O mais recente episódio da série da HBO eleva a relação entre Ellie e Joel e nos prepara para os desdobramentos finais do show.
O enredo de The Last of Us sempre foi mais focado nas relações humanas do que qualquer outra coisa e, provavelmente, se você chegou até o episódio desta semana, já deve ter percebido isso. Até aqui, já tivemos Bill e Frank, Henry e Sam, além da estreante Kathleen. Mas é o sexto episódio, dentre todos os outros, que mais se dedica em desenvolver a profunda ligação entre Ellie e Joel.
A trama começa com um salto temporal de 3 meses em relação aos eventos angustiantes que culminaram no suicídio de Henry no quinto episódio. Agora, encontramos Joel e Ellie em um cenário repaginado. Aqui temos o primeiro grande destaque do capítulo: a belíssima fotografia que é construída com a ambientação mais gélida. As paisagens que acompanhamos são de encher os olhos, sem dúvida, e todo enquadramento de câmera favorece takes estonteantes.
A seguir, Joel finalmente consegue encontrar com Tommy, seu irmão, em Jackson. A construção do pequeno vilarejo remete muito à estrutura do próprio game, com toques proeminentes do velho oeste americano e a introdução de Maria, a esposa de Tommy.
Intitulado “Parentesco”, o roteiro do episódio trabalha muito bem as nuances do termo, não apenas entre os irmãos, mas, sobretudo, na relação de Joel com Sarah, sua falecida filha, e seus sentimentos em desenvolvimento por Ellie. Nesse ponto da trama, é inegável a afeição que ele desenvolve pela garota, mesmo que seja difícil para ele admitir. Esse é, definitivamente, o episódio em que existe a maior interação entre eles, culminando, inclusive, na ótima cena em que os dois discutem sobre abandono e paternidade.
Para que toda a dramaticidade alcance seu objetivo, além do próprio roteiro, é claro, é crucial a ótima atuação dos nossos protagonistas, interpretados por Pedro Pascal e Bella Ramsey. A essa altura do campeonato, a escolha de ambos já se provou como extremamente acertada.
A seguir, o plot da semana se encaminha para o fim com Joel e Ellie partindo de Jackson para continuar em sua busca pelos Vagalumes. Quando ambos chegam ao destino, percebem uma estranha movimentação antes de Joel ser atacado por um desconhecido e ficar gravemente ferido. E talvez aqui resida o grande problema do episódio: a condução da sequência descrita é extremamente apressada e anticlimática, com o episódio terminando de maneira até mesmo abrupta. Não existe a construção real da sensação de perigo, principalmente para quem não é familiarizado com os jogos e não sabe que Joel foi atacado pelos Canibais - um grupo de sobreviventes importante para o desenvolvimento dos personagens principais.
No mais, a trama principal entra em standby por enquanto, pois o episódio 7 será dedicado a adaptar a DLC Left Behind, focada em Ellie e sua amiga Riley. Agora, o público poderá entender um pouco mais sobre como a personalidade da personagem foi se moldando até o momento em que ela conhece o Joel.
Em suma, Craig Mazin e companhia entregam mais um ótimo episódio e mostram como é possível boas adaptações de games serem produzidas.
Nota: 8,0
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