Tensão e silêncio viram personagens em ótimo derivado de uma das melhores franquias de suspense/terror que temos hoje em dia.
Gostaria de agradecer a Paramount Pictures Brasil por convidar a gente para assistir o filme na cabine de imprensa. O filme já está em cartaz nos cinemas brasileiros.
Acompanhe uma mulher durante os aterrorizantes primeiros minutos da invasão alienígena na cidade mais barulhenta do mundo, Nova York.
Em 2018 se iniciou a franquia “Um Lugar Silencioso”, com um filme de suspense super intrigante e original que pegou todo mundo no pulo com esse universo e premissa sufocante que deixou todos na ponta da cadeira. Basicamente apresentando um mundo pós-apocalíptico onde aliens ferozes invadiram a terra e rastream humanos através de sons. Com o sucesso, o filme escrito, dirigido e estrelado por John Krasinski (The Office, Jack Ryan) e produzido por Michael Bay (Transformers, Armageddon) logo ganhou uma continuação lançada em 2020, e com essa expansão da franquia logo veio o anúncio de que a Paramount queria criar uma prequela com novos personagens.
Baseado em uma ideia original de Krasinski, o diretor Jeff Nichols (Um Amor Bandido, O Abrigo) inicialmente foi contratado para dirigir “Um Lugar Silencioso: Dia Um”, mas diferenças criativas surgiram e o levaram a abandonar o projeto. E foi aí que o ótimo diretor Michael Sarnoski (Pig, Olympia)entrou na jogada e aceitou o trabalho de dirigir e co-escrever o filme, que é assim como o título diz, mostra o primeiro dia da invasão alienígena que veio a abalar a humanidade deste universo.
Uma das melhores sacadas foi ambientar o filme na cidade de Nova York, onde o silêncio total é impossível e a quantidade gigante de pessoas torna o caos ainda maior quando a invasão começa. É uma mudança bem drástica de cenário considerando que os filmes anteriores se passavam em reservas fechadas em florestas.
A protagonista do filme, Samira, vivida pela sempre ótima Lupita Nyong’o (Pantera Negra, Nós) é uma mulher que sofre de alguns problemas de saúde que a levam a viver em constante dor. De início o filme foca de maneira interessante na sua vida e personalidade, e em pequenos traços como o amor que ela tem por Pizza, que vem a ser no fim do filme um dos elementos mais bonitos e diferenciais deste capítulo da saga.
Falando na saga, a expansão de universo é bem bacana embora eles decidam focar no grupo de personagens que estamos acompanhando (ainda bem). A cena das criaturas chegando é aterrorizante, e embora bem pouco, temos cenas intrigantes que mostram mais de como elas agem em grupo, se alimentam e produzem ovos para proliferar a sua espécie.
Outro personagem curioso é Eric, interpretado por Joseph Quinn (Stranger Things, Game of Thrones) que é uma espécie de alívio cômico. O ator faz um bom trabalho mas parece que sua única função narrativa é fazer com que a protagonista revele um pouco de seu passado e crie facilitações narrativas para encerrar a história da maneira como os roteiristas queriam.
Porém, um dos grandes destaques é o gato da personagem de Lupita, que rouba todas as cenas em que aparece. Não só ele traz uma fofura e leveza, mas uma tensão pois um animal não consegue distinguir o perigo em que a humanidade está e a qualquer momento pode fazer um barulho e atrair os monstros, gerando uma dinâmica incrível. Já o resto do elenco é bem competente, com a adição breve de Alex Wolff (Hereditário, Pig) e o retorno do personagem do segundo filme vivido por Djimon Hounsou (Guardiões da Galáxia, Gladiador).
O silêncio já era um personagem de importância nos filmes anteriores, mas aqui ele ganha toda uma camada maior junto com a tensão constante de não poder fazer o mínimo barulho. E isso se amplifica já que constantemente temos sequências desesperadoras de pessoas sendo mortas pelas criaturas e não existe forma de lutar contra elas (pelo menos as pessoas não sabem ainda, já que os métodos foram apresentados anteriormente).
Michael Sarnoski conquistou todo mundo com “Pig - A Vingança”, o seu filme lançado em 2021 estrelado por Nicolas Cage (O Senhor das Armas). Aqui ele tem o controle completo de tudo e sabe trabalhar muito bem em todos os aspectos que o filme exige, como a construção de atmosfera e tensão. Um diretor bem competente para todo mundo ficar de olho em seus futuros trabalhos. Gostei muito também de como o diretor de fotografia Pat Scola (Pig - A Vingança, Sing Sing) filma a cidade e os cenários com o uso de luz e poeira para criar um visual bem lindo em meio a essa tragédia toda.. Destaque também para a trilha sonora de Alexis Grapsas (Empire: Fama e Poder) que tem um trabalho bem importante para a história do filme, coisa que é até difícil de se imaginar nesse cenário.
O fim é extremamente corajoso e condizente com o que tinha sido apresentado até então, e o diretor e roteirista soube encerrar de uma forma satisfatória que vai agradar a todos. Vamos torcer para que a franquia continue caminhando na direção certa, e até o momento apenas um terceiro filme seguindo a história principal está anunciado pela Paramount.
“Um Lugar Silencioso: Dia Um” não chega ao nível do primeiro filme, mas com toda a certeza é bem mais instigante que o segundo e principalmente é um derivado bom que expande a franquia sabendo ter uma identidade própria. Não sou muito de dizer isto, mas acho que a experiência de ver em uma sala de cinema engrandece a obra, e enquanto a franquia de “Um Lugar Silencioso” continuar a se expandir com produções de alta qualidade e que sabem se diferenciar, o público continuará comparecendo e prestigiando está que é uma das melhores franquias de horror/suspense que temos hoje em dia.
Nota: 7,5
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