Finalmente a batalha por Mandalore começa e o ressurgimento do Império se inicia.
🚨🚨POSSÍVEIS SPOÍLERS!!🚨🚨
Chegamos na prometida batalha pelo controle do planeta natal dos Mandalorianos, após episódios de enrolação com aventura aqui e ali e que apreciam não se conectar mais ao que estavam fazendo, o episódio de hoje é o mais frenético e estruturalmente o mais próximo de um episódio de O Mandaloriano que tivemos, sem tramas paralelas e caminhos no meio do caminho principal. Mas a pergunta é, será que o final da temporada será recompensador perante uma temporada dividida?
Com as duas tribos unidas, Bo-Katan Kryze e Din Djarin retornam a Nevarro para se reunirem em uma frota estelar para retornarem a Mandalore e reivindicar por direito o planeta deles, mas não esperavam que no subsolo do planeta estavam lá imperiais a espera deles em sua base imperial comandada novamente pelo Moff GIdeon (Giancarlo Esposito) retornando novamente em mais um penúltimo episódio como de lei.
O maior desafio deste episódio foi finalmente conectar tudo o que foi apresentado nesta temporada para culminar nos eventos que seguiram aqui e vão seguir para o último episódio, a narrativa finalmente ganhou peso necessário para o avanço de construção do real perigo dessa temporada, o episódio nos leva para as ruas de Coruscant, cheia de neon, novamente aludindo a Blade Runner, onde vemos Elia Kane passando informações para o holograma do agora ex detento da república Moff Gideon, que sem dúvidas foi um dos pontos altos nesse episódio, a volta do Giancarlo para esse personagem estava sendo construída com o tempo mas vê-lo pessoalmente sempre passa uma imponência que sequer o Mandaloriano mais raiz da equipe do Mando e Bo passam nos episódios anteriores. Vemos aqui a verdadeira intenção de GIdeon, no conselho das sombras com os senhores de guerra remanescentes do império, entre eles o Capitão Pellaeon (Xander Berkeley) que só apareceu nos livros da trilogia Thrawn e o pai do Armitage Hux, Brendol Hux (Brian Gleeson) que é responsável pelo projeto necromancer, o projeto de clonagem que possivelmente envolve conexões com a trilogia sequencial, queiram os fãs ou não.
Essa cena de início é ótima para contextualizar tudo o que foi deixado de lacuna nas duas primeiras temporadas e enfim se formando no que parece o crescimento as escondidas do império, numa galáxia agora governada por um modelo não muito eficiente já que, bem, sabemos do futuro né, mas o caminho para esse futuro é interessante, a história nos cria o senso de urgência desses remanescentes do conselho em construir um novo império baseados numa figura forte, mesmo que ela tenha falhado antes, mas ela seria o ideal para o agora, não a toa a citação direta de Thrawn aqui representa a lealdade deles por alguém que sem dúvida alguma foi um dos mais fortes na época imperial, ao lado de Palpatine, Tarkin e Darth Vader.
Quando os Mandalorianos estão em seu planeta, vemos aqui uma boa construção de caráter feito pelo roteirista, descobrimos mais do expurgo de Mandalore e como Bo Katan entregou fácil seu planeta ao império, não por covardia, nem por falta de esperança, mas pelo seu povo, mostrando que de fato é a personagem que mais teve construção nessa temporada facilmente e que cresceu com passar da série, ela tinha um peso que parece ter se soltado no diálogo do banquete, e a aceitação de seus colegas, principalmente do protagonista Din, agora se provando leal a ela. Seguindo com o episódio ao chegar em Mandalore nos deparamos com mais sobreviventes mandalorianos, um deles sendo o Skinny de Breaking Bad (Charles Baker) que ajudam na retomada do planeta, enfim somos levados para baixo do planeta, onde é revelado que tem uma base gigantesca imperial estabelecida no planeta, revelando que era ali que os imperiais agora se refugiam, ou pelo menos uma parte deles, assim somos levados a emboscada do episódio, o maior ataque surpresa que eles sequer imaginavam.
E é aqui que Rick Famuyiwa faz o seu melhor episódio da série de todas os seus episódios anteriores, ele nunca foi o mais ilustre se comparado a Bryce Dallas ou os diretores convidados, mas mostra que quando o assunto é ação e tensão ele conseguiu extrair o seu melhor aqui, com transições adequadas de divisão entre os grupos, na batalha contra os novos Dark troppers que agora tem armaduras de beskar e jetpack embutidas, mesmo que ainda sejam fáceis de se derrotarem. O ataque, a fuga, a emboscada, tudo bem posicionados para enfim irmos ao clímax do episódio com a revelação de um Moff Gideon vestido de mandaloriano (com direito a um capacete com chifrinhos) e capturando Din como seu prisioneiro, deixando aqui novamente a atuação de Giancarlo, embora seja caricatural, brilhar, enfim vemos que seus planos parecem bem diferentes do restante dos remanescentes imperiais vistos no início da película, já que seu plano é construir uma nova raça combinando o melhor da clonagem de jedi e mandaloriana, mostrando que Gideon tem cartas escondidas para seus próprios planos pro futuro, talvez uma resposta oposta aos planos de por Thrawn no poder? será que veremos Gideon vs Thrawn.
Mas o momento mais impactante é o sacrifício do Paz Vizsla (Tait Fletcher) em uma cena de luta alerta algo de ruim vai ocorrer com esse personagem e de fato ocorre com a introdução dos Pretorianos novamente a franquia, que simplesmente fazem espetinho de Vizsla aqui, seu ultimato aqui foi útil para não só dar um fim a treta histórica entre as casas Kryze e Viszla mas também em honra não só a seu clã mas a lealdade despertada recente e honra de Bo Katan recentemente e isso vai fluir por todos os outros Mandalorianos que ali estão, Paz Viszla foi perfeito para criar agora uma desejo de dívida com Bo Katan em derrotar a frota de Gideon perante a morte que simboliza a paz de clãs enfim, e não posso deixar de falar que o clã Viszla é o mais foda de todos.
Por último mas menos importante para o episódio, o grande iceberg dessa temporada foi o pequeno Grogu, que sabemos que a temporada não sabe o que fazer com ele, hora deixavam ele observando com carinha fofa toda instante hora ele ficava com alguém cuidando dele e ele tendo que ser salvo mais uma vez, hora ele faz alguma coisa mas por conveniência, por parte do roteiro, Favreau decide dar ao Grogu uma espécie de Mark 1 com a carcaça sem vida agora de IG-11 que agora é 12, dado de presente pelo titio Karga (Carl Weathers) que assumiu o papel agora como tio babão enquanto Din é o pai raivoso. É um momento extremamente desnecessário e parece não haver conexão alguma com o restante do episódio, já que não há um impacto real nisso a não ser mais momentos de fofura e agora o Grogu vai poder falar, de forma limitada, Sim e Não para tudo de hoje em diante, psé, é simbólico, como duas figuras que foram as mais lembradas da série, Grogu e ig-11, estão fundidos em um só agora, representando como essa temporada não consegue se desapegar de seu passado, a sua função agora, é de pós produção, mas vamos ver, o próximo episódio vai ter que dar uma função a ele, dado agora que seu papai foi capturado.
Conclusão: Foi um ótimo episódio, finalmente deixaram lacunas feitas aqui e ao mesmo tempo revelaram lacunas anteriores e podemos ter o vislumbre do que vai culminar na chegada da Primeira Ordem, o que o título do episódio significou? existem espiões entre os Mandalorianos (lembrando que a Armeira simplesmente sai dando tchau e bença primeira que todos os demais Mandalorianos presos ali, e faria sentido com tudo que vimos nos eps passados). Agora só resta que o final seja uma desculpa para os telespectadores, que esperavam mais dessa temporada, e que esperaram várias semanas de episódios fracos e desconexos, ou vai ser algo rushado vindo a galope e deixar um gosto amargo na boca.
Nota: 8,5
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