Seguindo o ataque à Rhaenyra e a morte dos irmãos Arryk e Eryk, em um dos pontos de finalização do episódio anterior, o terceiro episódio de "A Casa do Dragão", O Moinho Ardente, traz as tensões que levarão à Dança dos Dragões alastrando-se, principalmente em volta das casas menores, num momento em que ambos os lados, Negros e Verdes, tentam expandir suas força em meio aos Sete Reinos.
Isso acaba por ser ilustrado de forma bem "visceral", se é que pode dizer-se assim, nas cenas iniciais, onde vemos o enfrentamento entre membros das famílias Brackens e Blackwood, que termina num confronto sangrento, que é engenhosamente representado na direção de Geeta Vasant Patel, que continua constante ao resto dos episódios anteriores, mas pelo menos nesse momento primário, achou uma forma simples, mas, de certa forma impactante de começar a demonstrar o caos que vem se instaurando.
Isso leva ao tema explorado durante o episódio, que é a formação do ódio e desavenças durante a guerra, é como isso, em algum momento, para de importar, porque quando a raiva encontra-se instaurada, nem precisa mais de motivo para ser liberada, o que é reforçado na conversa que Rhaenyra, e Rhaenys, e mais à frente, entre a primeira e Alicent, que será discutido mais à frente.
Individualmente, apesar de ser o destaque individual deste capítulo, Daemon ainda parece um pouco apagado na série, onde ele teoricamente deveria ser um dos protagonistas. A "invasão" do Castelo de Harrenhal, vem então para tentar dar um maior momento solo maior para o pesonagem, mesmo que acabe soando um pouco cômica, em relação ao episódio, mas acaba conseguindo desembocar na exploração de seu orgulho, e como a conquista dos aliados para Rhaenyra vem mascarar seu erro prévio, o que liga à uma cena que chegou para surpreender, até com o o retorno de Milly Alcock, de forma bem breve.
Em relação aos Verde, temos apenas uma progressão natural do que vem sendo comentado anteriormente, principalmente relacionado à infantilidade de Aegon como o atual rei, ou Criston Cole, que pelo menos demonstra não ser um total incompetente. Acho que o mais prejudicado, por enquanto, é Aemond, que não realmente fez nada de muito relevante, e tem poucas cenas reservadas para si mesmo. Diferente de Daemon, ainda necessita de seus próprios momentos, mas que devem estar reservados para frente.
Apesar de não realmente desperdiçar nenhum momento em sua longa duração, a série ainda parece perdida em lidar com algumas de suas próprias histórias. Como dito na semana passada, ainda há muito tempo (Mais de 5 horas) para conseguirem lidar com os pedaços que vão sendo apresentados, mas em meio à um mar de núcleos, alguns acaba por virar facilmente notas de rodapé, enquanto outras pontas parecem ser apresentadas à cada episódio. Ainda tenho total confiança em como os roteiros podem fechar cada um desses subplots, mas isso criou um sentido de urgência em como pode afetar as qualidades dos capítulos subsequentes.
Mesmo que tivesse um pé atrás sobre como pudesse ser realizada, acho que a sequência final, na discussão entre Rhaenyra e Alicent, como comentado anteriormente, são as que mais resumem bem as personagens nessa ótima "trocação" entre Emma D'Arcy e Olivia Cooke. O que deveria ser uma cena sobre paz, é aquela que genuinamente, através do orgulho, confirma a guerra.
Em geral, O Moinho Ardente, vai seguindo nos mesmos passos dos dois episódios anteriores em qualidade, mas por enquanto, também deixa uma espécie de gosto amargo na boca sobre como a série pode estar levando algumas de suas pontas soltas, e como elas devem ser resolvidas.
NOTA: 7,5
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