Universo Star Wars procura explorar novos arredores com os mitos dos Jedis com uma trama de mistério durante a época da Alta Republica
Star Wars tem estado em uma constante posição decadente devido a gestão questionável da Disney, que desde o final da trilogia sequel, reduziu esta que já foi uma das maiores franquias dos cinemas a uma série de prelúdios e derivados desinteressantes que ficam ainda mais patéticos quando tentam apelar para elementos de nostalgia com participações especiais de personagens irrelevantes para história mas que são reconhecidos pelos fãs que se contentam com este tipo de conteúdo.
A questão é que a franquia Star Wars tem passado seus últimos anos sem nada inovador para oferecer e se limitando a apenas séries do Disney+ com um público alvo bastante limitado a crianças entre 12 a 14 anos e sua tradicional fanbase que sempre teve um histórico problemático pela forma como eles tratam certos membros do elenco de suas produções e passam seus dias reclamando da "cultura woke" ao verem uma mulher ou uma pessoa não-branca em um papel de destaque.
Depois da decadência de The Mandalorian após sua terceira temporada, a perda de tempo que foi "O Livro de Boba Fett", a surpresa com Andor e outras produções como Ahsoka que foram no máximo razoáveis, surge The Acolyte, série criada por Lesley Headland (Single Drunk Female) anunciada em 2020 que acompanha a época da Alta Republica e portanto possui a capacidade de proporcionar algo novo e diferente por se passar 100 anos antes da Saga dos Skywalkers.
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Amandle Stenberg em "The Acolyte" |
Na trama da série que estreou lançando seus dois primeiros episódios de uma vez, acompanhamos Osha (Amandla Stenberg), uma ex-usuária da força com um passado trágico que optou por não concluir seu treinamento. Após ser acusada de ter assassinado outros Mestres Jedis, seu antigo tutor Sol (Lee Jung-jae) embarca em uma missão para investigar esta onda de crimes que o colocará contra uma perigosa guerreira de seu passado.
O primeiro episódio (Perdido/Encontrado) dirigido pela própria criadora da série serve seu propósito como um introdução para a história, mas falha em alguns aspectos de sua execução. Há um momento rápido porém bem ridículo em particular onde Osha salva a vida de um homem que foi descrito como um criminoso altamente perigoso que imediatamente a traí logo. Sem querer entregar muitos detalhes sobre o que acontece, mas o seu final acaba entregando que a série irá seguir um tópico muito clichê em tramas de mistérios e tudo o que resta despois é esperar para ver isso vai ou não ser bem trabalhado com o decorrer da temporada.
O segundo episódio (Vingança/Justiça) também dirigido por Headland, por outro lado consegue vender melhor a sua proposta de mistério por torna-lo mais interessante e ainda por cima proporciona cenas de ação muito bem coreografadas. Mas a boa execução desse capítulo acaba gerando uma dúvida, será que a série se beneficiaria melhor como uma obra caso não fosse associada ao universo de Star Wars?
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Lee Jung-jae em "The Acolyte" |
Além Amandla Stenberg no papel principal, o elenco principal da série também conta com Charlie Barnett (Arrow) como o Cavaleiro Jedi Yord Fandar e Dafne Keen (Logan) como a padawan Jacki Lon, mas quem realmente acaba se destacando é Lee Jung-jae como o Mestre Jedi Sol por conseguir convencer em seu papel como um professor simpático, habilidoso e compreensível de uma forma que remete a personalidade de Qui Gon Jinn.
The Acolyte pode não ser a produção que fará com que as pessoas voltem a ter interesse por Star Wars, mas apesar de seus deslizes e de algumas execuções não tão boas, a série tem potencial para proporcionar uma trama de mistério interessante e talvez até mesmo ajudar a franquia a sair da mesmice por apostar na ambientação de uma Era que até agora só havia sido explorada em livros e em alguns jogos.
Nota: 6,5/10
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