Quem diria que Star Wars ainda poderia nos surpreender com uma série extremamente divertida e espirituosa nos confins da galáxia.
Eu posso dizer com alívio que Star Wars, finalmente, entregou algo divertido e bom desde o lançamento de Star Wars: Ahsoka, claro, o que não na situação em que a franquia se encontra, não era difícil, mas definitivamente era um trabalho ingrato ter vindo após o completo fracasso de várias dimensões de Star Wars: O Acólito, entregar algo no mínimo ok. Fico feliz que o que Star Wars estava precisando era de um aventura infantil cheia de piratas espaciais protagonizada por crianças perdidas no espaço, sem apegos cronológicos e de personagens que conhecemos na franquia, uma adorável aventura dos anos 80 que nos foi presenteada em uma das piores eras de Star Wars.
A série encabeçada por Jon Watts e Christopher Ford conseguiu a fusão necessária para criar um conteúdo com qualidade e entretenimento para todas as idades, sem pautas, sem ideologias, politicagem, apenas uma sequência de oito episódios nostálgica que remete bastante Goonies e E.T. - O Extraterrestre, e Star Wars trilogia clássica. O roteiro é bem simples e chega a ser conflitante para minha cabeça depois dos malabarismo que aconteceram em Mandaloriano e O Acólito, vim uma obra bem despretensiosa como essa, Skeleton Crew confia em nós para pegar as pistas de que há algo suspeito sobre o mundo natal das crianças de At Attin, com seus adultos constantemente ausentes e droides de segurança constantemente presentes. E há algo silenciosamente enorme quando descobrem que Wim e seus amigos não sabem sobre a Guerra Civil Galáctica, como alguém poderia não ficar intrigado por uma história de Star Wars onde os personagens nunca ouviram falar de Star Wars?
O show também não se aprofunda no ponto de se Jod Na Nawood de Jude Law pode ou não ser confiável, fazendo com que seus relutantes companheiros de tripulação no Onyx Cinder decidam bem rápido que não, ele não é confiável, e então o tratam de acordo até que ele decida parar de fingir que não é pelo menos um pouco mau. Não são as ideias de narrativas que dominam a série. É realmente divertido quando a história da tempo para vermos as crianças agirem como crianças, brincando e sem torná-las chatas e insuportáveis, e elas resolvem problemas fazendo o que crianças conseguem fazer, conversando, como acontece no episódio 6, eles discutem e brigam, mas no final, aceitam as diferenças e seguem em frente, não há nada mais real em uma criança do que isso, quer dizer, quem nunca botava os dedos na bochechas e falava pro amigo de escola que não era mais seu amigo e no dia seguinte estavamos jogando bola novamente.
Há pontos em que a narrativa não esclarece muito bem seus pontos, claro, existe AT-Attin, mas não sabemos o propósito real dela e dos outros AT’s espalhados pela galáxia, por que as escondem? e o pirata Tak Rennod? nada sobre além do que vimos que ele sabia de um grande tesouro e nada mais? tem teorias, você pode dizer que os planetas são nada mais que grandes casas das moedas da república e que por isso ficam escondidas por um grande barreira verde mortal, mas como a palavra diz, são Teorias, então tem perguntas a serem respondidas que talvez tenhamos em uma futura continuação (embora por mim, mantenha como sendo temporada solo).
o que tenho aqui é que os roteiristas não queriam entregar demais para deixar justamente esse gancho para uma futura temporada ou até mesmo explorar em outras séries talvez, já que essa série terá importância no Mandorverse (linha do tempo das séries encabeçadas por Jon Favreau e Dave Filoni), só resta saber quais.
As crianças são ótimas, sim, cada uma tem seu tempo para brilhar e que nos importamos (no quesito de atuar, o ator do Wyn é o mais fraco), e Jude Law como Jod também é legal, embora pessoalmente, nem tanto quanto essas crianças, o show merece crédito principalmente pela maneira como ele arma seu charme ocasionalmente irritante. Você nunca esquece que ele é um cara mau e ele o mantém, você espera alguma redenção mas não veem, isso era algo que não esperava, claro, tem o contra, é que eu já esperava seu passado como Jedi, previsível, mas funcional.
A produção da série é ótima, sem tirar e nem pôr, se tem algo consistente nos shows da Disney sobre Star Wars é que eles tem raros momentos que você pode dizer que o CGI é ruim, ou que algo parece muito falso, e os cenários são como sempre, muito bons, ao lado de uma trilha sonora não tão inspirada assim.
Conclusão: Star Wars: Skeleton Crew é ótimo, poderia ter sido ruim com força e um dos mais sem gracas dessa leva infeliz de Star Wars, mas é uma grata surpresa, divertida e cheia de carisma, apesar do final meio apressado, a série deu um gostinho alegre sobre Star Wars. E posso dizer que esse é um dos casos que facilmente poderiam ter sido filmes para os cinemas, garanto que daria mais certo que Os Últimos Jedi e Ascensão Skywalker.
Nota: 8
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