O filme é baseado no romance de 2011 de Donald Ray Pollock, que a convite do diretor do longa, Antonio Campos, é o narrador da trama.
Diferente das críticas anteriores, aqui nesse parágrafo seria uma breve sinopse da história, mas dessa vez quero diferenciar um pouco. O filme não conta apenas uma história. Ele conta algumas, e de um jeito ou de outro, elas se encontram. Willard Russel(Bill Skarsgard) é um pai de família e um jovem experiente em guerras. Ele é casado com Charlotte(Haley Bennet), que mais tarde descobre que ela tem câncer. Seu filho Arvin, testemunha o sofrimento da mãe e do pai, e com as consequências dessa história, o personagem terá sequelas lá na frente.
Paralelamente, conhecemos Sandy(Riley Keough) e Carl(Jason Clarke), um casal que tem um estranho hábito: gostam de dar caronas a jovens. É claro que essas caronas não são de bom grado, e coisas acontecem aqui. Sandy é irmã do Sheriff Lee(Sebastian Stan), que além de sua profissão, também tem interesses políticos.
Com o avanço da história e do roteiro, Arvin, que agora não é mais uma criança, é interpretado por Tom Holland. Ele vive em outro local, com sua “irmã adotiva” Lenora(Eliza Scanlen), uma jovem religiosa. Em sua cidade, um jovem Reverendo surge, Preston(Robert Pattinson), que tem sua fé e seu trabalho questionado por alguns.
Curiosamente, o maior mérito da produção acaba sendo também o seu maior defeito: o roteiro. Sabemos que o protagonista do filme é o Tom Holland. Mas com um elenco muito talentoso, todos tem seus momentos de destaque aqui. E o roteiro, principalmente no primeiro e na metade do segundo ato, amarra muitas pontas com maestria. Pena que não consegue realizar o mesmo ato na segunda metade da película. Em certos momentos, claramente percebemos que estamos sendo levados para uma direção que sabemos como terminará, além de alguns diálogos bem expositivos.
O primeiro grande destaque do elenco é Bill Skarsgard. Sua interpretação é cheia de nuances. Ao mesmo tempo que seu personagem precisa ser uma figura paterna, ele precisa ser forte e aguentar as coisas que se passam com ele, e o ator entrega uma performance formidável. Tom Holland também está muito bem. Apesar de em todos os seus filmes, ele quase não mudar sua aparência, ele consegue trazer essa mudança na composição de seu personagem. Ele começa de uma maneira e termina de outra, e ganha pelo menos duas cenas bem impactantes de presente do roteiro. Riley Keough, Sebastian Stan e Robert Pattinson também ganham um bom destaque, com esse último tento um sotaque bem carregado.
A direção de Antônio Campos é consistente, leve e visualmente muito competente. Ele sabe para onde levar o espectador, e embora eu pensasse que o filme tomaria caminhos distintos no início do longa, ele é um filme honesto. Ele te entrega exatamente o que prometeu.
O Diabo de Cada Dia é um filme com grandes atores, grandes personagens e que conta várias grandes histórias que se cruzam, mas se perde em alguns momentos, e certamente poderia ser um pouco mais curto, mas ainda tem uma presença cativante, é um filme que merece seu espaço.
Nota: 7,5
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