Bridgerton acerta novamente e entrega uma segunda temporada empolgante.
Tudo (ou quase tudo) nas mãos de Shonda Rhimes se torna ouro. E com muita pompa, intrigas, romance e doses de drama, que finalmente temos a segunda temporada de um dos grandes sucessos da Netflix, Bridgerton.
Para ter noção do sucesso, a segunda temporada da série foi lançada no dia 25 de março e atingiu a marca de 193 milhões de horas vistas já em seu primeiro final de semana. E os números não param por aí. Após uma semana no ar, o show rapidamente se estabeleceu no Top 10 do streaming em 93 países.
Bridgerton é uma série britânica de época criada por Chris Van Dusen e produzida por Shonda Rhimes, responsável por produzir séries de sucesso como Grey's Anatomy, How to Get Away with Murder e Scandal. Sua trama é baseada na série de livros de mesmo nome escrita por Julia Quinn e segue o dia-a-dia da alta sociedade britânica.
O drama acompanha, especialmente, os membros da tradicional família Bridgerton, composta por Lady Violet (Ruth Gemmel); seus quatro filhos, Anthony (Jonathan Bailey), Benedict (Luke Thompson), Colin (Luke Newton) e Gregory (Will Tilston); e suas quatro filhas, Daphne (Phoebe Dynevor), Eloise (Claudia Jessie), Francesca (Ruby Stokes) e Hyacinth (Florence Hunt).
Enquanto na primeira temporada o foco se concentra em Daphne, nesta, a ênfase está em Anthony, o primogênito da família, que está em busca de sua viscondesa na nova temporada de casamentos. O jovem só não esperava se sentir envolvido justamente pela irmã de sua principal pretendente e diamante da temporada, escolhida a dedo pela rainha da Inglaterra.
A segunda temporada consegue o marcante feito de ser ainda mais envolvente que a primeira. O primeiro grande acerto foi trocar o protagonismo, assim como é feito nos livros, o que evitou o desgaste natural da história e nos fez conhecer mais de outros personagens. Somado a isso, temos uma narrativa mais ágil e dinâmica durante todos os seus oito episódios de aproximadamente 1 hora.
Sobre a dupla de protagonistas, pra quem achou que Daphne e Simon (Regé-Jean Page) seriam imbatíveis, se enganou. O objetivo aqui não é comparar, afinal a dinâmica estabelecida entre os casais é diferente, mas dizer que ambos se saem muito bem no que se propõem.
Kate Sharma (Simone Ashley), a personagem de destaque da nova temporada, tem uma personalidade cativante e empoderada. Sua relação com Anthony é divertida e, ao mesmo tempo, intrigante de acompanhar. Existe química de sobra e ainda que as cenas dos dois não sejam tão intensas quanto as do casal da primeira temporada, elas conseguem encantar e nos fazerem torcer por sua união. Anthony, que era um personagem mais apagado na primeira temporada, e talvez até um pouco chato de acompanhar, tem um arco bem trabalhado e consegue conquistar o público, de certo modo, graças aos flashbacks de sua vida
Por falar em flashbacks, eles funcionam muito bem. Além de humanizarem Anthony, eles nos fazem compreender o contexto no qual sua personalidade foi moldada gerando uma empatia imediata e, sobretudo, permitem que compreendamos mais do passado da família.
Nessa temporada temos outros arcos sendo explorados. Alguns de fato agregam, como o da família Featherington, que tenta desesperadamente se livrar da falência, se aproveitando da chegada de um primo que supostamente é dono de minas de rubis nas Américas. Algumas histórias adjacentes, no entanto, parecem ter sido jogadas ali com o único propósito de preparar terreno para futuras temporadas, como a do lutador de boxe Will (Martins Imhangbe), ou até mesmo de Colin e Benedict.
Outros arcos também podem parecer um tanto quanto forçados, como é o caso de Penelope (Nicola Coughlan) a pessoa por trás da famosa Lady Whistledown. Faz sentido ela se preocupar em ser descoberta pela rainha, mas o medo desmedido em ser descoberta pela melhor amiga parece pouco razoável.
O duque não dá o ar da graça na nova temporada, apesar de citado. Daphne, por sua vez, aparece (não muito), mas tem papel vital no desenrolar sentimental do irmão mais velho.
O figurino como sempre está belíssimo, assim como os cenários, que favorecem os contrastes. A trilha sonora que traz sucessos como Material Girl e Wrecking Ball, em uma versão orquestrada made in início do século XIX, além de interessante, empolga.
Ainda não dá pra saber qual será o futuro da série e quem será o próximo Bridgerton escolhido como ponto focal. Confesso que o terreno parece mais ajeitado para Eloise, ainda que não me surpreenderia que seja Colin e sua história com Penelope a próxima a ser desenvolvida. Independente da narrativa escolhida, se a história mantiver-se inspirada noss livros, certamente continuará agradando.
Bridgerton está disponível na Netflix e é uma ótima opção de entretenimento. Assista!
Nota: 8,0
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