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Nos últimos tempos, se você acompanha o mundo de filmes e (ou) vive na internet, ficou um pouco difícil não ouvir (ou, talvez ler) o nome M3GAN. M3GAN essa que é a protagonista de seu homônimo filme. Uma nova boneca assassina, não daqueles tipo Chucky, mas um novo tipo, que pega mais de obras de ficção científica e que cativou as pessoas através do marketing da boneca fazendo coisas que obviamente bombar na internet. Mas agora é a hora da verdade. a hora de descobrir do que a M3GAN é feita, além de peças robóticas, silicone e os tecidos para suas roupinhas, é claro.


Numa trama bem simples, acompanhamos a Genma (Allison Williams), uma mulher que trabalha como umas das principais mentes criativas e técnicas de uma empresa de brinquedos, a Funki. Enquanto trabalha num projeto que ela acredita que irá revolucionar a indústria como um todo, Genma acaba pegando a guarda de sua sobrinha Cady (Violet McGraw), que teve os pais mortos num acidente. 


Uma conexão entre as duas só acaba chegando ao Genma mostrar seu trabalho, que faz ela apresentar o tal projeto revolucionário, a boneca M3GAN, com um sistema neural extremamente sofisticado, e que é “linkada” a Cady. Porém, a conexão entre as duas começa a mostrar um lado estranho da boneca, e faz a menina se tornar um pouco apegada demais.


Entre os principais membros por trás da produção do filme temos James Wan, renomado diretor de terror, que aqui trabalha como produtor (e um dos membros a desenvolver a ideia do filme), com o também produtor Jason Blum, numa parceria entre suas empresas, Atomic Monster e Blumhouse. De diretores temos o neozelandês Gerard Johnstone e como roteirista temos Akela Cooper, que já trabalhou com Wan em outros projetos 


Mas bem, listar todas essas informações sobre a produção é importante para falar um pouco sobre o tom do filme. Tudo nos leva a indicar, sem antes ver, que M3GAN é um filme de terror, até o marketing já apontado leva um pouco para termos essa conclusão. Bem, não exatamente. Acho que M3GAN se encaixa mais num bloco de “comédia dramática (ou drama comédia) de ficção científica com pequenas pinceladas de um suspense”, exatamente energizado pela boneca homônima diretamente vinda do vale da estranheza.


Com tudo isso em mente, o roteiro não tem nada de extraordinário, nem nada de muito especial. Ele se leva como uma crítica meio satírica à como o uso de inteligência artificial vem separando e afetando as relações pessoais, incorporado na história de Genma e Cady, com a garota se deixando mais e mais ficar afetada pelo contato com a boneca, como se fosse sua única amiga. 


O filme tenta andar nessa linha tênue entre uns 3 estilos diferentes, nesse mundo de pseudo-ficção científica vinda de vídeos da internet sobre tecnologias absurdas serão lançadas nos próximos anos (Não vão), e não parece consegue trabalhar de forma satisfatórias muito eles. Não é exatamente sinal de chatice ou tédio por parte do que vamos vendo, até porque apresenta alguns elementos bem interessantes, que até conseguem levar o filme até um certo ponto, já que as partes interessantes acontecem mais para depois da metade, mas não consegue satisfazer todos os campos que tenta explorar.


Isso também é refletido um pouco no trabalho de Johnstone, que se destaca mais no final, principalmente no ato final, mesmo que durante o resto de tudo, tente um jumpscares bem fuleiro. Pelo menos, vários dos cenários, principalmente a sala de apresentações da Funki, com o contraste entre o vermelho e o branco, consegue se destacar muito bem.



Em relação aos personagens, Allison Williams consegue convencer bem em sua personagem, uma tia meio desconectada da vida, viciada com trabalho e que não consegue lidar com sua sobrinha, principalmente depois de um trauma com a perda dos pais. Já Violet McGraw, acho que o papel de Cady não fez muito para que ela pudesse realizar, e é entendível os elementos de comédia e que era para estarmos vendo uma “criança mimada e traumatizada”, num filme que devia ser meio sátira, mas não dá pra engolir totalmente algumas ações da personagem. 


Já a nossa robozinha é interpretada em dupla (sim, igual o Darth Vader) pela atriz mirim Amie Donald, com voz dada por Jenna Davis, numa dupla que funciona de forma perfeita do filme, que junto da aparência, consegue dar exatamente o ar de desconforto que a boneca precisava.


Os outros personagens são bem água de salsicha, onde os que valem mais citar são o David (Ronny Chieng), o chefe meio babaca de Genma, e seu assistente frustrado Kurt (Stephane Garneau-Monten), e por quê? Porque eles realizam, junto da boneca, um dos pequenos segmentos mais legais do filme, que, bem, também estão na parte final.


M3GAN talvez não seja o filme que muitos esperam, e não é ruim por isso. Ao mesmo tempo, não significa que é bom. Fica ali no meio para ser mediano, já que medíocre vem sendo muito usado numa conotação mais negativa, o que não acho que o filme realmente merece, porque ainda é uma boa diversão. Mas uma coisa foi certa, souberam vender esse filme como nunca, e agora teremos que engolir essa aberração robótica por mais um tempinho.


NOTA: 6,5


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