Um final decente para uma série conturbada e perdida.
Confronto e revelação aguardam.
Depois do terrível episódio anterior, chegamos a conclusão de mais uma temporada de uma série de Star Wars, uma franquia que como todo mundo sabe, não anda muito bem das pernas após dezenas de decisões criativas… no mínimo controversas!
É muito complicado falar desta série na internet depois de tanto chorume disparado nela pelos motivos mais errados. E o que me frustra é que esse bando de mentecaptos que atacaram a série por motivos ridículos como a diversidade, a sexualidade da criadora ou procuraram bobeiras inexistentes como fogo no espaço e data de nascimento de figurante pra atacar a série quando existem mil e um problemas estruturais de roteiro
Fica evidente que a roteirista e criadora da série, Leslye Headland (Boneca Russa, Quatro Amigas e um Casamento), tinha bons planos e queria entregar algo único no universo de Star Wars. Não sei até que ponto as interferências de cima alteraram seus planos, ou uma incapacidade dela de executar essas ideias de maneira coerente arruinaram tudo.
Osha e Mae (Amandla Stenberg) são as maiores vítimas dessa execução porca junto com o Mestre Sol. A dinâmica “gêmea boa e gêmea ruim” era intrigante e a troca de lado delas também, mas em momento nenhum eu consegui comprar esse relacionamento lindo e amoroso que elas tinham antes da tragédia, muito menos essa reconciliação. E não quero nem falar nesse vespeiro que se enfiaram ao revelar que elas não são bem irmãs mas sim um único ser criado da força, pois é um buraco fundo que nem quem tem domínio de Star Wars deveria entrar.
Qimir (Manny Jacinto) que era um personagem intrigante, aqui foi reduzido para fazer só pose, lutas legais e diálogos vazios e sem qualquer profundidade. Mais um personagem desperdiçado nessa série, e a revelação de que ele é um ex-aluno da Mestra Vernestra (Rebecca Henderson) é tão empolgante e surpreendente quanto tirar leite de vaca. Pelo menos seu estilo de luta com o sabre de luz e ádaga de luz (??) vermelho são legais, afinal só sobrou estilo pra ele.
E falando na Mestra Vernestra, existe uma ideia interessante de tentar desconstruir os Jedis. Me repetindo mais uma vez (eu sei, tá chato já) eles não executam bem essa ideia de tentar mostrar a Ordem Jedi mais preocupada com a imagem deles do que de fato a honra e comprometimento com a verdade, já que facções políticas opostas iriam se aproveitar dos erros deles para crescer e enfraquecê-los politicamente.
E bem, temos o destino do Mestre Sol (Lee Jung-jae). Ele foi um dos personagens mais interessantes da série completamente destruído pelo episódio anterior, com ações pouco justificáveis e até assustadoras em um ponto de vista não muito bom. Aqui ele acaba sendo morto por Osha após admitir que assassinou a mãe delas, sendo enforcado pela força a culpado injustamente pela Ordem Jedi de todo o ocorrido.
Mas falando do que realmente me impressionou positivamente: As cenas de ação! Venho elogiando a série toda as sequências de ação que são refrescantes e únicas em Star Wars, com coreografias intensas e muito bem executadas (AMÉM UMA EXECUÇÃO BOA NESSA SÉRIE!). Mas aqui a luta do Sol contra Qimir ao mesmo tempo em que Osha e Mae se enfrentam foi incrível, não só pela coreografia e uso diferente da força, mas a edição fantástica e utilização forte do estilo de luta usado em filmes antigos chineses.
A direção do episódio no geral mantém um nível acima da média, assim como as suas cenas de ação, com a diretora Hanelle M. Culpepper (Westworld, Kung Fu) entregando uma das melhores direções que eu vi em uma série de Star Wars. A produção geral estava bem competente e alguns pequenos problemas de cgi que sempre aparecem na série aqui são quase nulos. E mais uma vez, preciso exaltar o trabalho do compositor Michael Abels (Corra!, Não, Não Olhe!) que é de longe a melhor coisa dessa série.
Ah, e eu tenho infelizmente que falar das grandes (ou nem tanto) participações especiais que rolaram. A primeira das costas do Mestre Yoda, que eu tenho certeza que fez alguns fãs gritarem de felicidade! Digo que não sou uma delas, mas fico feliz por elas, mas de verdade a esse ponto isso não significa absolutamente nada. E a outra é a primeira aparição em live-action do Darth Plagueis, uma das figuras mitológicas mais famosas de Star Wars que aparece rapidamente na sombras de uma caverna aleatória que nem o Gollum em uma série duvidosa de Star Wars. Às vezes é nítido a falta de um produtor com bom senso para barrar esse tipo de coisa.
No fim temos Osha e Mae separadas mais uma vez, seguindo caminhos opostos mas que na realidade convergem em um plano orquestrado por elas. Mae, com as memórias apagadas de propósito, irá se infiltrar na Ordem Jedi enquanto Osha treinará com Qimir para tentar derrubar eles (uma pena que já sabemos como essa história termina, não é mesmo?).
Temos aqui mais um final de uma série de Star Wars, e embora tenha tido muito potencial, “O Acólito” continua cometendo os mesmos erros de várias séries do Disney+. Apesar disto, o episódio final em si foi decente com a direção, cenas de ação frenéticas e até algumas reviravoltas interessantes. Se teremos mais uma temporada ou algum tipo de encerramento para essa história?? Bem, isso é uma pergunta complexa que nem a Disney ou os Jedis conseguem responder no momento. E a essa altura do campeonato, nem sei se tenho forças pra aguentar mais uma temporada disto.
Nota: 6
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