AVISO: A CRÍTICA A SEGUIR CONTÉM SPOILERS DA PRIMEIRA TEMPORADA DE LEGENDS OF TOMORROW E DO CROSSOVER DE ARROW E THE FLASH “HEROES JOIN FORCES”.
Não é difícil alguém perceber o quão sofrível primeira temporada da DC’s Legends of Tomorrow (chamarei só de Legends a partir de agora), afinal temos aqui um grupo de personagens que claramente tem potencial de criar histórias interessantes. Mas o que recebemos aqui é um monte de draminhas mal escritos, atuações fracas e um antagonista totalmente unidimensional e sem graça.
Na trama, Rip Hunter (Arthur Darvill) reúne os heróis secundários de Arrow e The Flash para salvarem o futuro da humanidade matando o assassino imortal Vandal Savage (Casper Crump), e é só isso, por 16 episódios.
O showrunner Phil Klemmer, ao lado de Marc Guggenheim, Andrew Kreisberg e Greg Berlanti, tem em mãos uma história com todo potencial que o tema viagem no tempo tem, mas que se estende infinitamente ao longo de 16 episódios, pensem comigo, o quão fácil é as Lendas simplesmente irem para o Egito Antigo e matar Savage quando ele era um sacerdote? Iria gerar um paradoxo, é claro, mas até determinado ponto da temporada o plano da equipe é literalmente gerar um paradoxo, não precisa nem pensar para perceber isso.
Falando em Savage, qual é a dele? Por que ele faz o que faz? Quais são seus motivos? Sua ideologia? Não faço ideia, tudo o que eu sei é que ele tem uma paixão não correspondida pela Mulher-Gavião (Ciara Renée) e aparentemente por isso ele é do mal. Isso sem nem contar a trama absurda que é dada para ele, cheia de plot twist que ou eram previsíveis a anos luz de distância, ou surgem do nada na narrativa. O pior é que Crump não parece sequer estar tentando nos entregar uma performance minimamente decente.
O mesmo, ou algo similar, pode ser dito do resto do elenco, apesar de com esses roteiros ser muito difícil extrair algo para trabalhar, Darvill é um exemplo disso, ele até tenta mas o roteiro não colabora. Brandon Routh, apesar de ter carisma, sofre com o romance feito nas coxas de seu personagem com Kendra Saunder/Mulher-Gavião, está interpretada por Ciara Renée que, como já disse na crítica do crossover do Arrowverse que serviu de prequela pra essa série, é claramente inexperiente em frente às câmeras e entrega uma atuação artificial; falando em atuações fracas, Caity Lotz tem uma capacidade dramática tão boa quanto o companheiro de Arrow, Stephen Amell (que inclusive nos dá a graça de sua expressão facial única em um péssimo episódio). Já a dupla Leonard Snart/Capitão Frio (Wentworth Miller) e Mick Rory/Onda Térmica (Dominic Purcell) podem até ter funcionado fazendo aparições esporádicas em The Flash, mas como parte do elenco principal não muito, em 2 episódios o espectador já se cansou dos overactings de Miller e a atuação cartunesca de Purcell, isso sem nem mencionar dois plot twists risíveis envolvendo os personagens. Por fim, a dupla Nuclear, Martin Stein (Victor Garber) e Jefferson Jackson (Franz Drameh) estão só sobrando na série, sem nenhum arco pra eles, já que a história já estava extremamente inchada de personagens.
Pra falar a verdade a série não é de todo mal, os figurinos e cenários são elogiáveis, bem feitos e variados, o CGI usado não é ruim também, claro que não chega perto do que você pode encontrar em uma série da HBO por exemplo, mas pelo menos não é o terror visual que veriamos a partir da segunda temporada de Supergirl.
Mas só isso não basta, um roteiro arrastado, com personagens burros, atuações fracas e plot twists tenebrosos simplesmente destroem a possibilidade do espectador terminar a temporada satisfeito.
Nota: 3,5
PS: Para que serviu a cena Malcolm Merlyn pegando as cinzas de Savage no crossover mesmo? Isso sequer é mencionado depois.
Publicado por: Johnny White.