade pura, a dimensão de sua grandiosidade e ameaça ao lado de boas cenas que mostram o senso de urgência no terceiro ato sentida por todos é muito boa, aliás, neste terceiro ato que a dinâmica mais brilha, o filme pode não ter tantas sequências de ação, ele economiza sim nessa parte (já vejo reclamações do tipo) mas a boa história engaja mais que pancadaria descerebrada nenhuma traria, ainda vamos ter isso no futuro.


A ficção científica desse filme é forte, competentemente Sci-Fi, Matt Shakman traz tudo o que sabe para fazer uma belíssima homenagem clássica a aventuras espaciais a Kaiju gigante, tudo isso intensificada pela trilha sonora de Michael Giacchino, no seu auge da composição, trazendo o tema definitivo da equipe (FAN TAS TIC FOOOUUR) com temas memoráveis em diversas situações.


Conclusão: O filme é… Fantástico!, sim, a esperança foi renovada na Marvel Studios  por agora, depois de trazer o filme definitivo de uma das equipes mais importantes dos quadrinhos e que definiu muito do que vemos nos quadrinhos hoje, e que é um sacrilégio nunca ter tido o respeito máximo fora dos quadrinhos por tanto tempo, com ficção científica, drama, otimismo, heroísmo heroísmo mensagem forte família. Não é perfeito, tem sua barriga, sua duração é pouca e acho que exclui ter tido mais cenas dos personagens. Mas, algum respeito foi dado ao Quarteto Fantástico. Não sei o que o futuro reserva a essa versão da equipe, mas esperemos que seja o melhor, pois quem é fã, já perdeu demais.


Nota: 8

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