O Predador: A Caçada revitaliza a franquia que por muito tempo sofre de uma queda de qualidade e introduz um Predador brutal e uma presa a altura.
🚨🚨POSSÍVEIS SPOILERS A SEGUIR🚨🚨
A franquia Predador é aquele exemplo clássico onde muitos falam que um filme nunca deveria ter gerado uma franquia, pois afinal nunca se sabe do que poderia vir em uma eventual onda de filmes se seriam tão bons quanto o original ou ruins de doer a cabeça, infelizmente essa aqui teve o azar de ter sequências abaixo da média, eu gosto de Predador 2 e acho fraquíssimo Predadores, mas não digo que ambos destroem a franquia por completo, mas aí veio 2018 com o filme do Predador que afundou a franquia de vez de tão grotesco e pavoroso que era, as esperanças para novos filmes parece ter acabado ali, mas então veio a aquisição da Disney comprando a FOX em notas milionárias e prometeu que todas as suas franquias seriam trabalhadas e re-trabalhadas futuramente, ninguém sabia o que esperar dessa promessa, até que veio de fato uma sequência da franquia em formato de prequel explorando um Predador caçando em antigas terras comanche, será que deu certo finalmente?
O longa traz Naru (Amber Midthunder) uma jovem comanche treinada para ser curandeira de sua tribo mas que tem o desejo de ser uma caçadora assim como seu irmão Taabe (Dakota Beavers) que era uma função geralmente feita por homens, após uma caçada a um leão da montanha ela começa a desconfiar de uma estranha criatura que está caçando animais naquela floresta e acha que tudo isso tem haver com a presença estranha que ocorreu nos céus mais cedo no filme, ela terá que convencer sua tribo de que há uma presença assassina ali e lutar por sua família.
Começando já com um elogio a história do longa, que diferente do anterior de 2018 voltamos aqui ao básico da franquia e como deveria ser na verdade, um predador vem a terra caçar presas e o protagonista precisa enfrentar essa ameaça mortal, este filme não tinha necessidade de inventar moda alguma sobre ele, o que foi um acerto pois sinceramente não tem muito do que dizer de um filme que com a premissa que tem, e o roteirista do longa soube usufruir de um roteiro sem pretensões a ideia principal do longa, a jornada da jovem comanche ao amadurecimento junto de sua coragem e determinação para provar que é mais do que muitos de sua tribo acham que ela deveria ser é boa, você pode se conectar com ela e o melhor não é algo forçado, por mais que claro a mensagem esteja ali e faça os mais ignorantes ver de tal forma sua interpretação, é algo que o filme não esquenta em tentar salientar em tela, já que não é um
objetivo principal num filme de ação como este.
E não posso deixar de mencionar a direção de Dan Trachtenberg que volta às raízes de suspense da franquia como ninguém, aliás meio óbvio que neste meio em destaque seria bom já que seu último filme antes desse, Rua Cloverfield, 10 (subestimado em algumas ocasiões), é um dos melhores suspenses de 2016, então estava já com um pressentimento tranquilo em relação a tal, mas não é só isso que ele acerta, a direção dos personagens são muito boas, com destaque para a tribo que traz cenas ótimas como a tensa caçada pelo leão selvagem ou na luta insana com o Predador em cenas seguintes, mas claro nem tudo são flores, pois a direção dos franceses é no mínimo caricata demais eu sei que tinha uma lógica ali quanto ao comportamento dos mesmos, mas não deixo de relatar meu desconforto com o barrigudo berrante que me dava nos nervos durante o ato final. Sem falar em diálogos convenientes e expositivos ao extremo em certas partes provando que o público não saberia prever tal coisa aconteceria no filme e tal, sério vamos parar um pouco com isso, em certas ocasiões até vai, mas não.
Fora isso, tenho que falar na resolução final ao conflito, vai ter marmanjo reclamando, isso é certeza afinal, basta ver a protagonista do filme e o período em que se passa, eu tenho que comentar que muitas de lutas do filme são inteligentementes bem resolvidas, com planos abertos ótimos e destacando habilidades dos soldados da tribo e da própria Naru e claro, do Predador que se mostra ser o mais brutal até o momento, e a luta final é o clímax de tudo que já vimos do longa antes, você não verá uma luta cara a cara aqui que seria normal em filmes medíocres como o de 2018, a estratégia é a solução, e por mais que vocês achem forçado, cara, todo predador que vêm a terra é praticamente um iniciante no seu “ramo” o predador deste filme é falho, e é interessante ver um predador inexperiente ainda em táticas que seus sucessores viriam a fazer, ele não tem planos de se esconder e por aí vai, ele parte pra cima mesmo sem se importar com o que tem ao seu redor, então não tem nada haver com a palavra que começa com L que muitos adoram proferir, mas aqui não é o caso.
Conclusão: um ótimo filme, uma surpresa para lançamentos de streaming desse ano e sinceramente que surpresa refrescante para uma franquia que estava com o pé na cova, mesmo que ainda tenha seus deslizes na realização, espero ansiosamente pela confirmação da sequência, talvez ambientados em épocas diferentes da história, em outros países, com mais predadores com comportamentos diferentes, eu estaria assistindo com gosto.
Nota: 8 😄
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