O Fórum Nerd foi convidado a conferir o filme em uma cabine de imprensa á convite da A2 Filmes.

Um grande nada em forma de filme que tenta reinventar um conto clássico transformando em um terror que te marcará pelos motivos errados.

Uma adolescente recentemente enlutada vai morar com sua avó em uma casa isolada na floresta, sem saber que forças sinistras se escondem lá dentro.

Sou 100% a favor de pegar obras clássicas e adaptar de formas diferentes em todas as mídias. E se tratando de grandes clássicos como “Alice no País das Maravilhas”, dá pra tirar muita coisa interessante de interpretações diferentes que ressignificam a obra, e um filme de terror baseado nesta não é uma ideia ruim no papel. Mas só pelo andamento do meu texto já dá pra perceber que esse não vai ser o caso aqui.

Aqui temos aquela história manjada de sempre: uma garota jovem e inocente vai morar com a avó depois de perder os pais em um acidente terrível. a casa velha e estranha isolada em um bosque nada amigável, com a avó que nunca conheceu parecendo ser doce no início, mas conforme coisas estranhas começam a acontecer, nem tudo é o que parece.

Tudo que se espera desse tipo de produção está presente: direção ruim, atuações inexistentes, tentativas de sustos forçados, produção capenga, fiapo de trama, subversão barata de ideias clássicas…

Existe uma vontade (que eu vou dar o braço a torcer, é minimamente interessante) de manter um clima de paranoia lúdico, que combina muito com Alice. Mas isso gera tantos momentos ruins que infelizmente estão marcados nos meus neurônios, assim como cicatrizes de guerra de um soldado que recém voltou do campo de batalha, que nem dá pra considerar algo bom.

O humor involuntário gerado quando os personagens clássicos de Alice aparecem no filme são outro show à parte. Quando o Coelho por exemplo aparece, sendo um cara aleatório usando uma máscara curta mal feita que parece sobra de um carnaval de 1997 com sangue falso falando e se comportando como um maníaco simplesmente surge do nada na frente de Alice, a única reação possível do espectador é dar boas gargalhadas. E isso acontece a cada 10 minutos quando um novo personagem é introduzido.

Eu realmente acho vergonhoso quando vejo pessoas clicarem ou se comportarem de maneira (como um certo crítico que vi dizendo que queria arrancar os olhos com uma colher quente após assistir um famoso blockbuster de 2024), pois dá pra exemplificar muito bem o seu ódio e desprezo por uma produção sem agir feito um histérico. Mas eu saio do meu pedestal e digo que desejo tudo de ruim para o diretor Richard John Taylor (A Caçadora de Auschwitz, A Cor da Vingança), e que ele nunca mais na vida chegue perto de uma câmera na vida, a não ser para filmar festas de casamento ou festas infantis, quem sabe ele ache um talento nisso.

O trabalho de direção é inexistente e literalmente qualquer um poderia ter assumido essa posição e ser pago só pra dizer “ação”. Não existe qualquer vontade ou esmero em nenhum aspecto deste filme, chega a ser impressionante. Figurinos, ângulos de câmera, fotografia, cenário e até a direção dos atores são péssimos.

Lizzy Willis que faz a sua estreia como atriz faz a cara de confusa em Alice muito bem, mas garanto que ela foi instruída a fazer isso durante o filme todo então acho que fez um bom trabalho, já a veterana Rula Lenska (O Heróico Covarde, Queen Kong) aposta na canastrice para interpretar a avó da protagonista que veja só é a grande vilã no final. O resto do elenco parecem agiotas a quem o diretor estava devendo muito dinheiro, mas que tinham um sonho de serem atores e obrigaram ele a escalá-los nos papéis coadjuvantes. 

Muito se fala daqueles filmes bizarros e tenebrosos do Ursinho Pooh que reimagina o personagem como um assassino clássico de slashers. Nunca assisti nenhum deles, mas pelo que eu vi apesar de toda a ruindade, existe um padrão (bem baixo) de produção. Mas sabe quando isso vira um diferencial tão grande mostra o tamanho do nada que “Alice no País das Trevas” realmente é.

Eu odeio quando usam esse termo, mas terei que me render pois não existe outra forma de descrever “Alice no País das Trevas” além de um “anti-filme”. Eu fui literalmente obrigado a assistir esse “filme”, e fiz para cumprir com a minha promessa e trabalho com o site, mas a todo momento vinha o pensamento de “Por que isto foi produzido?”, “Quem é o público disso??”, “Alguém paga ou se interessa por esse tipo de produção?”, sendo algo como eu nunca tinha visto ou presenciado antes na vida, e nem quero mais. Caramba, acho que vou começar a beber, quem sabe assim eu esqueço essa 1 hora e 20 minutos?

Nota: 0

O filme chegou aos cinemas brasileiros no dia 21 de março de 2024.

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