Variante de Kang é destaque em mais um episódio morno da série, que ainda não conseguiu se encontrar (mesmo estando na metade).

Loki e Mobius buscam o relógio de desenho animado favorito de todos enquanto tentam salvar a AVT.

Loki até agora tem se mostrado um bom retorno não só após a 1ª Temporada que agradou a maioria dos fãs, mas por ser uma sequência direta do primeiro ano sem precisar de amarras com nenhum projeto duvidoso da Marvel Studios lançado nesse período. Ponto positivo para o roteirista principal Eric Martin (Loki, Heels) e a equipe de roteiristas.

Já estamos na metade da temporada, e a história continua avançando (a passos de tartaruga) para um caminho incerto mas curioso. Finalmente somos introduzidos a uma variante de Kang: Victor Timely, também interpretada por Jonathan Majors (Lovecraft Country, Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania).

A dinâmica de Loki (Tom Hiddleston) com Mobius (Owen Wilson) é um dos pontos mais legais dessa série, com ambos tendo um carisma gigante. Mas o mesmo não pode ser dito de Sylvie (Sophia DiMartino), que infelizmente sempre que aparece deixa todo o ambiente mais chato e perdido.

Timely é um caso curioso, pois é a terceira (ou sexta, se considerarmos a cena pós-créditos de Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania) versão variante do vilão Kang que somos apresentados, sendo que ele é o grande vilão dessas novas fases do universo Marvel. Ele é um inventor picareta do passado.

Não sou fã da atuação de Majors em nenhuma das suas interpretações do personagem, e nem estou falando isso por conta da polêmica que se envolveu ao agredir a sua namorada, mas sim pois achei todas caricatas e forçadas. É inegável que ele tem um alcance grande como ator, mas aqui a sua interpretação foi tão caricata e forçada que me tirava constantemente da história. Todos os seus trejeitos e afetações desesperadas para criar um personagem diferente eram só óbvias e destruíram qualquer interesse nele. 

O que mais vem me incomodando na temporada é o quão nítido fica que eles estão esticando uma história para ela ter a duração de 6 episódios de 1 hora. Sabemos que esse tem sido o modus operandi da Marvel Studios, mas aqui é a prova viva de como essa fórmula compromete até as melhores de suas ideias, e que bom que eles vão mudar isso em produções futuras.

A Sra. Minutos (Tara Strong) acaba sendo um dos grandes destaques da série, sendo obviamente construída para ser a grande antagonista desta temporada. Desde a primeira temporada eles tentam construir ela para ser uma personagem de desenho animado clássico com tons de terror, e aqui é apresentado que ela é também apaixonada pelo seu criador, com uma cena mal executada de terror onde ela se declara para ele enquanto se projeta em um manequim. 

A personagem Ravonna (Gugu Mbatha-Raw) também volta. Ela tinha um papel interessante na primeira temporada, sendo a juíza da AVT que claramente estava escondendo coisas. Aqui ela é reduzida a uma capanga que está mais perdida do que cego em tiroteio, e protagoniza cenas vergonhosas onde é constantemente enganada mas continua ajudando a Sra. Minutos. E pior, eles tentam gerar uma relação entre ela e Mobius que não funciona de jeito nenhum.

Gosto muito da dupla de diretores Justin Benson e Aaron Moorhead (Cavaleiro da Lua, O Culto), que estão dirigindo todos os episódios dessa temporada. E mesmo eles tendo feito um ótimo trabalho até agora, esse terceiro episódio foi o mais fraco no quesito direção, com cenas de ação pífias e perseguições nível Scooby-Doo. O que realmente mantém o nível alto é a trilha sonora original da compositora Natalie Holt (Obi-Wan Kenobi), que é atmosférico e muitas vezes rouba o protagonismo das cenas.

O visual geral continua impressionante e único. A base da AVT é simplesmente linda e cheia de detalhes, e a reconstrução de época feita nesse episódio é ótima, mostrando que a série mantém um cuidado com a parte estética, e o mesmo vale para o cgi, que está bem decente.

O episódio termina com o resgate de Timely, e um gancho com Ravonna e a Sra. Minutos de volta no castelo de Aquele Que Permanece, e resta saber o que as duas irão descobrir naquele local.

Depois de tanto sofrimento com as outras séries da Marvel, é bom ver que mesmo estando na metade dessa 2ª Temporada de “Loki” continua se mantendo agradável e realmente interessante. A trama pode avançar de forma truncada e fica nítido que eles ainda não se acharam, mas apesar disso a série está longe de ser um desastre, e vejo o potencial para uma evolução, e final promissor.

Nota: 6,5

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