Segundo episódio da nova temporada adapta um dos momentos mais traumatizantes dos jogos com maestria enquanto aprimora sua historia com novos elementos inesperados em sua história.
O texto pode conter spoilers
Após sua chegada em 2020 para o Playstation 4, "The Last of Us Parte II" conquistou a crítica especializada e garantiu inúmeras vitórias em premiação voltadas para jogos, mesmo assim, a sequência gerou debates entre seus jogadores devido à ousada decisão de assassinar o protagonista do primeiro título em um momento brutal que exalta o realismo imersivo da obra. Embora os fãs que conheçam a história já estivessem preparados para o que estava por vir em sua adaptação, a HBO conseguiu surpreender com a expansão da narrativa de seu capítulo mais recente ao apresentar novos elementos de risco e tensão ausentes em seu material fonte.
Continuando a adaptar do prólogo do segundo jogo com algumas alterações na narrativa, o novo episódio mostra Abby (Kaitlyn Dever) ponderando suas opções para encontrar Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsey) saindo em patrulha ao lado de Jesse (Young Mazino) enquanto Tommy (Gabriel Luna) junto dos cidadãos de Jackson se preparam para o pior com a chegada de uma imensa horda de infectados.
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Horda de Infectados |
Assim como no episódio passado, alguns detalhes da cronologia do segundo jogo foram alterados para a série mas de um jeito que não impacta a fidelidade ao material fonte. Todavia, a historia toma liberdades para adicionar novos acontecimentos impactantes que se mostram como boas adições para a expansão do universo de The Last of Us seguindo em diante. Essa novidade obviamente se refere ao ataque dos infectados em Jackson.
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Gabriel Luna como Tommy usando um lança-chamas em um Baiacu |
A primeira temporada recebeu leves críticas pelas poucas aparições dos infectados com o decorrer da série, mas ao que tudo indica, Craig Mazin e Neil Druckmann parecem ter levado em consideração esse criticismo ao proporcionarem uma batalha em escala épica protagonizada Tommy e entregue pela excelente direção de Mark Mylod (Game of Thrones). O que mais torna essa sequência surpreendente, além de ser algo completamente inédito, é que ela ocorre sob o custo do status de Jackson, uma zona segura nos jogos onde nenhuma tragédia costuma ocorrer. Sendo essa uma forma de mostrar que apesar de ser uma adaptação fiel, também é uma que demonstra coragem o suficiente para tentar superar o material fonte em alguns aspectos.
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Kaitlyn Dever como Abby |
Este também é o capítulo onde Abby, personagem brevemente introduzida no episódio passado, recebe mais destaque e possivelmente teve os seus diálogos expandidos em comparação à sua contraparte jogável. Embora a releitura de seus pesadelos tenha sido feita de forma duvidosa, Kaitlyn Dever entrega uma excelente atuação porém com um roteiro que se empolga demais em abordar suas motivações. Na hora crucial da adaptar o desfecho de Joel, a atriz contracena muito bem ao lado de Pedro Pascal, e antes mesmo de Bella Ramsey chega em cena para recriar o desespero de Ellie, o momento já traz uma familiaridade perturbadora com o jogo e ainda adiciona novos elementos de crueldade que deixam o espectador em choque.
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Pedro Pascal como Joel |
Apesar do desfecho de Joel, sua morte pode acabar sendo menos polarizante que a versão do jogo pois ainda há o que se explorar com o personagem ao longo dessa temporada através de flashbacks que devem explicar melhor o seu desentendimento com Ellie, assim como expandir novos detalhes a serem explorados na historia, tais como o a assassinato de Eugine. Mesmo assim, isso não remove o impacto da cena e de como isso irá extinguir as próximas ações dos protagonistas.
O segundo episódio da releitura de "The Last of Us Parte II" merecidamente se tornou o capítulo mais bem avaliado da série não só porque recriou um dos momentos mais marcantes do game de um jeito tão impactante para mídia televisiva, como também adicionou novos elementos cruciais que aumentam a tensão na narrativa e também transformam a adaptação em uma experiencia aprimorada ao em vez de uma simples repetição do material fonte.
Nota: 9,5/10
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