Penúltimo episódio de Loki tenta criar trama engajante mas falha na execução, com tentativa triste de trazer preocupação com personagens apáticos.

Loki viaja linhas do tempo para tentar achar seus amigos, mas a realidade não é o que parece.

E chegamos enfim ao penúltimo episódio desta 2ª Temporada de “Loki”. É curioso pensar que de todas as séries da Marvel Studios para o Disney+, “Loki” é a primeira (e até agora única, sem contar What If…?) a ganhar uma segunda temporada. E quando vemos a histórias desses personagens continuar, é esperado que eles vão ter um desenvolvimento maior ou pelo menos sejam relevantes.

O episódio começa logo após o “bombástico” final do quarto onde aparentemente todos acabaram morrendo. Mas logo é revelado que cada um deles foi mandado para um período diferente de suas vidas, e resta a Loki salvar eles e o futuro da AVT.

E aí voltamos para o meu maior problema com a série: quase nada importa ou é realmente interessante. Eu não me importo com 80% dos personagens dessa série ou tenho a convicção de que isso tudo que está acontecendo vai ser relevante. E nem digo para o grande plano do MCU, mas para a história geral estabelecida desde o começo da primeira temporada. O roteirista Eric Martin (Loki, Heels), que está comandando essa temporada tem ótimas ideias, mas não sabe executar elas

Loki sempre foi um dos personagens mais legais do MCU, e ele passa por um arco que no papel é muito interessante, mas a forma como desenvolvem isso é pífia. Tom Hiddleston (Amantes Eterno, Os Vingadores) continua entregando na atuação, e dá pra ver que ele gosta realmente do personagem. O mesmo vale para o ator Owen Wilson (Marley & Eu, Meia-Noite em Paris), que esbanja o seu carisma e torna Mobius em um dos personagens recentes mais legais da Marvel. Uma pena que o mesmo não se aplique ao resto.

Sylvie (Sofia Di Martino) foi completamente jogada de lado e nem faz mais parte do time principal, B-15 (Wunmi Mosaku) só serve pra diálogos expositivos, Casey (Eugene Cordero) nem tem motivo para estar lá e OB só é um personagem mais interessante pelo carisma sem fim do ator Ke Huy Quan (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, Indiana Jones e o Templo da Perdição), mas fora isso ele serve apenas como um deus ex-machina. 

Mas se teve uma coisa que me deixou extremamente nervoso com o episódio foi essa forçação de barra gigante de tentar fazer a gente acreditar que o Loki e todos os outros personagens são amigos. No máximo, dá pra acreditar que ele é amigo do Mobius, mas dos outros?? Eles mal se conhecem ou viveram aventuras, e muito menos passaram tempo juntos. Como eles querem que a gente acredite que o Loki os considera amigos?? Uma forçação de roteiro furreca pra tentar criar um desenvolvimento de personagem.

E como ressaltei em outras críticas, a direção da dupla Justin Benson e Aaron Moorhead (Cavaleiro da Lua, O Culto) continua sendo muito boa e criativa, e fico realmente feliz que eles vão continuar trabalhando na Marvel comandando alguns episódios da nova série do Demolidor.

Se tem algo que continua bacana ao meu ver é a estética geral da série e os efeitos. Gosto dos escritórios da AVT de todo esse visual claustrofóbico deles. E todas as cenas com as coisas virando fios e desaparecendo ficaram bem bacanas e ameaçadoras.

O episódio termina com Loki percebendo que pode alterar alguns fatos do passado para salvar todos os seus “amigos”, e muito provavelmente ele vai tomar o posto de Aquele que Permanece e comandar a TVA no final. Pode até ser que eles surpreendam com uma grande reviravolta (e sabemos que pode acontecer pois tem trocentas variantes de Kang na jogada), mas esse deve ser o caminho mais lógico para eles encerrarem a trama da temporada.

Sei que sou parte de uma minoria, mas infelizmente não estou amando essa temporada de Loki. Achei a primeira muito mais engajante e interessante durante boa parte dela, que decaiu apenas no último episódio onde virou um show de frustração e diálogos expositivos. Sinto que essa temporada carece de um controle criativo maior e um planejamento a longa escala (coisas que estão bem em falta na Marvel, como bem sabemos). De qualquer jeito, todo o drama desses personagens não me convenceu nada, mas sinto que houve pelo menos uma tentativa nobre de criar uma trama auspiciosa. Resta ver como vão encerrar de fato essa história no próximo episódio, e se uma terceira temporada vai acontecer.

Nota: 6.5

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