O episódio novo traz revelações para a história, mas continuam nas mesmas inconsistências de sempre.



🚨🚨POSSÍVEIS SPOILERS!🚨🚨

Eu sinceramente não sei o que The Acolyte quer fazer no seu final, é a primeira vez em uma série de Star Wars em que não consigo, minimamente, ter alguma previsão de como ela vai se encerrar. Em teoria, a abordagem desse episódio deveria ser simples: mostrar os eventos do flashback anterior (eu disse que seria mais um episódio de flashbacks na critica passada) contando a perspectiva dos Jedi - e um pouco do lado da May - em vez de Osha e contando o que realmente aconteceu em Brendok que deixou as Bruxas mortas. Mas infelizmente, a série insiste em ser bagunceira.

E foi exatamente isso que aconteceu, mas esse episódio também deixou muitos desses eventos parecendo desnecessariamente complicados ou intrincados, com alguns momentos estranhos que ainda parecem inexplicáveis ​​– e não de uma forma “esse é um enredo legal para mais tarde”. Em vez disso, parece que o público está sendo solicitado a fazer muito do trabalho pesado para que tudo faça sentido.


A explicação de quais eram exatamente os objetivos dos Jedi foi, no contexto da lore criado na série, é ok. Deu muito mais peso a esses eventos, pois descobrimos que Indara era quem estava tentando evitar o conflito. No final das contas, ela estava tentando não interferir e deixar Osha e May com as bruxas. E, por outro lado, descobrir que Sol havia se tornado bastante obcecado em tentar levar as meninas, convencendo-se de que elas estavam em perigo para justificar suas intenções. Aqui entramos em um dilema complexo que permeia Star Wars desde que o maldito filme chamado “Star Wars: Os Ultimos Jedi” entregou de legado a franquia, a série simplesmente relativizou os conceitos do Bem e do Mal na franquia, tirando aquilo que faz dos Jedi serem eles, serenos, sábios e corajosos para covardes, impulsivos e sequestradores de crianças.



Não me venha falar de Anakin isso e aquilo e os Jedi (inclusive esse episódio traz muitos paralelos com a história de Anakin e as irmãs) ou dos momentos questionáveis dos Jedi na era da República as prequels, pois temos claramente visões distintas do conceito que é o cerne de Star Wars. Sim, os Jedi na época de Anakin podiam ser hipócritas e cegos aos comandos do governo da república, mas eles não eram nem de longe malignos, e como estabelecido em A Ameaça Fantasma e muitos outros, o progenitor de uma criança com a força é capaz de escolher entregar ou não a criança para treinamento Jedi, nunca forçando, isso que sinceramente estraga um pouco o personagem do Sol aqui, que até o momento vinha sendo um personagem bem interessante, só se mostrou um Jedi fanático e covarde.


Além de claro, temos o personagem Torbin, um completo idiota, que se dedicou a ajudar Sol não por razões interessantes e complexas, mas porque ele estava choramingando o tempo inteiro a ir para casa. Sério, que Jedi idiota, todos os feitos dele aqui são burros e parece que escreveram ele assim só para justificar a sua morte futuramente, tipo, sério que é isso. Pelo menos o Wookie teve alguma cena para brilhar de verdade nesse episódio, já que esse coitado, por ser alienígena que não tem trejeitos humanoides e não falar nosso idioma, acaba sendo subutilizado na obra e parece até mesmo um pet.


O frustrante é que havia outro material bom neste episódio. Tivemos uma exploração muito maior do que é uma Vergência na força, ou basicamente Midichlorians (é a mesma coisa) termo que foi introduzido pela primeira vez em A Ameaça Fantasma. Mais uma vez, há muitos paralelos explorados entre as gêmeas e Anakin, pois todos eles são seres poderosos cujo nascimento não ocorreu de forma tradicional. E aprender que a concentração da Força que os gêmeos exalavam foi capaz de trazer de volta a vida a um planeta estéril transmitiu efetivamente o quanto de poder não aproveitado um Midichlorian pode ter. Embora seja interessante que as irmãs sejam idênticas até mesmo no código genético, aqui se criou outro furo no roteiro, pois se elas são, como insinuado no episódio, uma só consciência, como nos primeiros episódios uma nem sabia que a outra estava viva? 



Mas diferente do episódio mediano anterior, esse pelo menos teve sua narrativa mais movimentada e sabemos agora mais da motivação real por trás das Bruxas e de May, Além disso, aquela sequência de luta entre o possuído Kelnacca e Sol e Torbin foi bem feita – e não apenas porque finalmente conseguimos ver aquele wookiee brandindo um sabre de luz. Não correspondeu às alturas do combate no quinto episódio, houve alguns toques legais e inteligentes, como Torbin segurando seu sabre de luz por baixo para bloquear o golpe mortal de Kelnacca ou Sol, não querendo machucar seu amigo, desligando seu sabre de luz no último segundo e usando o cabo de metal para acerta-lo com força na cabeça, se tem algo que da para se elogiar e bastante dessa série, é que a coreografia de combate dela é uma das melhores das séries de Star Wars com um Jedi.


Conclusão: Mesmo assim, o sentimento geral ainda é de tédio, com momentos que até beiram uma comédia pastelona - o que foi aquela sequência desajeitada do incêndio “acidental” causado pela May -, conflitos desnecessários e uma desvirtuação dos envolvidos da obra em relação a Star Wars que parece que chegar a lugar algum a não ser querer subverter apenas e nada mais, não foi um episódio ruim, mas certamente preparou uma reta final que tem tudo para ser fraco.


Nota: 6,0

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