Crítica | Pinguim 1x03: Bliss

 Em seu terceiro episódio, a minissérie sobre o vilão do Batman se dedica à explorar melhor um de seus personagens mais carismáticos e aprofunda sua relação com o protagonista.

Esperando controlar o futuro do tráfico de drogas em Gotham, Oz (Collin Farrell) e Sofia (Cristin Milioti) precisam primeiro lidar com os seus respectivos segredos obscuros. Enquanto isso, Victor (Rhenzy Feliz) fica dividido entre sua vida nova e o que resta do passado. 

Desde seu primeiro episódio, um dos elementos mais bem vindos nesta série do Pinguim produzida pela HBO foi a adição do personagem Victor Aguilar. O que poderia facilmente ter sido mais um alívio cómico genérico, tal como tem acontecido frequentemente em outras produções que adaptam historias em quadrinhos, acabou se tornando uma excelente forma de mostrar o mundo do crime organizado sobe o ponto de vista de uma pessoa comum.  

Rhenzy Feliz como Victor Aguilar

Com direção de Craig Zobel (Mare of Easttown), o terceiro capitulo da série decide dar um destaque maior para Victor ao finalmente introduzir sua família e namorada Graciela (Anire Kim Amoda) justo no começo do episódio, para logo depois apresentar uma incrível reviravolta mostrando como ele foi afetado pelos eventos que aconteceram em "The Batman" (2022). Embora tal cena seja retratada de forma trágica, ainda é bem empolgante ver que ainda existe uma construção de universo consistente neste mundo criado por Matt Reeves. 

Colin Farrell como Oz Cobb e Cristin Milioti como Sofia Falcone

O episódio também mostra uma dinâmica mais interessante entre Oz e Sofia trabalhando juntos para vender uma nova droga descoberta no Asilo Arkham e lidando com um inimigo em comum na forma de Johnny Vitti (Michael Kelly). Aqui, acontece um certo desenvolvimento profissional na relação dos dois e até mesmo é estabelecido que já existia uma certa amizade entre eles no passado, o que ironicamente, acaba sendo usado pelos próprios personagens como um motivo para desconfiança em alguns breves momentos. 

Em relação as suas personalidades, tanto Milioti quanto Farrel continuam à trazer mais camadas para os seus personagens com suas atuações. Vemos Sofia mostrando o seu lado mais manipulador de forma bem confiante, calma e intimidadora, enquanto Oswald continua a apresentar mais características cruéis e temperamentais semelhantes com as que foram apresentadas logo no primeiro episódio. 

O novo clube do Pinguim

Mas o que realmente fez deste capítulo uma experiência mais envolvente foi o conflito interno de Victor junto ao aprofundamento de sua dinâmica com Oz. Enquanto existe uma certa vergonha dentro de Vic por ter entrado em uma ramo considerado desonesto envolvendo drogas, suborno e até mesmo risco de vida, Oswald que trabalha como um mentor para o rapaz acredita que o mesmo possui o direito de desejar mais na vida independente dos métodos por acreditar na crueldade do mundo baseada em suas próprias experiências passadas. Tudo isso é feito enquanto a personalidade agressiva do Pinguim é exaltada e deixa bem claro que o personagem ainda é um criminoso no final das contas.

Considerando que a primeira metade da temporada está quase chegando ao fim, o terceiro episódio de Pinguim da HBO ainda termina deixando uma certa intriga para o que pode acontecer tanto aos personagens principais quanto a guerra de gangues entre os Maronis e os Falcones no restante da série. Embora tenha apenas chegado perto de atingir o mesmo nível de qualidade de seu piloto, temos um capítulo solido e bastante bem escrito que soube progredir com a história enquanto desenvolvia os protagonistas e suas características. 

Nota: 9/10