Como todos sabem, Outubro é conhecido por ser o mês do terror, muito por conta do Dia das Bruxas. Por conta disso, decidi fazer uma lista de alguns filmes de terror que gosto bastante e indicar eles para vocês. Embora alguns filmes não sejam exatamente desconhecidos, evitei de colocar os grandes filmes de terror clássicos (Sexta-Feira 13, O Massacre da Serra Elétrica, O Exorcista, etc) na lista.


Um Lobisomem Americano em Londres (1981)



Neste clássico filme de 1981, seguimos a história de 2 jovens americanos que estão viajando pelo interior da Inglaterra,  David Kessler (David Naughton) e Jack Goodman (Griffin Dune). Os dois jovens se deparam com uma pequena e sinistra vila, onde são alertados para não cruzar os pântanos nessa noite de lua cheia, pois terríveis segredos assolam a região.

Embora o filme se baseie na figura do Lobisomem para causar medo nos telespectadores, a direção do filme consegue criar momentos aterrorizantes sem mostrar a criatura, como na incrível sequência do metrô, que mostra apenas a vítima aterrorizada fugindo de algo.



Embora o filme se torne refém do já batido jumpscare, os efeitos práticos e maquiagens realizadas nas cenas de transformação são impressionantes até hoje, deixando qualquer cgi ou efeito digital com inveja. O maior problema do filme no entanto é a sua duração, que deixa pouco tempo de tela para desenvolver o romance principal e amizade dos protagonistas.


Halloween (2018)


Halloween de 1978 é um dos melhores e mais clássicos slashers de todos os tempos. Então, após diversas sequências e reboots terríveis que nunca fizeram jus ao original, em 2018 o diretor David Gordon Green se uniu ao diretor John Carpenter (que serve como produtor, roteirista e compositor) para fazer uma sequência digna do original.


Com o retorno de Jamie Lee Curtis no papel de Laurie Strode, o filme se passa 30 anos após os incidentes do primeiro filme, onde temos a protagonista cheia de traumas, paranoica, velha e totalmente amargurada. É então que Michael Myers, o terrível assassino que esteve preso em um manicômio por 30 anos escapa, e decide saciar sua sede por carnificina. Cabe então a Laurie proteger sua família e combater o vilão.



O filme faz justiça ao original, sendo uma excelente modernização e uma aula de como se fazer sequências de filmes antigos. O filme trata com maestria os traumas de Laurie, e a relação conturbada que tem com sua filha e neta. O filme aproveita bem a classificação indicativa de +18, e diferentemente das porcarias feitas pelo diretor Rob Zombie, possui um bom gore e violência que chocam o telespectador sem parecer forçado ou feito por um adolescente de 15 anos.


Embora não seja tão incrível como o filme de 1978, Halloween (2018) é uma excelente experiência que subverte muito bem o gênero slasher, apresentando uma ótima adaptação para os dias de hoje com temas relevantes, além de ser protagonizado por um trio de personagens femininas fortes e que trazem desafios para Michael Myers.

Suspiria (1977)



No clássico filme do diretor Italiano Dario Argento, seguimos a história de Susan (Jessica Harper), uma jovem e bela garota americana que viaja para a Europa para ingressar em uma renomada escola de Balé. No entanto, segredos sombrios e estranhas situações começam a ser revelados para Susan.


Embora não tenha muitos sustos ou os famosos jump scares, o filme cria uma atmosfera intrigante e totalmente arrepiante “apenas” com a trilha sonora macabra e uma belíssima fotografia, com cenários cativantes e figuras estranhas que causam desconforto e intrigam o espectador.



Suspiria tem uma história um pouco batida e óbvia, e seu maior defeito é não saber aproveitar os personagens e pequenos núcleos que podiam ser facilmente estabelecidos. Alguns efeitos práticos acabaram não envelhecendo muito bem também, sendo nítido que o sangue utilizado é falso, o que tira um pouco da imersão do telespectador do filme.


No fim Suspiria acaba sendo uma boa pedida para quem curte o gênero de terror envolvendo bruxaria e mistério, e para aqueles que querem sair do conforto do cinema americano.


A Beira da Loucura (1994)



O investigador John Trent (Sam Neill) é contratado para achar Sutter Cane, um escritor de histórias de terror que, após terminar seu último livro, desaparece misteriosamente. Mesmo desconfiando que isso não passa de uma jogada publicitária, aceita o trabalho. Passa a ler seus livros, procurando pistas da cidade onde Cane possa estar escondido, mas estes livros são macabros e, após sua leitura, as pessoas agem de um modo bem estranho.


O filme é mais uma obra-prima do diretor John Carpenter e presta homenagens a diversos escritores de terror, sendo HP Lovecraft um dos mais óbvios. A atmosfera construída por Carpenter é brilhante e assustadora, sendo que qualquer coisa bizarra pode acontecer a qualquer momento. Embora não tenha muitas criaturas, a maquiagem e efeitos práticos utilizados no filme são de primeira.


O ceticismo e descrença de Trent o fazem negar os acontecimentos bizarros que o cercam. A Beira da Loucura é um filme sobre… a loucura hahaha. Um filme sobre a realidade e como a questionamos. O filme de Carpenter talvez seja o meu favorito do diretor, um filme aterrorizante que se encerra com um dos melhores finais que já vi em um filme do gênero.



A Hora do Lobo (1968)



No clássico cult de Ingmar Bergman, um pintor (Max von Sydow) e sua esposa (Liv Ullmann) vão morar em uma ilha bastante afastada da sociedade. Lá, em meio a intensos conflitos psicológicos, o casal conhece um misterioso grupo de pessoas que passa a trazer angústias ainda maiores às suas vidas, levando-os a relembrar fatos passados e questionar a própria lucidez.


No primeiro (e único) filme de Bergman que eu assisto, fui esperando um terror intenso para me traumatizar por completo (principalmente por conta do título e do pôster), mas acabei me surpreendendo e me deparando um um drama surrealista com pequenas pitadas de horror e tensão.



As atuações de Sydow e Ullmann convencem o espectador de que são um casal apaixonado mas que possuem diversos conflitos internos mal resolvidos. A sensação de angústia, claustrofobia e questionamentos da realidade que o diretor cria são realmente intrigantes, fazendo as cenas de loucura serem realmente um show a parte.


O filme acaba se tornando um pouco arrastado e “monótono” durante boa parte do tempo, e as questões filosóficas que o diretor trás para o filme pode acabar não agradando a todos, mas ainda assim é uma excelente experiência para os amantes de boas histórias e que buscam um terror mais diferenciado.


A Casa de Cera (2005)



Um grupo de amigos decidem viajar de carro para o maior campeonato universitário de futebol americano a ser realizado no ano. Durante a viagem eles decidem acampar à noite, planejando seguir adiante pela manhã. Um acidente com um motorista de camionete assusta o grupo, que no dia seguinte descobrem que o carro em que estavam foi danificado. Sem saída, eles aceitam uma carona até Ambrose, a cidade mais perto do local. Ao chegarem, chama a atenção do grupo a Casa de Cera de Trudy, a principal atração de Ambrose, que possui várias estátuas de cera bastante parecidas com pessoas de verdade. Porém o que eles não sabem é o motivo pelo qual as estátuas parecem tão reais.


Esse é um dos primeiros filmes de terror que assisti na vida, e me traumatizou por completo. O terror americano de Jaume Collet-Serra mesmo sendo bem simples e batido, é um bom entretenimento para quem quer se divertir com o velho clichê de jovens que estão em uma viagem e acabam tendo que enfrentar um maníaco.



O filme em si não apresenta uma temática ou algo realmente inovador. É apenas um terror americano comum com excelentes cenas de tensão e muitos jumpscares. As cenas envolvendo pessoas transformadas em bonecos de cera são realmente aterrorizantes, fazendo valer o filme.


O Segredo do Bosque dos Sonhos (1972)



O Segredo do Bosque dos Sonhos (ou Don’t Torture a Duckling) se desenvolve em um vilarejo siciliano, que fica à beira da histeria quando um maníaco inicia uma série de cruéis assassinatos envolvendo um grupo de crianças do sexo masculino. Instaura-se um estado de paranóia generalizada, onde todos são suspeitos. Andrea (Tomas Milian), um jornalista obstinado, tenta desvendar a identidade do assassino, enquanto a bela Patrizia (Barbara Bouchet) luta para inocentar-se das suspeitas que recaem sobre ela, e Maciara (Florinda Bolkan), a bruxa da cidade, sofre as conseqüências por suas atividades, consideradas demoníacas pela população. Enquanto isso, o medo gera uma nova onda de violência, atingindo vidas inocentes.


O filme italiano de Lucio Fulci gerou extremo desconforto e chegou a ser muito polêmico na época, principalmente pelas cenas gráficas e envolvendo a figura de crianças. O diretor ainda aproveita para inserir diversas críticas a sociedade da época que se encaixam muito bem aos dias de hoje, como o julgamento precoce e a necessidade das pessoas de fazer justiça com as próprias mãos.


Mesmo que o terror seja bem mínimo no filme, ele acaba se tornando mais um thriller investigativo e macabro, repleto de diversas figuras interessantes e que vai deixar o telespectador preso e interessado até o fim. O Repórter, os garotos, a Bruxa, o Padre, a sedutora moça, o “Atrasado”, o vodu o Delegado e os policiais. Todos personagens complexos que acompanham essa trama de mistério chocante.



Embora tenha um ótimo desenvolvimento e final bem satisfatório, o filme possui alguns momentos realmente problemáticos envolvendo uma sugestão de pedofilia entre a personagem de Barbara Bouchet e um dos garotos do filme. Mas no geral, o filme acaba sendo uma grande recomendação para aqueles que gostam de um bom mistério e suspense, e que querem conhecer um pouco mais do cinema italiano.



Então é isso pessoal, espero que tenham gostado da lista e pelo menos assistam 1 desses filmes que recomendei. Deixem um comentário indicando algum filme de terror interessante ou se já assistiu algum desses filmes recomendados.

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