
Bom falar dessa obra clássica ja no nosso imaginário chamada V de Vingança é uma honra tremenda, principalmente por ter lido a obra base desse filme e ter apreciado totalmente seu universo fantástico. Sera que o filme mesmo com as mudanças feitas honra os conceitos criados pelo nosso bruxão genial chamado Alan Moore? vamos lá! POSSÍVEIS SPOILERS!
A historia da obra, escrita pelas irmãs Wachowski, é praticamente semelhante aos acontecimentos do livro, Com mudanças minimas (eu não consegui captar tantas assim ), um regime totalitário governa a inglaterra em 2020 com punhos de ferro num regime totalmente fascista e opressor que esta sendo ameaçado por um anti-herói anarquista chamado de V, que pretende acabar com esse governo que oprime seu povo com mentiras e afins. A trama base esta ai, praticamente as roteiristas tiraram e botaram no filme todo aquele sentimento caótico presente numa narrativa muito coesa e bem estruturada nunca se perdendo em meio a sub-plots que chamaria de desnecessário e abordando núcleos sempre da melhor forma possível, o núcleo em questão de erick finch (Stephen Rea) e o sargento stone (Rupert Graves) é muito bem feita, nunca cansando e sempre interligando com a trama do V muito bem sem forçar em nada, a trama principal é um prato gourmet a mais, a trama de V e todas suas motivações são criveis mesmo através de métodos não convencionais de executa-las, oque faz refletir se ele pode ou não ser diferente daqueles que ele diz lutar contra, mas que deixa uma linha tênue de reflexão sobre oque podemos pensar nessas situações. O roteiro acerta tanto nos diálogos desse filme que você não se esquece depois de assistir de cada fala proferida pelo V ou pela evey (Natalie Portman) o discurso dele no set televisivo, o momento reflexivo de eric finch, monólogos tão bem escritos que é mais divertido ver aquelas falas que a ação do filme em si, que alias aqui tem uma ação fenomenal, sem desvirtuar, mas muito bem servidas ao espectador, enfim, o roteiro, em minha humilde opinião, é uma joia.

A falar dos personagens principais, V (interpretado brilhantemente por Hugo Weaving) talvez possa ter sofrido a mudança mais perceptível da obra original nesse filme, na obra da vertigo, V é mais frio, mais maquiavélico e muito mais disposto a matar todos aqueles que ficarem em seu caminho, no filme, ele ganhou mais humanidade digamos, o tom da película ser um pouco mais romântica ajuda nessa retratação do V como alguém ainda tem uma moralidade em suas ações, creio que não seja algo a se preocupar os fãs da obra original(e ate mesmo fãs desse filme) a essência teatral e violenta do personagem continua ali, até mais escancarada pois o filme da foco em suas habilidades. A evey sofre mudanças aqui também, com seu desenvolvimento bem estruturado criando um forte vinculo com V que é ótimo de se ver, é uma personagem com carisma e natalie portman faz um show no filme com momentos espetaculares, sem duvidas uma das melhores personagens do filme, o inspetor finch não sai desse baralho, tendo uma adaptação com resoluções fortes que nos faz ter empatia pelo seu personagem ainda indeciso de suas ações e do que quer fazer, um bom trabalho sem duvidas, alías, todos os personagens desse filme estão muitíssimos bem, e ao meu ver, falar deles de cada um é chover no molhado da perfeição.
A falar do antagonista em questão, adam sutler (Feito espetacularmente pelo john hurt) é uma força inimiga a altura, sua forte crença supremacista é bem pega nessa película, as poucas aparições que faz, todas são bem planejadas, com ótimos diálogos, é um antagonista ótimo sem dúvidas.
A produção desse filme é ainda melhor, a ambientação toda trabalhada pra dar o clima que quer passar é fantástico, os figurinos ótimos dos personagens (principalmente o V numa fidelidade visual maravilhosa), uma trilha de fazer você se prender ainda mais a trama, e uma fotografia soturna ditando o tom daquele filme, o trabalho técnico desse filme é fenomenal.

Conclusão: Então caros amigos, eu recomendo fortemente essa obra espetacular, um filme que faz refletir, que faz você ficar pensar muito do que você acabou de ver, cheio de nuances, roteiro redondinho, estrutura bem balanceada, é um charme a mais que o diretor James McTeigue nos propõem com muito entusiasmo de um dia rever essa obra linda novamente e novamente.
Nota: 10/10
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