Taika Waititi entrega uma comédia romântica recheada de ação e humor, porém inferior ao seu trabalho anterior com a Marvel Studios.

 

        No começo do Universo Cinematográfico Marvel, Thor, o deus do Trovão não era necessariamente o vingador favorito de todos, pois na época ele não tinha o carisma do Homem de Ferro ou as histórias empolgantes do Capitão America em suas aventuras solo. Isso mudou quando o cineasta Taika Waititi (Jojo Rabbit, Nossa Bandeira é a Morte) foi chamado para dirigir "Thor Ragnarok", o terceiro longa do príncipe de Asgard que foi altamente aclamado pela crítica e pelo público por ter tornado o personagem mais bem humorado.  Com a boa recepção do filme, a Marvel obviamente quis repetir o seu sucesso ao trazer Waititi de voltar para comandar a produção de uma quarta instalação da franquia com o novo "Thor: Amor e Trovão".


                  Na história, mesmo após ter perdido seus pais, seu irmão e vários de seus amigos ao longo dos anos, Thor (Chris Hemsworth) continua a ser um herói otimista que ajuda várias raças ao redor do universo ao lado dos Guardiões da Galáxia, porém quando Gorr, o Carniceiro dos deuses (Christian Bale) ataca Nova Asgard e sequestra várias de suas crianças, o deus do Trovão precisará ajudar o seu povo junto aos seus aliados que incluem Valkyria (Tessa Thompson), Korg (Taika Waititi) e sua ex-namorada Jane Foster (Natalie Portman), que agora possui o poder de conjurar o martelo Mjolnir e se tornar a Poderosa Thor


                  Embora “Thor Ragnarok” tenha conquistado o mérito de tornar Thor um personagem mais carismático e divertido, houveram aqueles que tiveram suas críticas a respeito do tom cômico do filme por ele não se levar muito a sério, apesar do humor sempre ter sido uma característica marcante na carreira de Taika Waititi como diretor. Em Amor e Trovão, há momentos genuinamente engraçados que funcionam, principalmente vindos de seu personagem Korg e dos bodes Tanngnjóstr e Tanngrisnir, as piadas em sua maioria não chegam a serem inapropriadas mas elas acontecem com muita frequência e chegar até a serem mais exageradas do que as do terceiro filme do deus do Trovão.

                     E por falar em Korg, uma critica frequente na recepção de "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" foi que era necessário para a audiência assistir várias das produções da Marvel Studios em ordem para entender o longa, porém felizmente isso não ocorre em Amor e Trovão graças a narração do personagem que faz um ótimo trabalho em resumir de forma básica a jornada do protagonista em certas partes da história e até mesmo revelar pontos importantes que nem mesmo foram mostrados em nenhum de seus filmes anteriores, fazendo com que não seja totalmente preciso revê-los. 


                     Um dos principais atrativos do filme foi o retorno de Natalie Portman como Jane Foster que esteve ausente em “Thor Ragnarok” e agora assumiria o manto de Poderosa Thor. Portman parece se sentir bastante a vontade e está ótima no papel, de maneira com que sua personagem se comporte como uma profissional e uma novata ao mesmo tempo, sua história de fundo também é bastante fiel aos quadrinhos fazendo com que parte de seu arco tenha um peso emocional e o mais importante é que aqui ela teve sua melhor química com Chris Hemsworth em qualquer produção da Marvel Studios.  


                       Outra coisa que chamou a atenção dos fãs foi a escalação de Christian Bale, o Batman da trilogia de Christopher Nolan, como o vilão Gorr, porém infelizmente, ele é um aspecto negativo do filme. Bale está ridículo como o personagem e entrega uma performance bastante exagerada e até mesmo constrangedora, ele também não passa uma sensação de perigo ou sequer faz jus ao título de carniceiro dos deuses pois não o vemos fazendo isso com muita frequência no filme. O deus grego Zeus aparece sendo interpretado pelo ator Russel Crowe, e embora ele seja engraçado no papel, sua participação em si é bem curta.


                       Aqueles que esperavam ver os Guardiões da Galáxia tento uma participação tão relevante quanto o Hulk em "Thor Ragnarok" provavelmente vão sair decepcionados, o papel da equipe espacial de heróis de aluguel está longe de ser o bastante para matar a saudade desses personagens desde de sua última aparição nos cinemas em Vingadores Ultimato e serve mais para justificar o porquê Thor não estará presente em seu terceiro filme. A Valkyria de Tessa Thompson por outro lado esta melhor nesse filme e surpreendentemente é uma ótima líder de Nova Asgard. 

                      A respeito do protagonista, esta já é a oitava vez de Chris Hemsworth reprisando seu papel como Thor,  o personagem em si, embora seja o protagonista isso não o impede de também agir como alívio cômico enquanto ainda possui um belo arco onde se pergunta se ainda precisa ser o deus do Trovão ou se esta na hora seguir em frente com sua vida. O filme não é bem um manto de passagem, pois ele deixa claro que Hemsworth ainda irá retorna ao papel em alguma produção futura e termina levando-o a um caminho deveras interessante. 

                           Thor: Amor e Trovão possui ótimos personagens com bons arcos no seu núcleo de protagonistas e Taika Waititi continua a ser bastante criativo com sua visão artística e hilário como o personagem Korg. Aqueles que gostaram de “Thor Ragnarok” provavelmente também irão gostar dessa obra, mas aqui seu humor consegue ser ainda mais descontrolado e exagerado, algo que pode acabar sendo ruim para alguns porém ótimo para outros.





Nota: 7,5/10                          

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