Depois de Bad Boys 3, Bumblebee é a prova de que se por acaso sua franquia teve o Michael Bay como diretor principal, ainda dá pra salvá-la, e para isso basta tirá-lo da cadeira do diretor. Depois de cinco filmes sofríveis, finalmente veio algo para limpar a imagem dos robôs que se transformam em veículos. Bumblebee é um spin-off interessante, mesmo sendo mediano e não apresentando nada de novo, o filme surpreende por justamente ter uma qualidade superior à de seus anteriores e por ser relativamente bom, algo inédito até então.

O filme se diferencia das entradas anteriores da franquia ao situá-lo nos anos 80, o que faz com que tenhamos uma trilha musical maravilhosa, e temos de Everybody Wants To Rule The World até Take On Me. Para se distanciar ainda mais dos filmes feitos pelo Bay, os designs dos Transformers agora estão completamente parecidos com suas formas originais vistas nas séries animadas, e totalmente distintas das versões modernizadas e militarizadas que vimos anteriormente. Antes todos os Decepticons eram sem vida, já que seus designs só possuíam a cor cinza como predominante e vários tons metálicos. Aqui eles já são mais variados, e os dois principais antagonistas, Shatter e Dropkick, são bastante diferentes um do outro.


E aqui finalmente temos uma das falhas frequentes vistas nos filmes anteriores desfeitas. A personagem interpretada pela Hailee Steinfeld, a Charlie Watson, tem mais personalidade que os protagonistas anteriores, além de possuir um arco competente. E Bumblebee também ganha uma personalidade aqui, agindo mais como um bebê de dois metros de altura quando está perto da Charlie e se tornando no soldado que o Optimus confia quando há sinais de perigo. Finalmente há personagens relacionáveis e que não são a personificação de um dos mil fetiches bizarros do Michael Bay. Por isso temos que agradecer a Travis Knight e Christina Hodson.

Bumblebee é um filme feijão-com-arroz, não apresentando nada de inovador, e também não precisa. É no “padrão” que a franquia Transformers encontrou vigor e se os produtores decidirem seguir esse caminho e ignorarem tudo o que aconteceu quando o Bay estava no comando, a franquia poderá finalmente se reinventar. Temos aqui um blockbuster divertido, com uma duração assistível, finalmente, e mesmo cometendo uns deslizes aqui e ali, mas felizmente não há mil cortes por segundo nas sequências de ação, Bumblebee consegue agradar bastante na minha visão. Um filme pipoca e para a família, para se esquecer um tempo depois de ter terminado. Se eu aprendi algo depois de ver esses seis filmes dos Transformers, é que menos é mais sim. E Bumblebee é a prova disso.

Nota: 6

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