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OBS: Essa crítica contém spoilers

Em seu terceiro episódio, The Last of Us continua a surpreender de uma forma ainda mais significativa, quase como "atualizando" em qualidade o que já é uma grande história, e dando uma volta no pensamento de que a série só se "estabeleceria" por tentar ser uma adaptação que foca em fidelidade, apresentando uma das histórias mas humanas, e, de certa forma, felizes, até aqui.

No começo, com a cena de Joel fazendo uma espécie de torre de pedras, quase como algo para uma homenagem pra Tess, podemos ser levados a pensar que o episódio é exatamente sobre isso, seguirmos com a história e vermos totalmente como a perda da personagem, no episódio anterior vai afetar Joel, e seu atual relacionamento "precário" com Ellie (Bella Ramsey). Mesmo que isso de certa forma não seja mentira, só acompanhamos isso tanto no início, quanto na parte final.

Após vermos mais cenas de exploração entre Ellie e Joel, e vermos um pouco da personalidade da garota, através de seu encontro com um Infectado soterrado, eles encontram uma pilha de corpos jogados, que, de certa forma conecta-se diretamente ao primeiro episódio, e as atitudes extremas do atual exército, que comanda as zonas de quarentena, mas mesmo que aqueles corpos realmente não sejam os importantes, nos fazem pular para, de novo, 20 anos atrás, e nos apresentar para os protagonistas da vez.

Bill (Nick Offerman), consegue se esconder do exército através de um bunker secreto em sua casa, e não é levado para as zonas de quarentena (ou para sua morte). Um colecionador de armas e ótimo mecânico, ele acaba desfrutando de todos os recursos deixados para trás, e faz de sua pequena cidade uma espécie de fortaleza, cheia de armadilhas, mas, obviamente solitária.


Até que então, um dia, ele se depara com Frank (Murray Bartlett), "batendo" em sua porta, pedindo ajuda. Meio a contra gosto, Bill o ajuda, no que ele não sabia que seria a melhor decisão já feita em sua vida. E é aqui, que temos a parte importante. Todo esse meio todo (desde a metade da primeira parte até a metade da última parte) do terceiro episódio é simplesmente sobre isso, essas duas figuras, totalmente diferente em personalidades, com Frank sendo mais animado e otimista, enquanto Bill é mais fechado e desconfiado. Diferenças essas que acabam sendo "contestadas" por Frank, ao chamar pessoas como Tess e Joel para "serem amigos" e ajudar em certas coisas.

Seguimos o episódio vendo essa bela vida isolada, mas amorosa do dois, e como eles conseguiram se tornar a "luz" um do outro, em cenas simples, mas de certa forma emocionantes, que chegam num incrível clímax, ao final, culminando numa versã "boa", e não tão melancólico de Romeu e Julieta.

Obviamente, as atuações de ambos Nick e Murray devem ser destacadas, porque elas que acentuam o brilho das cenas, com a verdade e a química que os dois atores apresentam, com suas cenas finais sendo de chorar

E entendendo tudo isso, podemos ver que essa quebra da história principal não era exatamente "necessária", mais foi importante para adicionar ainda mais camadas nos personagens do mundo de TLOU, o que só enriquece a adaptação.

O que continua sendo destaque, além do roteiro e da direção, que aqui são de Craig Mazin e Peter Hoar, respectivamente, é como a edição e a montagem dos episódios capacita um rápida e fluída forma dos episódios rapidamente contarem suas histórias, como na cena da transição do cadáver de mãe e bebê para o passado, na parte que somos apresentados ao Bill, por exemplo.

A trilha sonora de poucas músicas, tanto as instrumentais, quanto as cantadas, que acaba por embalar parte do episódio também é um ótimo embelezamento na relação dos dois personagens, o que também de certa forma se conecta no "verdadeiro" começo do relacionamento entre Ellie e Joel, que vemos enquanto eles saem da cidade isolada, com o rádio tocando.

E, além dessa bela história de um verdadeiro amor no "fim do mundo", com essa parada sendo um verdadeiro trunfo narrativo para a série, ainda dá uma esperança que a produção consiga expandir cada vez mais os personagens, tornando cada diferente história algo mais único do que foi, e em seus desfechos, tão lindas ou tão tristes como poderiam ser antes.

Nota: 10/10

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