Último episódio da temporada prepara terreno para o futuro do MCU e responde as perguntas levantadas nos episódios anteriores.


A CRÍTICA A SEGUIR TEM SPOILERS

A primeira temporada de Loki acaba com um estrondo. E isso era de se esperar, já que os cinco episódios anteriores todos pareciam prometer que ao final da temporada, tudo iria mudar dentro do Universo Cinematográfico Marvel. As Joias do Infinito serem usadas como peso de papel demonstravam que a Saga do Infinito já é passado e ameaças maiores estão por vir. A AVT monitora toda a linha do tempo e acaba com aquelas que ameaçam a estabilidade da realidade e suas variantes. 

Ao passar dos primeiros episódios, ficávamos curiosos sobre quem eram os Guardiões do Tempo, e quando foi revelado que eles eram apenas marionetes, entrou a pergunta: “Quem criou e comanda a AVT?” A pergunta é respondida em Para Todo Tempo. Sempre. 

A sequência que abre o episódio é brilhante, e talvez um dos pontos altos de toda a série. Vemos que a Cidadela no Fim dos Tempos, a residência d’Aquele que Permanece, está localizada em um corpo astronômico dentro de um feixe de luz que representa a linha do tempo sagrada. Vemos o universo, além de escutar falas de filmes e séries do MCU, dentro do feixe em um espetáculo de efeitos especiais que dá ao espectador o escopo da ameaça e da jornada. É até intimidador pensar em um vilão que possa controlar aquilo tudo. E é na Cidadela que Loki e Sylvie entram, prontos para encontrar o homem por de trás das cortinas. 

O resto do episódio é basicamente uma conversa entre Loki. Sylvie e Aquele que Permanece. A maioria das falas parecem ser diálogos expositivos, tentando no último episódio explicar a motivação e backstory do grande vilão da série, o que eu acho falho. É nos últimos minutos do segundo tempo que Loki decide dar as explicações, e tudo em um tempo de quarenta minutos, o que por vezes parece forçado. Aquele que Permanece dá uma aula de história para Loki e pra Sylvie, que precisam escutar tudo já que a audiência precisa das informações para entender a história. 


Jonathan Majors, que já se provou como um ótimo ator em Destacamento Blood e Lovecraft Country, claramente está se divertindo e mergulhou de cabeça em seu papel. Diferente de Thanos e alguns outros vilões do universo, Aquele que Permanece/Kang não possui expressões rígidas, sempre parecendo estar nervoso. Ele parece ser mais hiperativo, agindo como alguém que realmente aprecia o poder que está em mãos, alguém que tem o total controle da situação. Ele sabe ser exagerado e sério nos momentos necessários, e esse vislumbre do personagem já me deixou curioso para como vão abordar o Kang novamente no futuro. 

Por outro lado, esse episódio não parece ser um que cumpre sua função como final de temporada muito bem. Apesar dos arcos de Loki e Sylvie acabarem relativamente bem, coadjuvantes como Mobius e a Hunter B-15 são subutilizados e agora que temos todos os episódios disponíveis para julgarmos a estrutura da temporada como um todo, o potencial de ambos os personagens parecem desperdiçados nessa reta final. Eu fiquei na expectativa de ter cenas bastante interessantes com o Mobius e a Hunter B-15 voltando a base da AVT para “queimar” o lugar. No fim, o modo como abordaram a jornada de ambos aqui foi enfadonho. 

Longe de ser perfeito, o último episódio da primeira temporada de Loki não me agradou o tanto que eu esperava, mas mesmo assim não é um episódio péssimo e mesmo com seus erros ainda dá pra aproveitá-lo. Ele consegue muito bem preparar o terreno e construir a expectativa para o que está por vir no futuro do MCU, mesmo que o faça atropelando e esquecendo arcos e personagens da história individual da série, mudando o foco para o escopo geral da Fase Quatro.

Nota: 7

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