Apesar de ser um episódio regular, novo capítulo comprova o declínio da série
Recordo-me do primeiro teaser de The Mandalorian, um que conseguia com sucesso estabelecer uma atmosfera para a série que a diferenciava dos filmes e séries animadas da franquia. Estava clara a inspiração nos spaghetti westerns, uma fonte de inspiração para o George Lucas também na criação desse universo em seu primeiro filme. Era prometida uma história mais áspera, com cenas de capacetes de stormtroopers em estacas e do protagonista neutralizando seus alvos. The Mandalorian poderia ser muito mais interessante do que é agora, e é engraçado ver como a série mudou do que descrevi para as aventuras semanais de um pai solteiro e seu protegido fofo que tem a Força.
O verdadeiro problema que nesse episódio ficou mais claro foi o declínio na criatividade dos roteiros. Não que essa série precisasse ser revolucionária, mas ela não sai da sua zona de conforto, o pior sendo que nela não há nada de interessante. O Grogu é adorável, o Din Djarin não é um péssimo personagem e é até intrigante toda a trama da Doutrina, mas no fim nada é desenvolvido de uma forma significativa, tudo retorna ao status quo. O Grogu voltou após apenas dois anos de treino com o Luke Skywalker. Nenhuma mudança drástica é permitida, e isso torna a história estática, e tudo que é estático em uma narrativa é chato.
Não bastasse isso, os personagens parecem mais planos agora. A Bo-Takan é o exemplo mor disso. Sua agenda é composta por três horas ininterruptas sentada em seu trono em um castelo vazio fazendo cara de paisagem com uma pausa ocasional para ir ao banheiro. Ou pelo menos é isso que os dois episódios dessa temporada deu a entender. Uma personagem completamente desprovida de qualquer traço expressivo. E expressividade também não deve ser o forte da atriz Katee Sackhoff. O Din com seu capacete consegue mostrar mais emoções. Em partes isso também é por causa da voz do Pedro Pascal.
O que nos resta é ver algumas cenas interessantes de ação, mas que também demonstram como a criatividade se encontra em falta aqui. É combatezinho com monstro, com algo gigante, e que por mais que isso evoque aquele clima pulp que você espera de Star Wars, é feita de forma formulaica e sem um pingo de genuinidade. Os efeitos visuais até que estão bons, mas isso não é o suficiente pra convencer alguém.
Quando o Jon Fraveau começar a elaborar tramas melhores, explorar mais seus personagens ao invés de tentar explicar a mitologia do septuagésimo sétimo planeta da galáxia, criar conflitos que estejam fora do status quo já definido pela série e que ela segue a risca já por três temporadas, talvez eu volte a ficar mais animado para ver a série.
Nota: 5,5
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