Após um terceiro episódio transitório, o quarto capítulo da segunda temporada de The Last Of Us, ‘volta’ aos trilhos, porém encontra-se em meio a problemas no balanceamento de seus diversos ‘humores’.
Começando em um flashback relativamente “distante” de onde fomos deixados anteriormente, somos apresentados à Isaac Dixon, personagem de Jeffrey Wright (que também é o intérprete original em TLOU Parte II), mostrando a entrada de Dixon na WLF, e assim já antecedendo sua devida importância. Contudo, olhando retroativamente para a cena, ela fica muito deslocada do contexto geral.
Dixon aparece em apenas dois momentos durante as quase 1 hora do episódio. Ambos esses momentos servem muito bem para espremer de Wright essa imagem do líder militar inescrupuloso, efetivamente reforçada em sua tortura de um Seraphita, e com isso instigando uma maior sensação de ameaças em relação “Os Lobos”, contudo há uma desconexão narrativa e temática com o resto do novo capítulo, onde parece não ter tido um momento mais oportuno para trazer a apresentação dele, então apenas enfiaram essas duas aparições.
Retornando aos olhares de Ellie, vemos o primeiro dia (Como referenciado no título, ‘Day One’) da exploração em Seattle feita por ela e Dina. Portanto, temos como enfoque principal o maior aprofundamento do casal, em meio aos perigos da cidade destruída. A primeira metade do episódio tem enfoque em cenas mais relaxantes, que apostam na química entre Bella Ramsey e Isabela Merced, com destaque para o cover acústico de Ramsey de ‘Take on Me’ do Aha.
Quando o capítulo vai chegando em seus momentos mais tensos e pautados em ação, é como se as conexões da “estrela de três pontos” formada por Jackson, a WLF e os Seraphitas cada vez se aproximasse, para convergir nos principais momentos dessa temporada, e todos esses elementos, junto da horda de infectados tornam-se presentes na cena de perseguição principal, onde eu destaco a cena das duas protagonistas fugindo pelos trens, que, de certa forma, a direção de Kate Heron, fez como se evocasse um momento dentro de um jogo, quase como um “quick-time event”.
Entretanto, quando finalmente possuímos espaço para respirar, perde-se a sensação de urgência de toda a situação. É como se nesse ponto específico, não se encontrasse um balanceamento para as situações mais íntimas e o mais violento. Momentos importantes para o relacionamento das duas personagens acabam ficando corridos, porque vamos pulando em cenas e cenas com “moods” diferentes de forma muito rápida, vamos da perseguição, para todo o drama da revelação sobre a imunidade, para a gravidez da Dina e ainda, uma cena mais sexual.
Apesar disso, ‘Day One’ apresenta-se como uma experiência substancialmente melhor do que a presente no episódio anterior. Mesmo com diversas de suas situações capitais meio corridas, e até diria, mal encaixadas, sinto que ainda é uma ótima parte da saga construída por The Last of Us.
Nota: 7,5
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