Nova aventura de Bob Esponja é uma linda homenagem a tudo que fez a série animada um sucesso.
Sinopse: Onde está Gary? Segundo Bob Esponja, Gary foi caracolstrado pelo temível Rei Poseidon e levado para a cidade perdida de Atlantic City. Com a ajuda do Patrick, ele sai em uma missão de resgate ao querido amigo, e nesta jornada os dois conhecem novos personagens e vivem inimagináveis aventuras.
Bob Esponja é um dos personagens de desenho animado mais famosos da cultura pop, criado por Stephen Hillenburg, essa pequena esponja do mar foi pensada para ser um divertimento para pessoas de todas as idades e foi muito bem sucedido em deixar sua marca no público. As características do personagem são a sua enorme gentileza, seu otimismo exacerbado e o fato de que é tão bobo que chega a irritar em certos momentos. Esse novo filme pega tudo o que fez o desenho ser tão adorado e presta uma homenagem aos diversos personagens da trama em uma aventura muito divertida. Todos os elementos da série animada estão presentes, o humor non-sense, as piadas sobre cultura pop, humor adulto disfarçado e todos os clichês possíveis sobre a jornada do herói e seus percalços.
De modo eficiente, o diretor e roteirista Tim Hill, pega todos esses clichês e zomba deles a todo momento na narrativa, fazendo com que a obra tenha noção do quanto não faz sentido, mas abraçando isso para dar aos fãs o que eles querem num filme do Bob Esponja ,ou seja, se divertir com as inúmeras trapalhadas e referências. Assim como nos outros longas, essa nova aventura mistura animação com live-action, mas dessa vez as cenas animadas são feitas em 3D e o resultado é muito agradável. Eles mantiveram os personagens com suas aparências clássicas, não perdendo o elemento cartunesco e a computação gráfica é bem feita, apesar de simples.
A trama começa estabelecendo a amizade existente entre Bob Esponja e seu caracol Gary, logo de cara, você se pega muito envolvido pelos inúmeros momentos fofos da dupla e pela demonstração de amor mútua entre os dois. Na outra vertente, temos Plankton em outra tentativa de roubar a fórmula do hambúrguer de siri, mas sempre falhando por conta da interferência de Bob Esponja. Então, o vilão dá um jeito para se livrar de Bob Esponja sequestrando Gary e dando-o para o Rei Poseidon que sofre com “problemas estéticos” que apenas gosma de caracol podem resolver. É então, que a esponja do mar e seu amigo Patrick Estrela partem em uma aventura para recuperar seu amado animal de estimação.
Pelo parágrafo anterior, já deu para perceber que a trama não é das mais originais, inclusive os outros dois longas da franquia também envolviam aventuras cheias de heroísmo a fim de consertar problemas causados por Plankton. O que faz esse filme diferente é o fato de que entende o quanto é derivativo e usa isso em seu favor para criar cenas muito divertidas que apelam tanto para o senso de nostalgia do espectador quanto para referências à cultura pop. Tem piadas com tecnologia, participações de cantores e atores famosos, músicas pop, essa fórmula permite que a narrativa use diferentes tipos de humor para entreter ao mesmo tempo em que investe em cenas com propostas distintas para dar um tom fresco à história.
Por exemplo, em certo momento, Bob Esponja e Patrick estão numa espécie de cidade fantasma do velho-oeste quando um arbusto seco com o rosto de Keanu Reeves aparece para ser o guia espiritual da dupla em sua jornada. Essa cena além de render ótimas piadas, é muito assertiva, pois brinca com os clichês de jornadas heróicas subvertendo-os em vários momentos devido ao fato de que os dois são muito atrapalhados e não são os típicos heróis convencionais. Ademais, devo confessar que fiquei um pouco preocupado com o uso dos demais personagens na narrativa, mas surpreso quando o roteiro soube dar um certo destaque para Sandy, Sr. Sirigueijo, Lula Molusco e Plankton. Cada um deles tem uma função na narrativa e os fãs vão gostar de ver como todos eles conheceram Bob Esponja e como ele melhorou a vida de todos desde então.
Mais do que prestar uma homenagem, esse filme reforça o legado que o Bob Esponja e seu criador trouxeram ao mundo com uma forte mensagem de positividade e aceitação das diferenças. Amigo ou inimigo, todos eles reconhecem o impacto positivo da esponja do mar e isso rende momentos bem escritos e condizentes com cada personagem. Meu único problema com o filme é que ele abusa do non-sense em alguns momentos com piadas tão fora do tom que não tem um propósito a não ser tentar arrancar risadas forçadas. Sei que disse que a auto-consciência de ridículo da obra era algo positivo no início do texto, mas há um limite para tudo e nesses casos específicos, o diretor mandou um pouco mal.
Por fim, devo destacar o bom trabalho na animação e elogiar a trilha sonora musical, todos as canções escolhidas casam perfeitamente com as cenas onde foram inseridas e elevam positivamente esses momentos. As cenas em live-action tem uma boa fotografia e devem arrancar muitas risadas uma vez que o público veja quem são os envolvidos nela, todo o clima de velho-oeste é muito bem orquestrado. A trilha sonora instrumental de Hans Zimmer é muito esquecível e não há nada de interessante a ser dito sobre ela.
Bob Esponja: O Incrível Resgate é um bom filme que deve agradar os fãs da série animada e serve como uma ótima diversão para a família.
Nota: 7,5
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