Chegando quase ao seu fim, a série continua tão interessante e empolgante quanto assistir tinta secar.

Fury reúne seus aliados, Gravik lida com a inquietação.

Enfim chegamos ao quinto e penúltimo episódio de “Invasão Secreta”, a nova série de espionagem da Marvel Studios para o serviço de streaming Disney+ e criada por Kyle Bradstreet (Mr. Robot). O episódio continua a história de Nick Fury (Samuel L. Jackson) e o skrull Talos (Ben Mendelsohn) lutando contra uma célula rebelde de skrulls que estão tentando conquistar a terra e acabar com a humanidade.

Após a morte até que surpreendente e desperdiçada de Talos, temos a continuação do confronto de Fury na sua jornada para salvar o presidente dos EUA e derrotar o grupo de Skrulls liderados por Gravik (Kingsley Ben-Adir).

Eu poderia simplesmente fazer um Ctrl + C e Ctrl + V na minha análise do terceiro episódio, já que a história avança a passos de tartaruga e se recusa a desenvolver esses personagens. O roteiro de Bradstreet é um dos mais sem graça e genéricos de todo o MCU (e olha que a competição é bem forte), e ele a cada episódio prova que não tem a menor noção do que está fazendo, de como criar esse clima de paranoia e trabalhar os personagens.

É só ver o arco de G'iah (Emilia Clarke), que passa de uma garota rebelde que quer desafiar o pai e acredita no plano de Gravik, para se rebelar e voltar a trabalhar com Fury e os humanos em um piscar de olhos, sendo que ela sabia muito bem o que estava fazendo. E na realidade, nenhum personagem nessa série tem um arco bom, até o Talos e o Fury que tinham algo a se desenvolver são jogados em escanteio.

A agente  Sonya Falswoeth, interpretada pela incrível Olivia Colman (The Crown, A Favorita) volta nesse episódio com mais tempo de tela, e a personagem parece ser a única que realmente sabe tomar ações. Entretanto, do mesmo jeito que ela toma as rédeas da situação, a sua personagem é uma das mais caricatas e afetadas da série toda, e nem o talento sem fim de Colman salva ela.

Já o núcleo dos Skrulls continua sendo outra decepção gigante. O motim de centavos constrangedor dos Skrulls contra o Gravik que durou 5 minutos, e a invasão dos Skrulls na casa da Priscilla Fury (Charlayne Woodard), sendo que eles podem se transformar em qualquer pessoa, e se vestem como ninjas da SWAT com armas, são as coisas simplesmente “intankaveis” que só geram boas gargalhadas. 

Ali Selim (O Verdadeiro Amor, Condor) continua entregando uma direção cansada e sem qualquer inspiração. Existe no entanto uma boa sequência de ação onde Gravik é cercado e traído por diversos Skrulls que tentam matá-lo. Foi um breve lampejo de vida e interesse, uma pena que o resto da série é tão sem sal e continua ajudando a combater a insônia.

Existe também uma participação especial do ator O-T Fagbenle (The Handmaid's Tale, The First Lady), reprisando o seu papel de Rick Manson do filme da “Viúva Negra” de 2021. É um cameo de um personagem completamente irrelevante do MCU que aparece por 20 segundos para cumprir um papel que não precisava ser mostrado, sendo apenas mais uma tentativa patética da Marvel de criar uma comoção e gritaria dos fãs.

O episódio se encerra com o “grande retorno triunfal” de Nick Fury, com seu tapa olho, jaqueta e armas, prometendo um confronto final com Gravik, que não poderia ser mais desinteressante.

Um episódio para o fim, “Invasão Secreta” continua entregando absolutamente nada. É um desperdício de uma premissa muito interessante dentro de um universo que tem possibilidades infinitas, e um elenco bem competente, com um roteiro tenebroso e direção fraca. É uma prova de que o estúdio precisa reconsiderar suas produções e quem contrata para escrever e dirigir.

Nota: 3.5

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