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Existem
alguns filmes que acabam se tornando um grande ícone na cultura popular: seja
por sua emocionante história, pelos grandes astros que integram o elenco e/ou
pela maravilhosa Trilha Sonora, dentre outros. São fatores que causam um enorme
impacto cultural e, com isso, ultrapassam as barreiras da longevidade,
envelhecendo super bem – desta forma, tais produções se tornam produções afetivas,
memoráveis e inesquecíveis, mesmo depois de vários anos.
É
justamente este o caso de “O Guarda-Costas”, um excelente filme com uma Trilha
Sonora maravilhosa e impecáveis atores; que ainda conserva magistralmente todo
o seu impacto cultural e legado mesmo depois de 30 anos. O aclamado thriller
romântico presenteia o público com uma emocionante história de amor entre duas
pessoas de forma inesperada – mas que, por um infortúnio do destino, precisam
colocar suas prioridades e responsabilidades profissionais em primeiro lugar em
meio a perigosas e misteriosas ameaças que colocam suas vidas em
risco.
Na trama, Frank Farmer (Kevin Costner, de “O Mensageiro”, 1997), é um ex-agente do Serviço Secreto que, agora, é um melancólico guarda-costas altamente eficiente e caro. Farmer é contratado para proteger Rachel Marron (Whitney Houston), uma cantora e atriz que está no auge da carreira e que foi indicada ao Oscar; e isso se dá porque ela começa a receber ameaçadoras cartas anônimas de um misterioso stalker. As personalidades dos dois colidem logo de início – pois, de um lado, Farmer é um rígido profissional que nunca baixa sua guarda, e Rachel, que sempre teve total controle de sua vida glamorosa, também quer ser completamente independente de rígidas regras.
Porém,
ao longo do tempo, Frank e Rachel acabam se apaixonando; mas ele não deixa esse
amor evoluir, já que, quando estão juntos, Rachel fica vulnerável.
Paralelamente, novas cartas ameaçadoras chegam e atentados perigosos acontecem.
A misteriosa pessoa que ameaça a vida de Rachel é implacável e não vai parar
por nada. Assim, Frank tem que triplicar seus esforços e empregar toda a sua
astúcia para descobrir quem é esse ameaçador misterioso e como pará-lo.
Dirigido por Mick Jackson (“Temple Grandin”, 2010) e roteirizado por Lawrence Kasdan (“Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida”, 1981), “O Guarda-Costas” é um romance policial sobre duas pessoas que, mesmo se apaixonando, acabam se confrontando por causa de seus estilos de vida completamente diferentes. Rachel Marron é uma mulher feliz que está no auge da carreira, adora estar sob os holofotes e desfruta de tudo do melhor, inclusive a adoração dos fãs. Enquanto isso, Frank Farmer é um melancólico ex-agente do Serviço Secreto que prefere discrição e passar despercebido, além de ainda não ter se perdoado da culpa em relação à sua incapacidade de proteger o presidente Ronald Reagan, que foi baleado.
A
colisão entre esses dois mundos distintos não poderia ser maior
quando a trama coloca tais personagens juntos. A estrutura narrativa da
produção exige que a cantora e o guarda-costas entrem em atrito já logo desde o
começo; haja vista que ela não quer que ele se intrometa em seu estilo de vida
e liberdade, e ele não tem paciência alguma por clientes que não cooperam com o
trabalho. Esse choque de realidade entre os dois personagens se intensifica
ainda mais por causa dos intensos métodos de proteção e segurança de Frank, em
contraponto com a indiferença aparentemente ingênua de Rachel sobre as
misteriosas ameaças feitas contra ela.
Por meio desse estilo narrativo apresentado na trama, é quase impossível não identificar uma certa arrogância no desenvolvimento de certos personagens. Note-se, por exemplo, a irresponsabilidade de Rachel Marron e de seu (falso) senso de invulnerabilidade. Percebe-se, também, a insaciável ganância do assessor de imprensa da cantora em arriscar qualquer coisa para aumentar a publicidade dela; e ele o faz independente de qualquer coisa.
A
inserção desses elementos narrativos do filme prova que nenhuma produção contém
personagens desnecessários ou supérfluos. Esse desenvolvimento narrativo, muito
bem construído ao longo do enredo, faz de “O Guarda-Costas” ser intrigante o
suficiente para se sustentar como um excelente thriller policial carregado de
suspense; pois a identidade da misteriosa pessoa responsável por ameaçar Rachel
é revelado somente nos momentos finais.
“O Guarda-Costas” é a estreia de Whitney Houston no cinema, e ela se sente bastante à vontade no papel, cativando o público com sua bela voz e músicas. Houston tem um magnetismo que vai muito além de sua presença de palco, com capacidade de entregar uma interação maravilhosamente calorosa em tela. Além disso, a personagem de Houston é bastante elegante, não importa o que ela esteja fazendo: seja brilhando no palco cantando ou extremamente assustada sob a proteção de Farmer. De qualquer forma, Rachel é um turbilhão que entra na vida de Frank e a transforma completamente – e a convincente atuação de Houston é o que contribui para ser bastante crível.
Na
mesma esteira, Kevin Costner – que, na década de 90, estava no auge da carreira
e era o astro preferido de Hollywood – entrega uma ótima e convincente
performance como um estoico e melancólico especialista em segurança. De forma
bastante intensa e cativante, o personagem de Costner é um embate de opostos à
personagem de Houston; e ambos têm uma química grande, conseguindo entregar
ótimas performances juntos. De forma mais profunda, o ator oferece um excelente
exemplo de como ele é ótimo em comunicar sentimentos através de um único olhar.
Além das atuações, é impossível não falar das músicas. A Trilha Sonora de “O Guarda-Costas” foi lançada em novembro de 1992 e possui seis canções de Whitney Houston; duas das quais foram indicadas ao Oscar 1993. Ao assistir “O Guarda-Costas”, fica fácil entender o porquê. O filme em tela consegue ser muito mais do que um mero veículo midiático para catapultar um dos maiores e fenomenais talentos musicais da época. A Trilha Sonora de “O Guarda-Costas” vendeu mais de 40 milhões de cópias em todo o mundo, se tornando um dos álbuns de Trilha Sonora mais vendidos de todos os tempos.
Além
disso, “O Guarda-Costas” foi indicado ao Oscar 1993, na categoria de Melhor
Canção Original, com as canções “I Have Nothing” e “Run To You”. No mesmo ano,
a Trilha Sonora do filme também foi nomeada para quatro prêmios Grammy, sendo
premiado com o Álbum do Ano (Trilha Sonora), Gravação do Ano (“I Will Always
Love You”) e Performance Vocal Feminina Pop (Whitney Houston, por “I Will
Always Love You”). Além disso, o longa foi indicado para vários prêmios no MTV
Movie Awards, incluindo Melhor Filme.
“O Guarda-Costas” é um thriller romântico que se tornou um enorme clássico de sucesso mundial. O diretor Mick Jackson e o roteirista Lawrence Kasdan apresentam uma emocionante produção que mostra o que acontece quando dois indivíduos de mundos sociais muito diferentes cruzam a vida um do outro – e, assim, como suas vidas podem ser sufocadas por uma paixão impossível e, também, pela intensa emoção de medo. Esta é uma preocupação comum a todos, que é sutilmente explorada ao longo do filme.
De
forma geral, é surpreendente que “O Guarda-Costas” tenha sido amplamente
criticado pela Crítica geral na época de seu lançamento, apesar de seu sucesso
– cujo orçamento foi de apenas US$ 25 milhões e arrecadou mais de US$410
milhões (o que é bastante em 1992). Mas, ao mesmo tempo, é claramente
perceptível o quanto a premissa do filme em tela serviria como modelo narrativo
para várias outras produções, lançadas posteriormente. Levando isso em
consideração, está mais do que provado todo o impacto cultural que o longa
conseguiu alcançar – conservando, magistralmente, seu legado ao longo de mais
de 30 anos. Conclusão: ao entregar um romance um tanto meloso (porém, muito bonito),
é inegável que “O Guarda-Costas” se consolidou como um excelente thriller
policial romântico com uma Trilha Sonora maravilhosa e atuações impecáveis.
“O Guarda-Costas” está disponível na HBO Max.
Nota: 10
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