Guillermo Del Toro em seu longa-metragem nos primeiros prêmios de suas ideias multiplas e geniais que viriam a crescer cada vez mais.
O filme traz uma narrativa redonda, tendo seu objetivo sempre afirmado e reafirmado depois em um diálogo mais a frente da obra, ele é bem coordenado e a duração ajuda bastante, mesmo que sua pouca duração possa apressar algumas coisas, que já vou falar em breve, é de impressionar como o filme em muitos momentos que poderia ser expositivo ao extremo e simples em algumas passagens, ele se mantém constante, é ótimo acompanhar a desconstrução do personagem principal ao ver os efeitos do objeto em seu corpo, é incrível ver como a obra vai a beleza e ao gore em questão de instantes, algo que o Guillermo sabe fazer de melhor.
Claro que o filme traz suas irregularidades, que é como a obra no seu terço final, que até então estava indo de forma coerente com tudo de forma única, vai desleixadamente descendo um pouco para algo formulaico e previsível, lógico que não afeta como a obra em si se sustenta, seu primeiro ato é lindo e o meio do filme praticamente intacto, mas a questão toda em volta dos antagonistas é bem falha no terço final, com direito a mirabolantes plots, mas que se você estiver entretido o suficiente não vai se incomodar nem um pouco.
Aliás os vilões são bons, apesar do que já havia dito, a motivação de Dieter é algo filosófico e religioso, o que o diretor faz questão de escancarar na obra é o forte viés a religiosidade principalmente com o tema da "ressurreição", algo que vai fazendo muito sentido com passar da obra, o capanga e sobrinho Angel feito de forma maluca e sarcástica por Ron Perlman é fantástico, é bom ver o ator em papéis assim sem perder alguma relevância.
Por ter falado em gore, o trabalho de maquiagem é feito de forma magistral, aqui já veremos o que seria marca registrada em muito dos filmes do Del Toro no gênero, toda a passagem do Gris de um homem saudável para simplesmente uma casca do que já foi é incrível, apesar que muitos vão achar simples, para mim é um tesouro, é um excelente trabalho visual.
Conclusão: Elegante e atmosférico, Cronos é uma obra digna de aplausos sim, a obra escreve o nome do Del Toro no hall de futuras promessas na época, com um filme que acrescenta de tudo um pouco ao cinema que conhecemos, é uma pedida ótima para aqueles que procuram pensar sobre a imortalidade e com uma pitada de bizarrices na tela. Nota: 8 😄
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