A nova série de humor da HBO Max, tem como proposta retratar uma visão satírica da já cômica história real de Stede Bonnet (Rhys Darby), mais conhecido como "Pirata Cavalheiro". Essa figura distinta, vivia na alta classe da aristocracia inglesa, no século 18, mas seja por ler muitas histórias fantásticas de pirata ou por ter uma vida tediosa, encarnou o espírito de Don Quixote e resolveu viver a sua própria aventura: comprou seu navio e contratou uma tripulação, que recebia salário para lhe acompanhar, prática muito incomum nessa época e que se torna piada na série.

Diferente da realidade, onde a tripulação contava com mais de 70 marujos, nessa representação, por uma questão criativa, a tripulação completa conta com apenas 10 membros. Todos tem sua participação relevante durante a série, mas alguns tem um enfoque maior do que outros. Um toque interessante do roteiro, é que nenhum personagem é um estereotipo padrão de pirata, e os que tentam ser, não passam de um artificio sarcástico. As atuações não contam com nenhum destaque especial para os personagens secundários, mas todas cumprem seu papel decentemente.

O relacionamento de todos os tripulantes é muito bem desenvolvido, em especial, o respeito crescente pelo capitão Stede Bonnet. Obviamente, no inicio, o aristocrata não era respeitado por praticamente todos os seus comparsas, sendo a trama mais explorada nos primeiros episódios, que cumprem bem o papel de apresentação da série.

Porém, com a chegada do Barba Negra (Taika Watiti), que de fato ocorreu na realidade, tudo entra nos eixos. Taika tem um excelente timing humorístico e sua interação com os demais personagens muda completamente o cenário previamente estabelecido. Sua aliança faz a trama andar para frente, com novos conflitos internos surgindo e personagens evoluindo.

Toda a estética e figurino combinam perfeitamente com o tom da série. Já os efeitos especiais deixam um pouco a desejar, mas, por não serem utilizados com frequência, não se tornam um incomodo recorrente que atrapalha a experiência. 

Já a dinâmica e o ritmo dos episódios, ao longo da série, passa a ficar mais arrastado e repetitivo. Certos capítulos servem apenas para um desenvolvimento raso de um personagem e algumas tramas são resolvidas muito abruptamente ou até mesmo são deixadas de lado. Mas ainda assim, o humor está sempre presente, o que faz, até mesmo os episódios mais fracos consigam lhe tirar boas risadas. 


Tratando do humor da série, pode-se dizer que é de certo modo bem abrangente, com cada personagem tendo seu próprio estilo. O capitão com seu jeito inocente, com certeza lhe causará vergonha alheia; já Barba Negra, irá lhe entreter com suas tiradas sarcásticas e seu passado violento, em um navio pirata tão "pacífico".

Toda a trama no final das contas, é sobre se descobrir e redescobrir. Com diversas reviravoltas interessantes, Nossa Bandeira é a Morte, foi uma descoberta muito interessante do catálogo da HBO Max, que apesar de não se sobressair em nenhum aspecto, vale ser assistida por amantes de séries mais leves e divertidas. 

Nota: 6,8




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