"O Pai da Noiva" reprisa fórmula, mas não traz o carisma dos seus antecessores.
Em 1991 era lançada uma das comédias que marcariam gerações. Baseado no livro de 1949 de mesmo nome e remake do longa de 1950, o filme exibiria na linha de frente o sempre carismático Steve Martin, ao lado da talentosíssima Diane Keaton. Essa parceria entregaria um filme divertídissimo que renderia uma sequência alguns anos depois, intitulada de O Pai da Noiva: Parte 2.
Não é novidade que a indústria cinematográfica vem apostando em remakes, reboots e spin-offs de filmes bem sucedidos. E não foi diferente para essa cativante história com a qual é muito fácil se engajar, já que de alguma maneira conseguimos nos relacionar à dinâmica familiar apresentada. Se o resultado desse reboot foi positivo, veremos a seguir.
O Pai da Noiva (Father of the Bridge) é uma comédia romântica dirigida por Gaz Alazraki e escrita por Matt Lopez. O longa foi lançado em 16 de junho de 2022, pela Warner Bros. Pictures em parceria com a HBO Max.
No protagonismo novamente dois nomes de peso. Andy Garcia dá vida ao pai da noiva da vez. Seu personagem é o arquiteto Billy, um cubano de origem humilde que batalhou muito para alcançar o sucesso em sua carreira em território americano (e ele enfatizará isso dezenas de vezes ao longo do filme). Ao lado da esposa Ingrid, interpretada pela famosa cantora Gloria Estefan, eles criam filhas em Miami, uma delas, Sofia (Adria Arjona), é a menina dos olhos do pai.
O casamento de Billy e Ingrid não anda bem e eles estão dispostos a anunciar o divórcio à família, durante um jantar. Antes da revelação, no entanto, eles são surpreendidos com o anúncio de que a primogênita se casará e já no próximo mês.
Daí pra frente toda a trama gira em torno dos preparativos de última hora do casamento e de um pai completamente indignado pelo fato de que vai "perder" sua filha para um rapaz no qual ele obviamente encontrará mil defeitos (mesmo que eles em si não existam).
Apesar de Garcia e Estefan serem verdadeiros titãs, falta graça ao filme. Não há de fato nenhuma cena que faça a gente rir. Nesse ponto, o clássico de 1991 está anos luz a frente, afinal Steve Martin é um comediante por natureza. Billy acaba sendo aquele pai carinhoso e turrão ao mesmo tempo, que fica a dever bastante nos alívios cômicos.
As situações até geram ganchos favoráveis à comédia, mas nenhum dos personagens sabe realmente se aproveitar desse timing e dessa maneira a história se arrasta. Nem mesmo temos personagens coadjuvantes fortes o suficiente pra isso. No de 1991, por exemplo, tivemos um cerimonialista interpretado pelo brilhante Martin Short que era uma peça chave no humor da trama. Nesse, a cerimonialista da vez até tenta, mas não convence.
De saldo positivo temos apenas a cultura latina inserido ao longa. Nesse reboot temos famílias de imigrantes cubanos e mexicanos, o que agrega bastante no aspecto cultural e de representatividade.
As lições familiares são até "fofinhas" mas nada que chegue a comover. A proposta principal que é a de fazer comédia, o filme passa longe.
O Pai da Noiva não chega a ser um incômodo, alguns gostarão da vibe leve, mas decepciona ao que se propõe.
Nota: 5,0
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