O tamanho da franquia Pokémon pode ser subestimado por alguns, mas as 10 milhões de cópias vendidas em menos de 3 dias falam por si só, já que apesar das difundidas falhas técnicas grotescas, Pokémon Scarlet/Violet mostra porquê a marca é o produto de entretenimento mais valioso do mundo.
O mais novo jogo da Game Freak pode ser classificado como o "pior/melhor" Pokémon já feito em toda história.Por um lado temos tudo que sonhamos desde criança: vemos os Pokémon andando pelo mapa; temos liberdade para explorar toda uma região sem restrições; e temos um mundo cheio de segredos para se descobrir.
Mas por outro lado, experienciamos a pior qualidade técnica já vista em um jogo da série. As quedas de frame são constantes, os gráficos serrilhados e as texturas repetitivas. Tudo exala uma falta de capricho, sentimento esse decorrente das decisões estratégicas da empresa, que culminaram em um jogo com visual de PS2: um time pequeno e três grandes lançamentos da franquia em menos de 1 ano. É compreensível o porquê do jogo estar tão mal acabado, porém não é aceitável
Mas curiosamente isso tem um peso menor para os fãs de Pokémon, já que a fórmula dos jogos é tão sólida, que é capaz de divertir apesar das adversidades. Pode ser triste vislumbrar o potencial desperdiçado em Pokémon Scarlet/Violet, porém ainda assim é possível aproveitar o jogo.
Já para os novos jogadores, que não são apaixonados pela série, pode ser um pouco mais difícil tolerar todos os problemas técnicos ininterruptos do jogo.
Mas as partes ruins do jogo já foram amplamente divulgadas em todos os portais, mas ainda assim, tem como gostar?
Curiosamente, ignorado o polimento precário, o game é incrível, viciante e instigante.
Os novos Pokémon são bem interessantes e a mecânica de andar em seu Pokémon lendário torna a exploração e o gameplay mais fluido(dentro do possível).
Logo de cara, passado o prólogo, o mundo inteiro se abre para os jogadores, onde temos 3 objetivos principais: ganhar as 8 insígnias; encontrar 5 ervas místicas, que são protegidas por Pokemons selvagens; e por fim, derrotar o Time Star, que é o equivalente da Equipe Rocket(só que não tão irritantes). E somos totalmente livres para seguir o caminho que desejarmos e completar as "quests" na ordem que quisermos.
Todos os três arcos são interessantes e até mesmo tocantes. Claro, não são de uma profundidade absurda, mas a história é de um nível superior aos jogos predecessores da saga.
Aqui também temos a remoção de muitas "burocracias", que facilitam muito o gameplay, como o acesso ao teletransporte desde o início do jogo.
O nível de dificuldade está um pouco mais elevado aqui, com lutas bem desafiadoras em algumas ocasiões, então esteja preparado caso queira embarcar nessa jornada.
A nova mecânica de Terastalização, que consiste em alterar a tipagem do pokémon, não é tão interessante quanto os Z-moves, as mega evoluções e as formas "Gigantamax", podendo ser facilmente ignoradas por todo o jogo. Mas podem ser exploradas de maneiras interessantes, caso compreendidas.
Outro aspecto legal é a escola, onde podemos realizar diversas aulas de diversas matérias, que trazem informações bem úteis para o jogador, até mesmo para os já experientes.
Uma adição inesperadamente boa foi a mecânica de sanduíches e do "crafting" de TMs, pois com eles podemos ganhar diversos benefícios no jogo e utilizar os diversos recursos coletados para criar objetos que auxiliam na caça aos pokémon.
Em síntese, Pokémon Scarlet/Violet é uma oportunidade desperdiçada de se emplacar o melhor jogo da série, pois no meio de todos aqueles "bugs" e "glitchs", está escondido uma joia rara no mundo dos games.
Nota: 5,5
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