Novo derivado abre terreno para a próxima temporada de "The Boys" apresentando as mesmas qualidades que as da série principal


No arco Hora de Partir da polêmica HQ "The Boys" criada por Garth Ennis e Darick Robertson, fomos introduzidos à equipe dos G-Men e suas diversas divisões problemáticas. O grupo é uma paródia deturpada do X-Men da Marvel formado pelo filantropo John Godolkin, que deveria servir como uma espécie de Professor Xavier para este universo. Na realidade, ele sequestrava crianças de suas famílias e injetava o infame composto V nelas , assim transformando sonhos inocentes em pesadelos traumáticos. 

Curiosamente, com o enorme sucesso da adaptação produzida pela Amazon Prime Video, uma nova série ambientada no mesmo universo foi anunciada quando The Boys ainda estava em sua segunda temporada. Na época, tudo o que se sabia sobre o derivado era de que iríamos acompanhar um grupo de jovens estudantes de uma universidade exclusiva para supers. E agora, seguindo diretamente os eventos do terceiro ano da obra principal onde lidamos com o Soldier Boy de Jensen Ackles, "Gen V" finalmente está entre nós, mostrando ser tão engajante quanto violenta e sangrenta.

Jaz Sinclair como Marie Monreau 

Em seu enredo, a jovem Marie Monreau (Jaz Sinclair) é aceita na Universidade Godolkin com a ambição de se tornar a primeira mulher negra a se juntar aos Sete, a principal equipe de super-heróis da Vought International. Marie faz amizade com vários outros alunos supers, tais como Emma (Lizzie Broadway), Andre (Chance Perdomo), Jordan (Derek Luh/London Thor), Cate (Maddie Phillips) e Luke (Patrick Schwarzeneggger) que competem pelo maior ranking do campus. Entretanto, quando os segredos obscuros da universidade vem à tona, eles precisam decidir que tipo de heróis eles querem ser. 

Patrick Schwarzenegger como Garoto Dourado 

Mesmo acompanhando indivíduos diferentes que os da equipe de Billy Bruto (Karl Urban) em um cenário bastante incomum, o derivado consegue preencher o vazio dentro daqueles que aguardam pela próxima temporada de The Boys por passar sensações familiares que só existiam na série principal e por possuir um texto que torna sua trama melhor do que ela realmente é. Vale ressaltar que nenhum dos protagonistas chegou a existir nos quadrinhos de Garth Ennis, são todos personagens originais com suas próprias histórias que carregam um peso dramático muito eficaz.

Jaz Sinclair e Lizzie Broadway como Marie e Emma

Assim como a série principal, o derivado também satiriza as produções de super-heróis de uma forma que acaba se tornando uma reinvenção das mesmas. Alguns personagens possuem poderes que já foram vistos várias vezes antes, porém com reviravoltas trágicas e interessantes, por exemplo, Emma pode mudar de tamanho, mas ela precisa vomitar constantemente para ficar pequena, enquanto Jordan é interpretado por dois atores por ser não-binário e ter o poder de mudar a aparência entre um homem e uma mulher quando se sente a vontade. 

A principal diferença entre as duas produções é que enquanto acompanhamos as pessoas normais que foram afetadas pelos danos colaterais causados pela irresponsabilidade e ganancia dos super-heróis em "The Boys", no derivado vemos tudo pelo ponto de vista dos supers que ainda acreditam que podem ser heróis de verdade. Isso fica muito evidente quando percebemos que certos personagens que servem como antagonistas por boa parte em Gen V, muito provavelmente teria sido tratada como uma heroína (com ressalvas) na série lhe deu origem.   

Jensen Ackles como Soldier Boy

Algo do qual a audiência de The Boys precisa estar ciente é da intertextualidade com Gen V, pois a série apresenta elementos que muito provavelmente serão importantes para a quarta temporada, assim correndo o risco dos espectadores que não viram o derivado ficarem desatualizados sobre certos eventos. Isso sem falar nas participações especiais dos personagens da obra principal que passam uma sensação de empolgação bem semelhante ao que o MCU costumava transmitir em seus primeiros anos, mas que também são bastante importantes para a história em alguns casos. 

Apesar de um bom desenrolar na história, principalmente em relação aos arcos de personagens como Marie, Cate e Sam (Asa Germann) mesmo ainda tendo episódios de duração mais curta que os da série principal, a primeira temporada termina sem dar uma conclusão apropriada para certas tramas de uma maneira que embora entregue vários momentos surpreendentes, fica intencionalmente frustrante justamente para abrir terreno tanto para o segundo ano de Gen V, quanto para o próximo de The Boys. 

Jaz Sinclair como Marie Monreau

Há vários momentos onde Gen V parece ser ainda mais gráfico que a série que lhe deu origem, porém mesmo sendo do mesmo universo e apresentando conexões importantes para o futuro, o derivado ainda consegue passar uma sensação diferente e ter sua própria identidade com o novo núcleo de personagens que é apresentado. Assim não só enriquecendo ainda mais o mundo de The Boys por manter uma qualidade consistente com o mesmo, como também ajudando os espectadores a criarem mais expectativas pelo o que esta por vir.   



Nota: 9/10

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