Até que enfim Star Wars apresenta episódio empolgante que traz reviravoltas, desenvolvimento de personagens e cenas de ação empolgantes que dão um novo rumo para a série.
Em uma selva densa, os Jedi são postos à prova quando enfrentam uma escuridão crescente.
Depois da aparição do misterioso mestre Sith que está por trás de treinar Mae (Amandla Stenberg) e comandar o assassinatos de mestres Jedis, temos um episódio focado no confronto do grupo de jedis liderado pelo mestre Sol (Lee Jung-jae) contra esta terrível ameaça, enquanto Mae continua querendo arranjar um novo caminho e se reconectar com Osha.
Todo o episódio se passa em uma noite só e conta com uma ambientação e narrativa bem interessante que pela primeira vez se beneficia da sua curta duração. A tensão e terror do vilão contribuem para um dos episódios mais dinâmicos da saga até agora, que compensa os anteriores que desperdiçaram todo o potencial que essa história tinha.
Cenas de ação em Star Wars são sempre complicadas. As animações conseguiram criar várias marcantes, mas os filmes e séries live-action dificilmente saem da zona de conforto e entregam algo empolgante e diferente. Esta série no entanto tem apostado muito em combates e sequências que utilizam artes marciais orientais como o kung-fu, bem coreografadas e que estranhamente combinam demais com Star Wars.
No geral, a direção do diretor Alex Garcia Lopez (Demolidor, The Witcher) tem sido bem padrão (até demais) em episódios anteriores, mas seu trabalho aqui com as sequências de ação foram de cair o queixo e entregaram vários momentos que realmente me deixaram impressionado. As lutas de sabre de luz tem movimentações diferenciadas com um uso da força que a gente nunca chegou a ver em live-action antes. Gosto também que existe uma mescla de diferentes armas e estilos de combate nas lutas, dando muito mais opções.
E bom, não tinha como fugir de spoilers. Aqui é revelado a identidade do mestre de Mae: Qimir, ninguém mais ninguém menos que o atrapalhado colega dela interpretado pelo ator Manny Jacinto (The Good Place, Top Gun: Maverick). Não temos muitos detalhes de seu passado ou conexões com os jedis, mas admito que não vi esse twist chegando e a mudança na atuação de Jacinto é monstruosa, até sua fisicalidade muda. Estou realmente curioso para o que este vilão nos guarda.
Inclusive deixo aqui os destaques merecidos para os jedis Jecki e Yord, interpretados pela dupla Dafne Keen (Logan, His Dark Materials: Fronteiras Além do Tempo) e Charlie Barnett (Boneca Russa, Você). Nos trailers pareciam ser apenas mais personagens unilaterais genéricos de Star Wars, mas se provaram com bem mais coração do que pareciam. Suas mortes foram realmente surpreendentes e sentidas.
A atriz Amandla Stenberg (O Ódio que Você Semeia, Jogos Vorazes) tem um trabalho bem difícil de interpretar 2 personagens completamente diferentes nesta série, e fico impressionado como ela consegue entregar atuações tão distintas e únicas.
Mas se tem um personagem que realmente se destaca em todas as suas cenas é o mestre Sol, vivido pelo ótimo ator sul-coreano Lee Jung-jae (Round 6, A Nova Ordem). Ele sempre está calmo e mostra ser bem sábio, mas as suas decisões do passado vivem voltando para assombrá-lo, e aqui ficamos sabendo de um grande erro que ele cometeu no passado.
Apesar de focar bem mais na ação e revelações sobre o vilão, fico curioso para saber a onde a criadora da série, Leslye Headland (Boneca Russa, Quatro Amigas e um Casamento), pretende chegar com tudo isso. Esse episódio esclareceu vários caminhos para onde a série está indo e o que quer explorar, mas será que ela terá exito em entregar algo bem estruturado e satisfatório até o fim?
Se não estava claro até agora, o grande tema de “O Acólito” é a exploração do bem x mal mas não de uma maneira maniqueísta,e sim como duas visões distintas oferecem caminhos opostos que colocam as pessoas em um conflito. A dinâmica May x Osha exemplifica isso com cada uma tendo um ideal diferente que deve ser confrontado nesses últimos episódios.
Agora com Osha e Mae “trocadas”, vai ser muito interessante ver o desenvolvimento que as personagens terão e a possível troca de lado que elas podem sofrer. Enquanto Mae explora a verdade dos Jedi, Osha irá ver o lado dos Sith e quem sabe optar por um novo caminho da força.
Chega a ser refrescante ficar genuinamente empolgado com algo de Star Wars. “Andor” se mostrou ser um ponto fora da curva, e apesar dos primeiros episódios não tão auspiciosos, este quinto capítulo de “O Acólito” conseguiu entregar muitas coisas e renovar o meu interesse pela série. Ainda tem muito trabalho a ser feito, mas é bom ver algum tipo de frescor dentro de Star Wars sem ser com o que estamos habituados a ver.
Nota: 7,5
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