Com tropeços e acertos, Terceira temporada de The Boys nivela o jogo e termina sendo a melhor série de herói do ano até o momento
A premissa da temporada mostra os Garotos divididos meses após o incidente com a nazista Tempesta e com Capitão Pátria, Hughie (Jack Quaid) agora trabalha para a congresista Victoria Newman (Claudia Doumit) para solucionar casos de imprudência dos Supers a fora junto de Kimiko (Karen Fukuhara) e Francês (Tomer Capon), Malcom (Laz Alonso) -Vulgo Leitinho- decidiu se dedicar a uma vida caseira ao lado de sua familia, mas depois de uma descoberta assustadora sobre a chefe que considerava uma pessoa de bem, que conspira ao lado de Capitão Pátria para que tudo não ande, as ruinas voltam para Hughie, que junto de Billy estão cansados de jogarem limpo e acabarem na lama, não basta um composto v experimental para deter o homem mais poderoso do mundo, em uma busca de uma arma que pode matar o Capitão Pátria, eles vão direto em um alvo oposto, Soldier Boy (Jensen Ackles) esta vivo, e ele é a arma.
A trama de dar um fim de uma vez por todas no Capitão Pátria é precisa e já no primeiro episódio da temporada a trama avança de uma forma incrível, é ótimo ver a situação indo para um pessimismo constante o que é quase raro de ver em séries do tipo, mas estamos falando de The boys no caso e aqui todos os garotos penam para chegarem em seu objetivo, a série faz uso de muitos artifícios brilhantes para complementar uma história a outra, como Francês e sua subtrama do passado, a trama política com um contexto em torno da idolatria e de como algumas pessoas realmente podem ser manipuláveis com a necessidade de se ter um herói para representá-las, cegamente, no caso, a imagem do Capitão Pátria, que sempre se manteve inseguro do que fazia, agora em um momento inesperado da temporada sabe que pode fazer tudo o que quiser, é a construção é brilhante. Talvez as únicas reclamações sobre a narrativa é que se alongou muito e algumas inconsistência de roteiro, os envolvidos claramente não sabiam o que implementar a mais na história mesmo com apenas 8 episódios e tivemos momentos que realmente não fariam diferença alguma para a trama, como no caso da história do Profundo (Chace Crawford) e de sua “reintegração” aos sete, totalmente chata (embora ache que ele é um personagem bundão necessário para a série) e os únicos momentos bons dela é quando o personagem está envolvido em uma bizarrice, e quando digo bizarrice, é bizarrice mesmo. E claro de alguns buracos deixados na trama, como no caso da Maeve (Dominique McElligott), que no fim simplesmente virou a Mulher-Maravilha contra o Pátria e bateu de frente com o mesmo quase acabando com ele (olha aí, outra inconsistência) sendo que ela mesma fala a temporada toda que não era capaz nem de deixar o mesmo no chão! enfim, conveniências que sinceramente não sei se fazem ou não tanta diferença, mas deve desagradar alguns espectadores.
Mas tenho que salientar como o roteiro gosta de subverter expectativas, creio que essa temporada foi cheia delas, principalmente a Supersuruba (não da para crer nesse nome hahaha) que foi o melhor episódio de toda a temporada, sinceramente eu não esperava que fosse algo muito gráfico em foco como já diz no título do “evento” em si, mas eles conseguiram criar uma história que culminou nesse momento catártico de forma ímpar, o climax é tenso demais, e tivemos a melhor luta da série até o momento, além do excelente momento musical que a série trouxe para Kimiko. Mas é aquilo, nem sempre, subverter expectativas pode ser algo que vá agradar a todos, é muito subjetivo, nós sabemos que a série gosta de ir para um lado imprevisível, justamente até por que é uma série que gosta de se afastar de elementos narrativos da sua HQ, mas não posso deixar de fora o polêmico final da série, que eu gostei, sinceramente, não achei essa monstruosidade toda que falam (aliás isso está sendo recorrente atualmente em várias produções do gênero, exageros de determinados produtos que no máximo seriam ok) ele tem boas ideias, como a reunião os garotos finalmente ocorrendo sem muita enrolação, o plot twist envolvendo Soldier Boy, o final assustador para o futuro da série, mas incomoda que certas coisas que poderiam ocorrer aqui, não ocorrem, e o que não deveria ocorrer exatamente daquela forma, ocorreu.
Black Noir (Nathan Mitchell) é um personagem que sempre foi considerado por mim o coadjuvante de luxo da série (com exceção do inigualável salsicha do amor) um Boba Fett sem o TCHAN visual, mas os mistérios e as cenas de ação envolvendo o mesmo são ótimos, e muitos queriam mais cenas legais com ele, nessa temporada, a expectativa sobre seu final não restava dúvidas que seria a de um confronto que pendia a ser épico, e foi lastimável, assim, entendo que a série gosta de ser cool, mas o momento em que esse personagem tem com Capitão Pátria é tão, anticlimático que ficamos com uma pulga atrás da orelha sobre se essa série realmente vai continuar seguindo uma cartilha ousada até seu fim, o personagem merecia ao menos um momento melhor, fora outro personagem que assim com o Profundo, do Trem-Bala, que tem seu arco ali para uma possível redenção do mesmo, levando a seu fim de forma não honrosa e inesperada…… pegadinha do malandro HÁ, enfim, triste, mas nem tudo é perdido, temos o Hughie que tem seu arco controverso feito de forma fantastica, com o personagem finalmente debatendo sobre seu lugar naquele grande esquema contra super-seres poderosos, e de todos, ele é o unico fragilizado, criando ótimos momentos ao lado de Luz-Estrelas (Erin Moriarty) no quésito de drama, outro é Soldier Boy, o melhor personagem introduzido na série, Jensen Ackles é fantástico, avontade no papel do sádico Super-Soldado imortal e com um objetivo simples e bem escrito, suas cenas são muito boas de ver principalmente em interação conjunta.
E um parágrafo especial para o Pátria, que personagem bom, sua psique sendo construída como a de um garoto que nunca encontrou alguém para ser um espelho na vida apenas de laboratórios e experimentos, tudo bem formuladas para criar um personagem imoral e narcisista, o episódio da Supersuruba traz para nós um momento ala Duende Verde e Norman Osborn onde temos ele mesmo dialogando em um espelho com… sua mente profana, Antony Starr é um baita ator e nunca canso de ver suas feições e caretas, e merece muito reconhecimento com isso, essa temporada foi dele e do Soldier Boy.
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