A missão é invadir um prédio de 30 andares. Qual poderia ser a dificuldade para um esquadrão de elite?
(Esse texto contêm Spoilers)
Assistir a filmes norte-americanos me fez apreciar ainda mais o cinema asiático. Operação Invasão não se preocupa em explicar todos os detalhes; as poucas informações que recebemos são complementadas pelas atuações e diálogos que, à primeira vista, parecem desconexos, mas que fornecem profundidade ao mundo apresentado.
Sabemos que Mad Dog é um criminoso perigoso. Quando ele recusa usar uma arma e prova que realmente não precisa dela, entendemos a decisão que ele toma no final do filme, ao se colocar em uma aparente desvantagem. A conexão entre Andi e Rama é revelada de maneira sutil, sem a necessidade de exposição excessiva. Nos primeiros minutos do filme, essa relação é construída pela atuação, e os diálogos na segunda metade reforçam esse vínculo. Estes são apenas alguns exemplos de como a simplicidade tomam conta do roteiro e do desenvolvimento da trama.
A dicotomia entre Andi e Rama — irmãos que seguiram caminhos opostos — poderia parecer clichê, mas é subvertida pela posição em que Rama se encontra: um policial em uma missão corrupta e suicida, enquanto Andi, o agente do submundo, encontra sua redenção pessoal ao salvar a vida do irmão. Qual dos lados está certo, se ambos respondem às mesmas forças que os manipularam?
A cena final de ação é poderosa e eletrizante, combinando uma coreografia feita pelo próprio ator Iko Uwais de Pencak Silat, um estilo indonésio que combina ataques rápidos e imobilização insana com um propósito claro. Um destaque para a trilha sonora de Mad Dog, que só toca em dois momentos pontuais, tornando-a ainda mais impactante.
Operação Invasão não é apenas uma obra-prima da ação, mas um divisor de águas para o cinema de artes marciais moderno e sua importância continua até hoje em franquias como "John Wick", "O Protetor", "Anônimo" e "Atômica". A ação visceral, os longos planos-sequência, a violência gráfica e o uso de artes marciais pavimentaram o caminho para diretores como David Leitch e Chad Stahelski, além de trazer uma visibilidade importante para a classe de dublês.
Nota: 9
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