Num esforço para trazer mais trabalhos do escritor de livros infantis, Roald Dahl, para outras mídias, estivemos recebendo várias e adaptações e obras inspiradas nesses últimos anos, como os curtas de Henry Sugar, a adaptação musical de Matilda (que vem de uma peça que adaptava o livro original), e o filme As Bruxas, com Anne Hathway, e acabamos de ganhar mais um: Wonka.

Wonka é um musical, assim como Matilda, mas original para os cinemas. Sua proposta tem em contar, não simplesmente a origem de Willy Wonka, mas sim como sua Fantástica Fábrica de Chocolate veio a ser formada, tendo bem mais características em comum com o filme original de 1971, onde Gene Wilde foi o intérprete do personagem.

Com direção e história de Paul King (Paddington) e roteiro dele com Simon Farnaby, vemos o jovem Wonka (Timothée Chalamet) chegando a um pequena cidade europeia, após uma volta ao mundo parar estudar o chocolate. Enquanto vender seu incrível chocolate para a cidade, na GALERIA GOURMET, ele enfrenta o monopólio dos 3 grandes chocolateiros do "pedaço", e um contrato abusivo com uma dona de uma estalagem

Pelos trabalhos anteriores de King em Paddington, é muito bem possível entender de onde "vem" esse filme. É um filme para família. Não difamatório uso de ser um filme infantil ou que você teria que desligar seu cérebro para curtir, mas sim que é algo extremamente divertido. Ver Wonka, principalmente no cinema é algo verdadeiramente mágico, quase como difícil de explicar, como se você tivesse degustando um incrível chocolate.

Ele consegue ser conciso nessa aventura juvenil sobre a ascenção de Wonka, sendo bem simples, e talvez até previsível em certos momentos, mas, principalmente no humor e na fantasia apresentada, consegue, de certa forma, passar por cima disso, enquanto acompanhamos essa história.

Porém, Wonka poderia ter abraçado um pouco mais algo excêntrico, e de, certa forma, mas colorida. É interessante ver o jovem chocolateiro e inventor de máquinas absurdas, mas em geral, o mundo em volta dele fica muito aquém do esperado. Não exatamente referindo-se aos outros personagens dentro do filme, mas sim da estética em geral. É meio difícil, de certa forma, não querer comparar com a estilização dos 2 filmes anteriores, mas não é isso que estamos querendo fazer aqui. 

Isso de certa forma é refletido dentro do próprio protagonista. Entendível, óbvio, já que estamos ainda vendo o seu "eu" futuro em formação, mas aquele ar esquisito e mais misterioso, se perde em favor da extravagante inocência de um jovem sonhador, o que pelo menos é um tema dentro do filme, contrastando com a realidade mórbida de Noodle (Calah Lane), a co-protagonista.

Não que essa estética que eu tento invocar na crítica não exista no filme: Temos de exemplo, a segunda música, já na Galeria; a cena da abertura da loja Wonka mais para meio/final do filme, ou a música do trio de vilão principal, contudo, acho que cenas desse tipo deveriam ter sido mais presentes em geral. Isso também não quer dizer que todas as cenas músicas necessitavam de apresentações complicadas, exemplificando, mesmo que acabe de certa forma, fantasiosa, Noodle e Wonka cantando "Por Um Momento" é um momento bem simples e que nos aproxima mais dos personagens sem precisar ter um exagero, com as composições acertadas Neil Hannon

Em geral, os outros 4 personagens secundários, além de Lofty, o Oompa Loompa, são bem qualquer coisa ms servem seu propósito dentro da história. Já esse quinto último citado, não é preciso falar muita coisa. Pegando do visual do filme clássico, temos Hugh Grant fazendo uma tanto quanto "séria" quanto humorística aparição. Mesmo ele tendo poucas "sequências" dentro do filme, o personagem ainda consegue ficar preso na memória, não só por sua aparência esquisita, mas

Saindo dos personagens principais, em geral, os vilões conseguem ser a melhor parte do filme. Os 3 principais, que agem quase como uma unidade, mesmo o Sr. Slugworth (Paterson Joseph) tendo mais destaque, são incríveis, tendo o que considero o melhor número musical do filme, que os contracena com o delegado, interpretado por Keegan-Michael Key. Junto disso, temos o não-casal de vilões mais de propósito humorístico dentro do filme, com Olivia Colman e Tom Davis, que infelizmente não possuem um número musical único, mas entretém o quanto podem.

Ao final, até tinha pensado em dar uma nota menor no filme, mas quanto mais pensava nele, mas ele passeava de forma positiva, mesmo ainda tendo problemas relacionados a sua estética no geral, porém Wonka, pode não ter literalmente virado um dos meus filmes favoritos da vida, talvez nem desse ano em geral, mas ainda foi uma grande experiência.

NOTA: 8,5

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