Nova série começa com uma brincadeira de criança e acaba por se tornar uma jornada muito distante.
Eis que surge então a promessa de voltar um pouco as “origens” aventureiras e mais leves dessa galáxia, esta é a base de Star Wars: Skeleton Crew (Turma do Esqueleto), nova série encabeçada pelos showrunners Jon Watts (Homem-Aranha: De volta ao lar) e Christopher Ford (Mundo em Caos), com a aventura de quatro crianças com um pirata em uma jornada no espaço profundo em busca de voltarem seu planeta natal.
Analisando o primeiro episódio “Isso Pode ser Uma Aventura de Verdade”, começa nos apresentando a esse planeta misterioso (que logo saberemos ter o nome fanfarrão de At Attin) que é uma réplica de uma cidade americana com subúrbios, veículos flutuantes e sem naves voadoras pelo céu, além do que parece uma bela utopia sem muitos problemas, um ambiente devo confessar interessante neste mundo de Star Wars, já que não vimos planetas que de fato parecem com a terra e seu modo de viver até o momento. Então somos apresentados a Wim (Ravi Cabot-Conyers) e seu amigo Neel (Robert Timothy Smith), o primeiro é um garoto sem muito afeto parental que sonha em se aventurar como um herói jedi, ele é totalmente inquieto e busca provar que é capaz de conseguir o que quer, já o seu amigo, da raça de elefantinho azul, é certinho e medroso, claramente o personagem cômico que vai estar com o grupo tentando evitar o máximo possível de conflitos, já as personagens, Fern (Ryan Kiera Armstrong) e KB (Kyriana Kratter) são as personagens rebeldes do grupinho, com a Fern sendo a mais durona e tendo um papel de liderança enquanto KB é até o momento a amiga da menina rebelde que também é durona.
Pode se notar que os personagens tem um pouco de estereótipo neste primeiro relance, e semelhanças com outro certo grupo de quatro personagens que conhecemos muito bem como fãs, mas isso não tira suas características distintas e únicas de cada personagem que colocam em rota de colisão e consequentemente iniciaram a trama que guiará a temporada daqui em diante, no melhor estilo de filme de aventura e ação, inclusive várias alusões a Goonies são mostradas, nos cenários do misterioso local enterrado até um droide completamente bizarro e um pouco assustador (capaz de ser o melhor personagem) que acaba virando servo de Fern após um blefe nada sútil.
Em primeiro momento, temos aqui um início protocolar, mas divertido, com um carismático elenco de crianças e com um espírito clássico e nostálgico presente que você consegue sentir ali mesmo e quer se envolver mais um pouco, mesmo já tendo visto milhares de vezes por aí
Já o episódio dois, “Muito, Muito Além da Barreira”, entregam a engrenada que a série precisava para partirmos ao que interessa, sendo um episódio ainda melhor que a primeira impressão, com mais do que gostamos de Star Wars sendo apresentados em tela, como a fascinante odisseia de seres completamente opostos e distintas graças ao bom uso de maquiagem e computação gráfica, e cenários que traz um gostinho muito bom da trilogia original, coi muita informação presente, e falo claro do Porto Borg, sendo a perfeita definição de local da escória da galáxia distante, o que mostra mais uma vez como a Nova República é incompetente.
Nós passamos por algumas situações bem inspiradas em Planeta do Tesouro, com direito a uma clara referência a Long John Silver e sua tripulação, e da descoberta de um tesouro que está possivelmente lá no planeta natal deles, que ao que parece, é um local cercado por rumores se de fato existe ou não, talvez por isso seja um planeta sistematicamente diferente de outros que vemos na galáxia, por não ser aberto a todos os viajantes, seria legal descobrir no desenrolar do enredo. E a apresentação de Jude Law (Capitã Marvel, Animais Fantásticos) como o misterioso usuário da força no fim do episódio deixa as coisas ainda mais interessantes.
Talvez haja uma parcela do público que podem ser afastados pelo tom claro e infantil que a obra possui, sendo algo bem próximo a Caravana da Coragem e a primeira temporada de Star Wars Rebels, obviamente não vá esperando um Rogue One da vida, a franquia sempre foi juvenil, mas raramente somos apresentados a obras muito infantis, assim como somos apresentados a conteúdos adultos, mas certamente vendo com esse olhar, você conseguirá tranquilamente se divertir com as bobinhas piadas de um produto assim.
Pontos positivos a produção que sempre tenho poucas reclamações nesse aspecto das séries da franquia no Disney+, sempre com ótimos cenários e efeitos práticos com CGI, o estilo anos 80 nunca esteve tão vivo como aqui nesses dois episódios, facilmente veria o George Lucas emulando isso no passado muito distante.
Conclusão: Sendo um ótimo começo, os Goonies no espaço de crianças que saíram da calmaria suburbana de seu planeta natal em uma aventura contra piratas espaciais terá agora que se provar que a franquia consegue ainda fazer algo divertido e inspirado quando realmente bebem da fonte do que deu certo primeiramente, e esperemos que isso se mantenha.
Nota: 8,5
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