Na série, temos uma continuação temática dos eventos de Lições, onde, agora, encontramos os personagens principais num limbo entre a infância e adolescência (a "pré-adolescência), onde os eles começam a ter um problema para se encaixar, e tentam cria um próprio "mundo" para eles, representado pelo clubinho. Infelizmente, tudo isso é ainda mais balançado com a chegada de Carminha Frufru (Luzia Gattai) ao Bairro do Limoeiro, o que causa problemas dentro das próprias relações da turminha.
Aqui, recebemos uma história que pode ser considerada algo incomum de ser ver num produto da Turma da Mônica (Pelo menos da versão clássica da turminha): Um mistério. Após Carminha ser sujada por um balde de lama durante a festa de seu "clubinho" (Alá Carrie a Estranha), vemos Denise (Becca Guerra) tentando descobrir quem é o culpado por aquela situação, onde os principais suspeitos são Mônica, Magali, Cebolinha, Cascão e Milena.
Desses novos apresentados, a principal estrela com certeza a Denise. No seu papel de investigadora/fofoqueira do bairro, temos uma ótima apresentação e interpretação da personagem, em sua excentricidade e traços extremamente carismáticos, que traz um ótimo contraste para a sobriedade da trama, sendo um de seus principais motores.
Já o outro destaque é a própria Carminha. Na trama, ela meio que age como um "coringa", onde vemos três lados da personagem, que vai mudando com cada episódio e cada ponto de vista de personagem apresentado. Como a vítima, como somos apresentados a ela em seus primeiros minutos em cena, para a já esperada antagonista, mas também, para como todos os outros personagens da turminha, uma vítima da pressão que a vida e o crescimento dela veio trazendo. Isso acaba tornando o arco da personagem o mais divertido e interessante de se acompanhar.
Como já dito, mesmo na excentricidade da própria ideia, e na personagem da Denise, a série apresenta um tom mais "sóbrio", menos aventuresco, mas que consegue acertar bem no humor, e tem um menor apelo "emocional", mas que ainda consegue trazer uma identificação com o espectador. Além do tom de mistério ser um ótimo acerto, e a forma de vermos a experiência e pontos de vistas de cada personagem importante, em cada episodio, e isso indo adicionando ponto importantes para a construção da descoberta final
Correlacionando os personagens para a trama, a série conseguiu construir muito bem a relação dos personagens em relação aos eventos prévios, com arcos que começam a ter uma atenção maior na interação amorosa, sendo elas as entre Mônica (Giulia Benitte) e Cebolinha (Kevin Vechiatto) e Magali (Laura Rauseo) e Quinzinho, e os abalos causados pela própria insegurança da Mônica em ser tratada como uma brutamontes e a incapacidade de Magali de "dizer não" para todas as situações que ela vai sendo posta.
A adição da Milena (Emily Nayara) como um um quinto elemento no núcleo principal da turminha foi um grande acerto, principalmente por seu dilema ser um dos mais interessante, e refletir bem na relação entre Carminha e e sua mãe, Madame Frufru (Mariana Ximenes), que também se relaciona diretamente com a relação entre Cascão e seu tio, Feitoso Araújo (Fernando Caruso), mas conhecido como Capitão Feio.
Só deixa a desejar um pouco que ambos Feitoso e Madame poderia ter uma participação um pouquinho mais expandida do que temos na série, tanto para termos uma melhor montagem no relacionamento entre Madame e Carminha, mas também uma interação maior entre os personagens de Ximenes e Caruso, que tem um "passado conturbado" que mesmo aparecendo num quadrinho que vemos durante alguns episódios, poderia ter sido mais lapidada.
Turma da Mônica: A Série talvez não seja tão boa quanto seu predecessor, Lições, mas isso não a faz com que ela caia do padrão de qualidade dessa franquia que ainda tem longos tempos pela frente
NOTA: 8,5
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