Com reviravolta previsível, o episódio da semana incorpora elementos do famoso Modern Family e entrega pouco além do que já era esperado. 


Atenção! O texto a seguir contém spoilers do sétimo episódio de WandaVision.

O sétimo episódio do show da Marvel Studios está entre nós. Após a angustiante tentativa de fuga do Visão (Paul Bettany) de dentro da anomalia, encontramos Wanda e a cidade em uma nova roupagem. Seguindo a onda de homenagens aos clássicos televisivos da comédia, este segue a  linha de uma série documental, com Wanda (e outros personagens) discutindo diretamente com o telespectador acerca dos recentes eventos em Westview em diálogos que oscilam entre o cômico e o dispensável. 

Infelizmente, o novo capítulo não oferece muito de novo além do que já fora apresentado, ou proposto, em outros episódios. Na verdade, o arco para apresentar a premissa da série (já não deveríamos estar no final?) parece estar se arrastando mais do que deveria. Como apontei no último review, novamente há enfoque em demasia em mostrar os erros da realidade de Wanda (Elizabeth Olsen) e no mais, não existe algo verdadeiramente relevante até os minutos finais. 

Em retrospecto, é possível estarmos diante do episódio mais morno da série. De um lado, a homenagem a Modern Family não soa tão boa quanto a dos sitcoms anteriores, parecendo até mesmo forçada em certos momentos (por que o Visão enrolou tanto para libertar a Darcy?). Do outro, a comoção inicial diante das primeiras falhas do HEX, a Wanda utilizando seus poderes, e o clima de incerteza entre os agentes da E.S.P.A.D.A parece estar diminuindo e tornando-se apenas repetitivo. 

Wanda Maximoff aqui aparece mais próxima de um verdadeiro surto. O controle sobre a realidade parece estar acabando, principalmente após a grande quantidade de poder utilizada para expandir o HEX. Em suas confissões diante da câmera, ela revela não estar entendendo o que está acontecendo. O Visão, por sua vez, acorda no novo "bairro" de Westview e acaba encontrando uma Darcy Lewis (Kat Dennings) alheia a sua real situação. Após algumas cenas desnecessárias para libertá-la do controle mental e saírem do circo,  eles debatem acerca dos eventos que levaram à crise de Wanda. Enquanto isso, os gêmeos de Wanda fazem aparições pontuais, mas não tem muito espaço - assim como o Mercúrio de Evan Peters.

Por outro lado, quem continua roubando a cena é a Monica Rambeau de Teyonah Parris. Novamente dentro da anomalia, a personagem continua a desenvolver suas recém adquiridas habilidades especiais. Rambeau é, com certeza, uma das melhores adições ao MCU. Chegamos próximos até mesmo de um confronto entre ela e a Maximoff, com o clima alterando-se abruptamente. Infelizmente, tão rápido quanto instala-se, ele dissipa-se. Darcy Lewis e Jimmy Woo (Randall Park) permanecem competentes em seus respectivos papéis, mas não oferecem nada de novo em seus personagens e performances.


E então, o chegamos ao desfecho do episódio: descobrimos que Agnes (Kathryn Hahn) é, na verdade, Agatha Harkness, uma poderosa bruxa dos quadrinhos da Marvel. Um detalhe interessante é em como a atmosfera recebe um tom sombrio e mórbido na casa de Agatha, com algumas sequências lembrando a filmes de suspense. Aqui cabe citar o ótimo trabalho de Elizabeth Olsen que consegue transitar perfeitamente entre as várias personalidades que Wanda vem demonstrando.

Se por um viés leigo a revelação possa gerar certo burburinho, para consumidores costumeiros de conteúdo nerd (o que inclui assistir até mesmo teorias de youtubers) a reviravolta já era esperada. Apesar de previsível, felizmente somos agraciados com um excelente e divertido jingle mostrando que Agatha estava por trás de grandes incidentes em Westview. A produção mostra mais uma vez o porquê de estar sendo tão elogiada - e um pouco mais de Kathryn Hahn nunca é demais. 
 

Agora, suscitam mais duvidas: seria Agatha, de fato, uma vilã? Se sim, estaria agindo sozinha? O jingle parecia comprometido demais em enfatizar que ela era a única responsável por tudo. Estamos ansiosos para ver como vão aproveitar o talento de Kathryn. Outra: os tons utilizados para representar os poderes de Agatha lembram os de Dormammu, presente em Doutor Estranho de 2016. Levando em conta que a série terá ligação com a continuação do filme do Mago Supremo, é um ponto a ser considerado. 

Em suma, o show promete uma mudança drástica em seu próximo episódio, haja vista que agora Agatha revelou-se para Wanda. A nova identidade da Agnes proporciona um leque de possibilidades a serem trabalhadas - algumas delas sensacionais. Apesar de um episódio fraco, a série como um todo não chega a ser prejudicada e as expectativas continuam altas por um desfecho digno ao que vem sendo construído. 


Nota: 6,5/10

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