Mesmo com um vilão genérico e uma trama recheada de conveniências do roteiro, A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas (Netflix, 2021) se mostra um filme totalmente emocionante, carismático e acima de tudo divertido. 

🚨🚨🚨 Alerta de Spoiler 🚨🚨🚨

Durante esse período conturbado que o nosso planeta está vivendo é inegável a necessidade de comédias para nos ajudarem a enfrentar as dificuldades do dia-a-dia, e é isso que a Sony Pictures Animation nos apresentou dessa vez.

Na mais nova animação da Sony, A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas, somos apresentado aos Mitchells, uma família de 4 pessoas (e um cachorro) totalmente desajustadas, desastradas e amáveis que enfrentam um apocalipse tecnológico, a Revolta das Máquinas, onde todas as criações da empresa Pal se rebelam contra a humanidade e decidem se livrar dela. 

Na trama temos uma mãe neurótica por seus filhos, um pai obcecado pela natureza, um filho nerd fã de dinossauros, a típica adolescente revoltada e é claro, um cachorro um tanto "tapado". Porém, mesmo com todas essas dificuldades, eles ainda conseguem impedir a extinção dos humanos, principalmente graças as conveniências que o roteiro dá para a história.

Desde o seu início o filme se mostra repleto de clichês como o vilão amargurado que só se torna maligno por ser uma vítima da sociedade; a família desajustada que ninguém acredita que possa fazer algo de bom mas acaba salvando o mundo e principalmente a trama de resolução de dramas familiares, algo que falaremos mais daqui pra frente.

A proposta central do filme é reatar os laços entre Rick Mitchell e sua filha, a aspirante a cineasta Katie Mitchell, que se mostra a personagem mais carismática de todo o filme. No início do longa vemos que Katie está desapontada com seu pai por não apoiar seu sonho de fazer filmes, porém conforme a trama vai progredindo o laço fraterno entre os dois é restaurado de uma forma bem divertida, porém bem simples e genérica, sendo o processo de magoa, desculpa, redenção, nova decepção e reconciliação, algo que já vimos diversas vezes em outros filmes e até mesmo algumas séries, e ainda que seja genérica consegue se mostrar incrivelmente emocionante e carismática, de forma que podemos nos afeiçoar aos personagens.

Outro ponto do filme a ressaltar são as conveniências que o filme dá para a trama, que às vezes chegam até a ser um tanto ridículas, como dois robôs aleatórios se juntando a família e a ajudam a vencer outros robôs e o uso de um simples cachorro para vencer todos os robôs do planeta, apenas porquê ele parece um porco e faz os sistemas dos robôs se sobrecarregarem e entrarem em colapso, algo que mesmo em um filme infantil se mostra um tanto ridículo e acima de tudo forçado.

Um dos pontos mais criativos do filme foi o uso de animações complementares, emojis, fantoches e elementos do mundo real como vídeos e imagens de pessoas e animais reais. Esse recurso já foi utilizado em Homem-Aranha no Aranhaverso com primor e aqui foi usado mais uma vez de uma forma incrível.

Por fim, o filme consegue ser extremamente divertido, emocionante e engraçado em diversos momentos, como nas cenas do posto de gasolina, na fuga dos Furbys no shopping e principalmente no confronto final entre os Mitchells e os robôs, sendo a única coisa que estraga o final a forma ridícula em que a Revolta é finalizada, com a vilã (que é um celular) apenas caindo dentro de um copo d'água.

Concluindo, A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas é um filme perfeito para se passar a tarde assistindo com a família, amigos ou até mesmo sozinho, sendo capaz de divertir qualquer um que se reserve a dar uma chance ao longa animado. 

Nota: 8,5

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