Segundo episódio mantém a grandiosidade e tece ainda mais sua rede de intrigas.


Após uma estreia com audiência recorde, que já lhe garantiu a renovação para sua segunda temporada com cerca de 20 milhões de espectadores (considerando até a quarta-feira 24/08), vivemos intensamente e ansiosamente à espera do segundo episódio, com a promessa de mais intrigas e a tão esperada abertura da série. E não podíamos ser melhor agraciados quando este foi lançado pela HBO no último domingo dia 29 de agosto.

                ********SPOILER ALERT********

Habemus abertura! E que abertura! A canção original de Game of Thrones foi preservada e agora embala belas cenas que mostram a árvore genealógica Targaryen, enquanto vemos o sangue tecer caminhos, elemento esse que faz jus ao Fogo e Sangue e se fez presente já no primeiro episódio. Achei a escolha acertadíssima. A música tema é um deleite para os ouvidos e já é um marco histórico das histórias de  George Martin. Fiquei muito satisfeita em saber que vou ouvi-la pelos próximos domingos.


O segundo episódio intitulado "O Príncipe Canalha", assim como o primeiro, foi extremamente movimentado e dinâmico, o que pra mim tem sido um ponto extremamente positivo da série. A morosidade da primeira temporada de Game of Thrones definitivamente não aparece por aqui.

O episódio tem seu início com uma cena que não deve passar desapercebida. Vemos homens sendo comidos vivos por caranguejos, fazendo mênção ao engorda Caranguejo, também conhecido como Craghas Drahar. A situção é fruto de um conflito em  Degraus, uma região que é disputada por piratas, pelas Cidades Livres e pelos Sete Reinos. A sequência  culmina com a morte de Sir Ryam Redwyne (Garry Cooper), comandante da Guarda Real. Esse evento mais a frente leva à seleção de um outro comandante, escolhido pessoalmente pela própria Rhaenyra, Sir Criston Cole (Fabien Frankel),  cavaleiro que derrubou Daemon no torneio mostrado no episódio piloto e único com experiência em batalha. 

É importante destacar que Corlys Velaryon (Steve Toussaint) está extremamente preocupado com os conflitos com as Cidades Livres e exige uma posição do rei, já que suas riquezas dependem do comércio marítimo. Rhaenyra, sugere ao pai que envie  dragões para o embate, mas Viserys (Paddy Considine) opta por não fazer nada, por receio de iniciar uma guerra. Já deu pra perceber que ele é o tipo de rei com muitas decisões questionáveis.

Entre os eventos marcantes do segundo episódio temos ainda a pressão com relação ao casamento do rei. Tendo passado seis meses da morte de sua esposa, espera-se que Viserys case-se novamente, ainda que o próprio rei não se sinta a vontade para isso. Sir Corlys Velaryon toma iniciativa e oferece a mão da filha, Lady Laena (Nova Foueillis-Mosé), uma menina de 12 anos, com o argumento de que ela seria uma opção forte à linhagem já que uniria os Targaryen aos Velaryon, as duas casas mais poderosas da Velha Valíria, e que isso daria um sinal de estabilidade aos sete reinos. No entanto, Viserys surpreende a todos (não a nós espectadores, obviamente) com seu anúncio diante do conselho.

Alicent (Emily Carey) tanto comeu pelas beiradas que conseguiu o que queria! Viserys ao final do episódio anuncia que irá se casar com ela, em vez de Lady Laena. Confesso ter ficado de certa forma aliviada, já que é tenebroso imaginar o casamento de uma criança de 12 anos, ainda que em uma ficção de época. Quanto a Alicent, ainda paira a dúvida, suas ações são de fato fruto da pressão paterna, como sua automutilação indica, ou ali existe uma ambição pessoal?


Otto Hightower (Rhys Ifans) comemorou por dentro, sem dúvida, e sua ganância cada vez fica mais notável e aguardamos até o momento no qual ela superará sua devoção ao rei. A escolha de Viserys entretanto cria uma indisposição perceptível e possível ruptura com Corlys, mestre de navios e que até ali era um aliado poderoso. No final do episódio vemos este em um encontro com Daemon (Matt Smith) visando uma nova aliança. E essa aliança tem tudo pra ser muito perigosa para Viserys, já que une dois homens com o orgulho ferido, ambição, vaidade, exército e um dragão.

Com o anúncio do casamento, Rhaenyra também fica visivelmente desapontada, dada sua proximidade com Alicent. Muitos problemas futuros se desenham, entre eles o possível nascimento de um menino desse novo casamento que poderia colocar definitivamente por terra a amizade entre Alicent e Rhaenyra em torno da disputa pelo trono (Milly Alcock).


E vamos de ação! Um dos grandes momentos do episódio se inicia quando chega uma carta de Daemon convidando o rei para seu casamento (segundo casamento, na verdade) e com a mensagem, descobrimos também que o antigo herdeiro do trono roubou um ovo de dragão, para ficar no berço do seu futuro filho (que depois constatamos que nem concebido foi). Hightower toma frente da comitiva real rumo à Pedra do Dragão em busca de recuperar o ovo e impedir Daemon de se casar com, na visão deles, uma meretriz. 

A missão contudo não toma os rumos esperados, já que o dragão de Daemon, Caraxes, logo se impõe e mostra que os soldados a serviço do rei são inofensivos. E é aí que temos a entrada triunfal de Rhaenyra, a rebelde que a gente ama, montada em Syrax, que resolve tudo sem carnificina e prova que não é uma menininha que serve apenas pra servir bebidas na sala do conselho. A cena dos dragões agradam mais uma vez, com um CGI competente. E nesse arco é possível perceber o poder que Mysaria (Sonoya Mizuno) exerce sobre Daemon, que apesar da frieza, se mostra mais compassivo ao lado dela.



Não dá pra deixar passar em branco a saúde de Viserys.  Dessa vez, o rei surge com um princípio de necrose no dedo. Pra quem não se lembra, no primeiro episódio ele tinha um ferimento nas costas e assistimos ele ferir a mão no trono de ferro. Eis que vemos o resultado desse ferimento que é tratado com vermes que têm o intuito de comerem a carne já apodrecida.  Seria a doença do rei a conhecida diabetes da nossa época?

O breve diálogo entre a rainha que nunca foi e Rhaenyra, que já tínhamos vislumbrado no trailer, chega em sua totalidade, repleto de frases de efeito, e enfatiza o fato de que será bem mais difícil do que Rhaenyra imagina ascender ao trono. Como Rhaenys (Eve Best) disse, na primeira oportunidade, todos os lordes que se ajoelharam perante Rhaenyra votarão em um rei homem. 

Dá pra ver que tem muita água e treta pra rolar ainda e cada vez mais ansiosos ficamos. Certeza temos é que Rhaenyra parece desejosa em desempenhar seu futuro papel.

O segundo episódio, portanto, é mais um excelente capítulo dessa história que joga o crivo da série lá pro alto e que acabará nos tornando cada vez mais exigentes.

Conte aí nos comentários o que vocês acharam do segundo episódio e o que esperam do próximo!





Nota: 10,0

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