Tales of The Walking Dead é uma série antológica dentro do famoso universo pós apocalíptico da AMC que traz 6 episódios em sua primeira temporada, e deixa claro para o telespectador que o show aproveita essa liberdade criativa que a história permite, visto que, por ser uma antologia, os produtores podem introduzir novas ideias aqui, para aproveitar (ou não) nas futuras produções desse universo. 

Das 6 histórias que nos é apresentada, apenas uma tem ligação com o universo principal de TWD: o episódio 3, que conta o início da trajetória da Alpha (Samantha Morton) e Lydia (Scarlett Blum). Como uma das principais vilãs de todo esse universo, agora a vemos ainda como Lee, e sua batalha para cuidar de sua filha e sobreviver, antes ainda dela encontrar os sussurradores. Talvez essa seja a melhor história de todas nesta primeira temporada, que conta com, além de um bom episódio, duas personagens já estabelecidas dentro desse mundo, o que traz muito mais facilidade para a nossa conexão com elas.

É inegável ao final de todos os capítulos que essa série funciona como algo mais experimental para a AMC. No segundo episódio, temos talvez o mais maluco e confuso que já foi mostrado em todas as séries do universo The Walking Dead. Ao abordar volta no tempo, o programa assume o risco de ser 8 ou 80 para os fãs. Sim, ou amamos ou odiamos esse episódio. Já no último, somos levados pela primeira vez para uma história de terror propriamente dita, com coisas sobrenaturais sendo mostradas, mesmo que, ainda que o roteiro brinque com nossa percepção do que acontece ali, isso nunca havia sido feito na franquia. 


Um dos pontos que mais me chamou atenção para acompanhar a série foi o elenco. Atores importantes como Terry Crews (Deadpool 2), Olívia Munn (O Predador), Jessie T. Usher (The Boys), Danny Ramirez (Falcão e o Soldado Invernal), entre outros nomes protagonizam histórias diferentes, e ganham espaço para que suas histórias sejam contadas de uma maneira livre, já que o roteiro não tem obrigação alguma de conectar esses personagens a elementos já mostrados anteriormente, com exceção do episódio 3. 

Porém, é justamente nisso que Tales of The Walking Dead peca: A série não tem nenhum propósito. Talvez Terry Crews possa aparecer futuramente em outras produções, visto que a imagem do ator foi amplamente utilizada nas divulgações do programa, e ele mesmo já deu algumas declarações deixando isso a entender. Mas a sensação que fica é de que seu lançamento se deve a apenas dois motivos: cobrir o espaço de tempo até o lançamento dos episódios finais da série principal, e como foi dito no início dessa crítica, fazer testes de novos elementos na franquia, para ver como será a reação do público. 

Apesar de The Walking Dead estar muito próximo de seu fim, esse universo não dá mostras que terá o mesmo caminho de sua série principal tão cedo. Uma minissérie focada em Maggie e Negan, outra em Rick e Michonne, além do programa protagonizado por Daryl foram anunciadas, e chegarão em breve. Mas possivelmente todas essas experiências feitas aqui pela produção não devem ter causado a melhor das reações no público que consume esse universo desde 2010.

A 1ª temporada de Tales of The Walking Dead não consegue trazer um novo frescor para o futuro dessas produções, mas ainda acerta em trazer personagens legais que valem a pena acompanhar suas trajetórias, mesmo sabendo de toda sua simplicidade e perdendo a chance de ir a fundo em conceitos super interessantes, que ficaram de lado.

Nota: 6


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