Com brilhantes atuações de Elisabeth Moss e Wagner Moura, "Iluminadas" entrega um suspense sobrenatural intrigante.
O feminicídio é sempre algo difícil de assistir. A estrela de The Handmaid's Tale, Elisabeth Moss, está de volta na mais nova série da Apple TV+ e traz essa temática à tona, bem como os obstáculos na superação dos profundos traumas.
Iluminadas (Shining Girls) é uma série de suspense baseada no romance de The Shining Girls (2013) da sul-africana Lauren Beukes. O show distribuído pela Apple e criado por Silka Luisa conta com nomes como Elisabeth Moss e Leonardo DiCaprio na produção executiva.
A história acompanha Kirby (Elisabeth Moss), a única sobrevivente do ataque brutal de um assassino de mulheres. Após o ataque, sua vida não é mais a mesma e com ajuda de Dan (Wagner Moura), um jornalista, eles investigarão os mistérios por trás do assassinato das outras vítimas e aos poucos vão percebendo que o serial killer não é nada comum.
Iluminadas é um grande quebra-cabeça a ser montado. E não pense que a trama gira em torno do clássico clichê de acompanharmos os protagonistas na busca por desvendar a identidade do assassino. É muito mais do que isso. Ao longo dos seus oito episódios, componentes sobrenaturais são inseridos e a trama passa a carregar uma originalidade de encher os olhos. As respostas não vêm com rapidez, mas todo episódio traz revelações que são peças chaves para compreensão do todo e que acabam compensando as quedas de ritmo pontuais. Então espere desde uma trama com viés policial até mesmo viagens no tempo.
A série é ambientada em diferentes décadas o que agrega à sua fotografia e figurino, mas o ponto alto da trama está na escolha assertiva de seu trio de protagonistas.
Elisabeth Moss prova mais uma vez que é um dos principais nomes do drama da atualidade. Ela entrega uma personagem visivelmente atormentada, mas obstinada a colocar um ponto final em seus traumas. A cada mudança de linha temporal é possível perceber novas nuances da personagem, que casam perfeitamente com a estética da série que tem sua iluminação alterada de acordo com o período referido.
Como é bom ver Wagner Moura brilhar lá fora e ainda por cima com o bônus de vê-lo falando em português durante algumas cenas. Dan Velasquez está longe de ser o cara perfeito, mas ao lado de Kirby eles formam uma dupla que funciona e engrena a história.
A escolha do ator para dar vida ao assassino não podia ser melhor. Jamie Bell (Rocketman) encarna Harper Curtis com primasia e consegue despertar todo o tipo de sentimento no espectador. Desde o desconforto ao medo, com seu olhor dissimulado e soturno.
Nota: 8,5
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