Originalmente previsto para ser lançado em 2020, Morbius, filme desenvolvido pela Sony, que se passa no mesmo universo de Venom, sofreu com diversos adiamentos por conta da pandemia. É até difícil de saber quantas datas o projeto já teve para sua estreia, mas que finalmente está em cartaz nos cinemas.
O Dr. Michael Morbius (Jared Leto) tem uma rara doença, e através de DNA de morcego descobre a cura. Porém, com isso ele se torna um vampiro, extremamente forte. Seu melhor amigo Milo (Matt Smith) também tem a mesma doença, e quando se torna um vampiro, vira uma grande ameaça para Morbius.
Sendo um filme de origem, os primeiros minutos da produção são os melhores de todo o longa. Sem muita enrolação, logo de cara já nos é mostrada a saúde deteriorada de Michael Morbius, e sua busca pela cura. Além disso, também vemos um flashback onde o protagonista e Milo conversam sobre a doença, além de todo o cuidado que Nikols (Jared Harris) nutre pelos dois. Porém, após esses minutos iniciais, o filme perde muito em qualidade e trata todo o restante da trama com muita simplicidade, o que muitas vezes pode ser algo positivo, mas aqui, essa simplicidade é muito elevada.
A direção de Daniel Espinosa (Vida) acaba não sendo um dos maiores problemas do filme. As cenas de ação são (na maioria) interessantes, e alguns efeitos, como as cores vivas, funcionam. O grande problema fica por conta da batalha do ato final, que acaba rápido demais e não conta com nenhum momento de emoção, tudo acaba repentinamente. E isso acaba entrando novamente no assunto do parágrafo anterior: o filme é simples demais.
O maior problema do filme se resume em seus próprios personagens, onde nenhum é carismático e marcante o suficiente para lembrarmos deles algumas horas após o término da história, talvez a única exceção seja o vilão de Matt Smith, que se diverte aqui. Jared Leto se esforça e traz um protagonista operante. Ele não está ruim, tem uma atuação mais contida, mas fica a sensação de faltar algo ali. Adria Arjona interpreta Martine, médica e interesse amoroso do protagonista, que também não tem uma atuação fraca, mas não se sobressai. Jared Harris tem poucos minutos em tela, principalmente no início, e fica quase o resto do filme todo esquecido. E por fim, temos Tyrese Gilson como o detetive Stroud, que talvez seja a cara mais conhecida do elenco, depois de Leto, e que também não aparece muito, e não justifica a existência de seu personagem. Poderia ser facilmente cortado que não mudaria absolutamente nada.
No final das contas, o filme passa a sensação de ser da época onde as grandes produções de super-heróis não eram tão populares, e a indústria cinematográfica ainda não sabia exatamente como adaptar esses personagens para o cinema. O filme não chega a ser uma atrocidade como alguns do passado, mas definitivamente não consegue chegar no corte de qualidade que grande parte das produções dos últimos anos conseguiram atingir.
O filme ainda possui duas cenas pós-crédito que não acrescentam nada a história e acabam sendo bem descartáveis.
Morbius tem um bom elenco, um bom inicio, mas se perde dentro de sua enorme simplicidade e não consegue se firmar como um filme relevante dentro do subgênero de super-heróis.
Nota: 4,5
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