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Em 2018 a Marvel Studios concebeu a ideia de criar variadas séries limitadas para o Disney+. O objetivo aqui era finalmente dar destaque para personagens com menor tempo de tela no MCU (Universo Cinematográfico da Marvel), além de introduzir novos personagens a esse universo riquíssimo em possibilidades. 

Desde de janeiro de 2021 essas séries vêm sendo lançadas uma a uma compondo o que chamamos de Fase 4 do MCU. Algumas com recordes estrondosos de audiência, outras nem tanto. Em comum, o fato de que todas sempre movimentam as redes sociais e contêm o tão precioso ingrediente que é a conexão com os filmes.

Para o ranking desse texto foram consideradas as séries lançadas a partir de 2021 até o momento da escrita desse texto, não incluindo aquelas removidas da Netflix e inseridas ao catálogo do Disney+.

É importante destacar que o ranking a seguir reflete o MEU olhar (escritora que vos fala) com relação às séries lançadas. Portanto, é importante ressaltar que está tudo bem você leitor discordar. Inclusive, deixe nos comentários como você montaria esse ranking! :) 

E digo mais. Se você não é grande fã da Marvel, conte aí nos comentários, o que está faltando para as séries te conquistarem!


ATENÇÃO: O TEXTO A SEGUIR CONTÉM SPOILERS


8º - WHAT IF

What If, série animada que traduzida significa "E se", mostra o Vigilante (The Watcher) enquanto observa a realidade de outros multiversos. Partindo dessa premissa o leque de possibilidades é muito vasto. Desse modo, acompanhamos os personagens que mais gostamos passando por aventuras e desenvolvimentos completamente diferentes do que estamos acostumados.

Apesar da interessante premissa, What if peca pela sua execução. Boa parte dos episódios são chatíssimos e desperdiçam excelentes ideias ao não desenvolvê-las de maneira a prender a atenção. Os traços da animação apesar de bonitos, não favorecem as cenas que deveriam ser dramáticas e simplesmente a série deve no fator emoção.

Ainda que com um ou outro episódio interessante, como aquele focado no Dr. Estranho (útil inclusive para quem assistiu ao segundo filme do vingador), ou até mesmo o piloto, no qual somos introduzidos à Capitã Carter (que também aparece em Doutor Estranho 2), a maioria dos episódios são  difíceis de concluir (o episódio do Thor Festeiro é um excelente exemplo) e facilmente você se pega mexendo no celular ao longo da trama, tamanho desinteresse e morosidade.  

Com a segunda temporada confirmada, fico na torcida por algo mais movimentado e segundas chances são bem-vindas.


7° - CAVALEIRO DA LUA


E quando o único acerto de uma série é seu protagonista? O show consegue se sustentar apenas com essa característica? A resposta é não. Apesar de Oscar Isaac ter entregado uma performance legítima e afiada, ao interpretar a pluralidade de seu personagem com múltiplas personalidades, quando temos uma narrativa que não nos permite conectar com seus personagens e criar vínculos, fica díficil se engajar com a trama, ainda que ela conte com uma grande performance.

Na história acompanhamos Steve Grant (Oscar Isaac), o Cavaleiro da Lua, descobrindo sua outra identidade, Marc Spector. Esse, por sua vez, é um mercenário que realiza trabalhos perigosos e ilegais para a divindade egípcia Khonshu. 

A série traz pela primeira vez à tona as divindades egípcias, o que é super bacana, pena que até isso é mal utilizado. Os efeitos visuais da série desapontam, em especial porque sabemos que se pelo menos uma parte deles fossem práticos, o resultado certamente seria melhor (como por exemplo o uniforme do herói). Uma das sequências mais vergonhosas de se ver se encontra em seu season finale,  quando assistimos uma batalha que esteticamente mais parece com aquelas vistas na série dos Power Rangers, com aqueles bonecões gigantes bem mal acabados.

A derrocada não para por aí. Ethan Hawke tem seu potencial desperdiçado, com um vilão que pouco ameaça, enquanto May Calamawy não consegue entregar uma Layla que cative o espectador ou que nos leve a torcer por ela. O texto não contribui em nada para que consigamos criar empatia por seus personagens, logo a série se torna rapidamente desinteressante, mesmo que ainda ouse brincar com sua linha temporal e tente nos pregar peças como no episódio que se passa na clínica psiquiátrica.

Mesmo com a frustrante série, o personagem do Cavaleiro da Lua em si tem muito potencial a ser inserido no MCU. Talvez em filmes ele possa agregar mais do que agregou em seu próprio show.

6° - MS MARVEL

Imagine uma série da Marvel com aquela pegada teen que tanto amamos? Mais que a introdução de uma nova heroína, temos aqui uma personagem conhecendo sua própria história e revisitando suas origens. Mais que uma jovem descobrindo seus poderes, temos uma menina paquistanesa enfrentando os dilemas da adolescência e os desafios de se conviver entre culturas completamente distintas e ainda assim se sentir pertencente a esses dois extremos.

Em Ms Marvel, Kamala Khan (Iman Vellani) é uma estudante de 16 anos que cresceu em Nova Jersey, cujo hobbie é escrever fanfics já que é grande fã do universo de super-heróis e, sobretudo, da Capitã Marvel. A vida de Kamala vira de ponta cabeça quando ela usa um antigo bracelete de sua família e com isso adquire superpoderes. A partir daí acompanhamos a jovem muçulmana em uma jornada de autodescoberta. 

Em uma coisa a maioria concordará: a qualidade incrível do primeiro episódio. Talvez o melhor primeiro episódio entre todas as séries da Marvel. Ali vemos equilíbrio, uma trama bem escrita, e elementos visuais que remetem à juventude e trazem leveza para narrativa. Uma imersão divertida e repleta de energia. Aos poucos, no entanto, esse brilho se perde e a trama se torna arrastada, muitas vezes por se prender a arcos repetitivos que contam história demais e remetem demais ao passado, sem avançar.

Ainda assim é interessante destacar que o fato da série explorar uma nova cultura foi sem dúvida seu ponto alto, uma pena que da mesma forma que Kamala e sua família são personagens cativantes, os vilões da trama são um tanto quanto esquecíveis. Temos um simplório clã das adagas com dois membros só e o uso de termos que mais separam do que unificam informações no MCU, além de um Departamento de Contenção de Danos que mais atrapalha do que ajuda.

Apesar da queda de qualidade no decorrer da série, não dá pra negar que tivemos uma aula de história sobre o Paquistão e que Iman nasceu para a personagem. Através da série tivemos a certeza de que os mutantes agora fazem mais do que nunca parte oficial do MCU. Temos também uma cena pós créditos que talvez seja a mais interessante e promissora dessa fase 4, ao inserir a Capitã Marvel e criar uma conexão absoluta da série com o futuro The Marvels a ser lançado em breve. O saldo aqui é positivo, portanto.

5° - LOKI

Uma das séries mais esperadas por todos, por trazer o "vilão" (que na verdade está mais para anti-herói) e que é amado por muitos, pra mim foi motivo de tristeza.

Apesar de trazer à tona uma série de questões relevantes para o MCU, e apresentar aquele que será o novo grande vilão da Marvel, Kang (Jonathan Majors), Loki peca por desconstruir e entregar um Deus da trapaça bem diferente do que conhecemos antes. De vilão, Loki (Tom Hiddleston) virou um personagem piegas e meloso sem que tenha havido uma jornada concreta para torná-lo assim.

O tema da série é bastante complexo e, por isso, foi necessário que ela fosse bastante explicativa, em especial no seu início. Todavia, o resultado foi um roteiro arrastado a princípio e uma chuva de informações que ainda assim podem gerar confusão e problemas futuros para tornar o roteiro coeso.

O grande acerto da série recai sobre as mãos de Owen Wilson, excelente como Mobius. Conhecemos o kid Loki, que tem tudo para integrar os jovens vingadores, além de Sylvie (Sophia Di Martino) a variante feminina do personagem e de personalidade intrigante.

A segunda temporada de Loki terá sua estreia em breve e tem a oportunidade de colocar a história nos trilhos. Talvez simplificar seja a melhor forma de conquistar.

4° - MULHER HULK

Mulher Hulk foi uma série extremamente criticada antes mesmo de ter sua estreia. Motivo: CGI. Logo nos primeiros teasers constatamos que a estética da heroína verde estava muito abaixo da média. A preocupação foi instantânea e recaía sobre o texto do show e seu elenco a responsabilidade de carregar a série nas costas, já que os efeitos de cara não agradaram.

Com a proposta mais ousada entre as séries até então, Mulher Hulk entrega uma comédia satírica bem construída e com a inserção inédita da quebra da quarta parede em sua narrativa, algo visto apenas nos quadrinhos. O resultado foi extremamente positivo graças a Tatiana Maslany, que foi a escolha perfeita para o papel.

Na trama ela é Jennifer Walters, uma advogada bem sucedida que vive uma vida comum, até que em um passeio ao lado do seu primo, Bruce Banner (Mark Ruffalo), os dois sofrem um sério acidente. Durante a tragédia, ela acaba recebendo, acidentalmente, o sangue de Bruce, que é ninguém menos que o incrível Hulk. 

A partir daí, a vida dessa simples advogada muda completamente, já que ela acaba se transformando na versão feminina com habilidades extras, do gigante verde. Agora, Jennifer precisa entender melhor seus poderes, uma vez que controlá-los não será exatamente um desafio, e, mesmo contra sua vontade, se tornar uma heroína. 

Somada às novas habilidades, Jennifer recebe um convite: comandar a divisão de leis super-humanas. O escritório que a contrata, obviamente, se aproveita da figura da Mulher-Hulk para ganhar status. Enquanto cuida dos casos, ela também será obrigada a lidar com vilões como Abominável (Tim Roth) e Titania (Jameela Jamil).

A série é ousada e fala abertamente contra o machismo. Nós mulheres nos sentimos FINALMENTE representadas. Pra você que achou a série nichada demais por essa razão, sinta um pouco do que nós mulheres sentimos desde os primórdios dos filmes de heróis (tsc tsc).

Não basta apenas povoar o universo com heroínas, temos que tratar de assuntos sensíveis a esse público e empoderá-las. Na narrativa temos até a inserção de tweets reais de pessoas que mandaram mensagens contra a série simplesmente por ela ter uma heroína no protagonismo. É fácil se identificar com Jen Walters e a trama simples conquista. De quebra temos menções ao MCU divertidíssimas, assim como aparições marcantes. Desde o Hulk de Ruffalo, Wong o verdadeiro mago supremo, como o ship e casal mais lindo Matthew Murdock (Charlie Cox), o Demolidor, com a nossa querida Jennifer Walters.

Temos ainda uma breve amostra da Inteligência, que talvez seja mais explorada com a aparição de M.O.D.O.K. no novo filme do Homem-Formiga.

A série é uma grata surpresa e esperamos mais dessa ousadia na próxima fase.

3º - WANDAVISION

A estética de Wandavision foi a primeira coisa a supreender na primeira série a ser lançada pela Marvel Studios no Disney+. Homenageando os sitcoms temos uma viagem no tempo que se reflete nos figurinos, fotografia e comportamento dos personagens. Tudo isso como uma criação da mente de Wanda (Elizabeth Olsen) que quer forjar o mundo perfeito para viver ao lado do seu amor, Visão (Paul Bettany) que morreu em Vingadores: Guerra Infinita, como se fossem uma linda família.

Apesar do início lento, no quarto episódio Wandavision engata a primeira marcha e se desenrola em uma trama instigante sob o brilho da grande atuação de Elizabeth Olsen. A série consegue muito mais do que apenas divertir. Ela comove em vários momentos e mostra personagens com grande potencial para o universo expandido, entre eles Monica Rambeau (Teyonah Parris), que estará presente em The Marvels e a feiticeira Agatha Harkness (Kathryn Hahn) que inclusive ganhará sua própria série. 

Wandavision é extremamente crucial para a total compreensão do filme do Doutor Estranho no Multiverso da Loucura e mostra que a Marvel tem ambição suficiente para inserir tramas complexas e autosuficientes em suas séries. Os efeitos agradam e o despertar da Feiticeira Escarlate é o grande fenômeno do show, o que vale a terceira posição.

2º - FALCÃO E O SOLDADO INVERNAL

Praticamente empatada com a primeira colocada, a segunda série lançada pela Marvel Studios tem uma das propostas de maior relevância do MCU. Ela faz nada menos que introduzir o novo Capitão América, que inclusive ganhará seu próprio longa nos cinemas. A missão era complexa, porém foi cumprida no sucesso.

Assim como em outras séries, revemos aqui o Falcão (Anthony Mackie) e o Soldado Invernal (Sebastian Stan), personagens ricos porém pouco explorados até então. A série consolida a amizade dos dois e vemos que a vida de um vingador não é simples e remunerada como se imagina. Assistimos o peso de se assumir um legado como o do Capitão América por parte de Sam, e os demônios de um sombrio passado sob  o comando de Hydra afetando Bucky. Os dois por sinal acertam no tom de seus personagens, têm uma ótima química e arrasam nas cenas de ação.

A série não se esconde ao tratar de pautas importantes e esse é o ponto forte dela. Ela se aprofunda nas consequências pós-bleeping e traz reflexões sociais profundas através de uma incisiva crítica a forma como os governos lidam com a situação dos refugiados. Os efeitos especiais são bem aplicados e a sequência de abertura da série é simplesmente incrível. Conhecemos a história do primeiro Capitão América, um homem negro e seu neto, que futuramente deverá se aventurar na equipe dos jovens vingadores, e com isso o debate sobre o racismo vem à tona de maneira acertada. Além disso, somos apresentados a um personagem importante que comporá a equipe dos Thunderbolts, o Agente Americano (Wyatt Russell).

Falcão e o Soldado Invernal é, portanto, uma dessas séries fundamentais para pavimentar o universo cinematográfico e merece tal colocação no ranking.

1º- GAVIÃO ARQUEIRO


A maior parte de vocês deve ter estranhado o topo desse ranking, afinal não é o topo de boa parte do público. No entanto, um dos critérios desse rankeamento está relacionado às sensações que uma série é capaz de despertar. Gavião Arqueiro foi a única série da Marvel que me fez ansiar pelo episódio seguinte. Que me fez acordar cedo para assistir em primeira mão o episódio do dia. O show conseguiu cativar e envolver com facilidade mesmo com um enredo simples, já que este foi  bem construído e se utilizou de uma época do ano tão querida pela maioria.

Na trama acompanhamos um pouco do dia-a-dia de um vingador pouco explorado no MCU, o Gavião Arqueiro. Clint Barton (Jeremy Renner) está curtindo os dias que antecedem o Natal ao lado de sua família, mas é pego de surpresa por uma missão relacionada ao seu passado como o Ronin, o que pode arruinar os planos de comemoração dessa data tão especial. 

A série consegue nos aproximar desse personagem (quem nunca desejou que ele tivesse morrido em vez de Natasha Romanoff que atire a primeira pedra). Percebemos suas vulnerabilidades e conseguimos ter empatia ao conhecer todas as consequências que o trabalho como vingador trouxe para a vida dele. 

A cereja do bolo vem quando somos apresentados a Kate Bishop (Hailee Steinfeld), fã desde a infância do herói, que ao longo da série se torna uma espécie de pupila do vingador, cujas habilidades vão desde o arco, até a esgrima e as artes marciais. A relação dos dois esbanja carisma e a química dessa amizade é instantânea. Hailee além de ter um excelente timing para comédia, convence como heroína. Essa união garante que o lado urbano da Marvel seja explorado com sucesso, misturado com uma comédia bem dosada, muita ação e aventura, apesar de um ou outro deslize nos efeitos especiais. 

Não bastasse essa dupla ainda somos agraciados com outras grandes participações. Temos a mãe de Kate, Eleanor Bishop, interpretada por ninguém menos que Vera Farmiga. O Rei do Crime do ótimo Vincent D'Onofrio, aquele mesmo da série do Demolidor (inicialmente da Netflix), se revela como o grande vilão da temporada. E não podemos esquecer de Yelena Belova (Florence Pugh). Esta devo dizer que entregou cenas hilárias ao lado de Kate Bishop, que nos fizeram desejar cada vez mais o futuro da Marvel com seus novos heróis. 

A série aborda as relações, muitas vezes esquecidas quando se trata de séries de herói e é interessante como ela mostra que nem sempre os heróis são aqueles que possuem super poderes. Uma prova disso está nos próprios Clint e  Kate, além de em outras pessoas comuns que de alguma forma sempre ajudam nas missões (como a turma do RPG, por exemplo). Vale lembrar que a personagem Eco (Alaqua Cox) é introduzida, e além de entregar representatividade uma vez que é uma vilão surda, nos apresenta uma personagem que terá sua própria série solo.

Gavião Arqueiro cumpre, portanto, muito bem o seu papel de introduzir uma jovem e promissora jovem vingadora, assim como nos fez conhecer a fundo um personagem interessante que ficou fadado a pouco tempo de tela nos cinemas.


E aí? Contem as impressões de vocês nos comentários!

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